Nathan e eu marcamos de tomarmos café da manhã juntos e agora estamos no Rainbow Café, fofocando como duas garotas de universidade.
— E aí, você está bem?
— Nate, se mais alguém perguntar isso eu sinto que vou surtar.
— Desculpa, mas é que você acabou de sair da cadeia e só estamos preocupados com você.
— Eu estou bem, obrigado.
— Mas como você se sentiu lá? Ou se sente agora? — me pergunta ele cruzando os braços e os apoiando em cima da mesa.
— Eu não sei, sempre olho para tras quando estou andando porque acho que estou sendo seguido, sempre acho que alguém está me olhando torto, e parece que estou sempre pronto pra dar um soco em alguém, pra me defender, sinto uma solidão, um vazio tão grande no peito, e ainda aqui fora quando digo que estou bem ninguém acredita mim, eu fui acusado de algo que eu não fiz porra, então acreditem quando eu digo que estou bem, acredite porque eu não sou mentiroso.
— Eu queria ter feito alguma coisa pra te ajudar, todos nós queríamos, mas não conseguimos te ver, mas que bom que deu tudo certo, acho que voltar pro bar vai ajudar a te distrair.
— Também acho. Mas fala aí, por que estamos aqui igual duas senhoras tomando café da tarde? — pergunto.
— Pra começar, ainda é de manhã. E isso é papo de homem, sacou? E outra, temos medo de te perder de novo, de acontecer algo com você. Por isso estamos tentando te manter por perto.
— Desculpe, eu tenho sido egoísta em pensar que isso só afetou a mim.
— Amber disse que você a dispensou ontem, qual foi? Depois de tudo o que passou, pensei que a boca quente dela pudesse te aquecer. — ele ri maliciosamente.
— Também pensei, caralho pensei nela lá e acabei... deixa pra lá, mas você sabe não quero que ela se apegue pensando que dessa vez eu vou sentir algo por ela. — dou de ombros.
— Você e esse seu coração de pedra, além disso, você pegou umas vinte clientes ontem à noite e até aqui tem aquela garota morena olhando pra você.
— Acredite ou não, não é só porque eu fui preso. — me viro para a garota da mesa próxima a nossa e pisco pra ela que sorri e me dá um tchauzinho com a mão.
— Esqueci que você era metido.
— Um dia você chega ao meu nível. — brinco.
— Eu não quero contrair doenças venéreas, obrigado.
— Ei! — protesto. — Hipócrita, você ficou com duas garotas, não pense que não vi.
— Ontem o bar estava bombando — diz ele animado — Espero que elas voltem hoje à noite, não só por mim, mas você precisa de novas distrações. — Nathan ri.
— Você só pensa em mulher.
— Quem é o hipócrita agora? — ele aponta o dedo pra mim — Isso não é verdade, também penso em você.
— Que isso, cara?!
— Não desse jeito. — ele começa a rir de novo — Como um irmão mais velho.
— Que belo exemplo de irmão mais velho você tem aqui, hein?
— Depois de tudo o que eu já passei você me deu uma chance, pra todos dentro daquele bar e vamos apoiar você.
— Valeu, de verdade. — jogo algumas notas de dinheiro em cima da mesa e nos levantamos para ir embora, mas não sem antes pegar o telefone da garota da mesa ao lado, acendo um cigarro e vamos embora.
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Quebrados - (versão do Phil)
FanfictionA versão do ponto de vista do Phil Hawkins da história Problemas em Duskwood, então leia ela primeiro e depois leia esta ;)