Mentira

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Acendo um cigarro e vou em direção ao bar, minhas mãos estão tremendo, este tipo de sensação é uma loucura. Se ela me chamasse ou eu olhasse para trás, eu voltaria lá e a beijaria de novo, e faria muito mais, se o beijo já foi neste nível imagina como seria... Afasto o pensamento, ela não é só isso pra mim.

Com Maria trabalhando com a polícia, durante o dia quase não conseguimos nos falar, mas combinamos de nos encontrar no Aurora. Ela chega no horário combinado e se senta em uma mesa vazia, e assim que termino de atender um cliente vou até ela.

— Oi, gatinha. — digo me sentando.

— Oi, Phil, tudo bem?

— Estou bem e você?

— Estou bem, como foi seu dia? Muitos avanços nas investigações?

— Por enquanto nada.

— Que pena, mas você vai conseguir, assim como conseguiu me tirar da prisão... — paro de falar percebendo que ela não está prestando atenção, e sinto vontade de rir.

— Você tem alguma coisa com a sua garçonete? — me pergunta ela do nada e olho na direção dos seus olhos para ver Amber nos encarando — Se ela tivesse o poder de fulminar alguém com o olhar, seria eu, ela não para de olhar pra cá.

— Ah, você sabe, trabalhamos até tarde, às vezes acontecia. — dou de ombros.

— Não pode fazer isso com a sua funcionária, ela pode te acusar de assédio.

— Eu não faço mais isso e você fica uma gracinha quando está com ciúmes.

— Quê? Eu não estou com ciúme.

— Aí — doeu e coloco as mãos no peito em um ato dramático.

— Eu vou ir no banheiro se me der licença, se eu não voltar, é porque ela me matou — diz ela e eu dou risada da maluquinha.

Mas alguns minutos depois, percebo que ela está demorando, me levanto e vou até o banheiro só para vê-la encurralada pelo cara que estava dando em cima de Amber dia desses. Não penso em absolutamente nada, só vou até lá o agarrando o imbecil pelos ombros.

— O que pensa que está fazendo com a minha garota no meu bar? — o atiro na direção do bar, mais próximo da saída e todos se assustam e o bar fico silencioso.

Vou empurrando o cara até ele sair do bar com a ajuda de Nathan, que troca olhares comigo como quem diz que vai ficar de olho caso o idiota resolva voltar. Vou até onde Maria está paralisada e a conduzo até meu escritório.

— O que eu faço com você, probleminha?

— Eu não fiz nada — ela ergue as mãos mostrando inocência.

— Quem era aquele cara? — pergunto sério.

— Eu não sei.

— Acho fofo quando você acha pode mentir pra mim — sorrio mas sem graça pela sua mentira, claro que ela sabe quem era o cara e o que ele queria com ela, mas por que ela não quis me contar?

— Não é porque a gente se pegou uma vez e tem se falado que você me conhece. — rebate com uma reposta vaga e totalmente inesperada.

— Te conheço mais do que imagina. — rebato de volta.

— O que quer dizer? Estou cansada do povo dessa cidade falar de forma evasiva. Chega. — não sei de que porra ela está falando, mas veja que ela realmente está brava então ela começa a sair, mas eu não deixo.

— Probleminha, espera aí, é muito fácil irritar você — sorrio para ela que ainda está com cara de brava — Eu sei que não temos nada, mas isso não me impede de bater em qualquer um que te importunar, e me irrita ver a forma que aquele hacker trata você, você merece muito mais, e é nova na cidade tem muitos olhos em você e eu não gosto disso, além disso posso ver que rola algo a mais entre nós, eu te sinto, sinto o efeito que causo em você. — provoco.

Quebrados - (versão do Phil) Onde histórias criam vida. Descubra agora