Relacionamento

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Quando entro no bar para finalmente ter meu momento de paz, só os produtos de limpeza e eu, logo é arruinado, pois Amber ainda está aqui, ela está terminando de organizar os copos que estão todos limpos.

— Não sabia que ainda estava aqui.

— Eu quis ajudar com a limpeza, antes de ir.

— Obrigado, mas todos já foram, você pode ir também, eu termino tudo por aqui.

— Não, eu quero ajudar. — ela sorri e se aproxima. — E eu não quero te deixar aqui sozinho. — ela se aproxima ainda mais até estarmos a um passo de distância.

— Amber.

— Phil. — ela encosta a mão no meu peito e se aproxima mais. — Eu sinto tanta sua falta. Nós podemos ir pro quartinho, nos divertíamos muito lá, você lembra? Nós dois somos ótimos, não somos? Você sempre gostou daquilo que eu faço com a boca... — ela ri e me olha nos olhos e minha mente começa a passar imagens de nós dois, em um piscar de olhos a imagem de Maria vem em minha mente, dela sorrindo, ela usando minha blusa, e nós dois juntos naquela escada — Você dorme sozinho todas as noites e eu também, acho que podemos dormir juntos, pra variar, sabe só pra afastar essa solidão.

— Amber, — tiro a mão dela de mim e me afasto, voltando ao momento de agora. — Olha, foi legal ficar com você, mas combinamos que não rolaria sentimentos.

— Mas eu sempre tive esperança de que um dia você começasse a sentir algo. Depois de tudo, das noites dormindo juntos aqui, dos momentos que compartilhamos juntos, todas as histórias e sonhos, está me dizendo que foi só sexo? — pergunta ela com a voz trêmula.

— Achei que fôssemos amigos, por isso conversamos, nos divertimos, e o sexo era bom, mas acabou.

— Tudo isso por causa de uma garota que você acabou de conhecer, Phil? Só porque ela te tirou da cadeia? Eu tentei te ajudar, falei com advogados, eu estou aqui há anos, esperando você, vendo você sair com várias garotas diferentes e depois voltando pra mim, achei que finalmente você fosse me escolher.

— Assim que eu a vi aqui dentro algo em mim mudou, eu ainda nem sabia quem ela era, nunca senti isso antes por ninguém e nem eu sei o que é, eu sinto muito não poder retribuir, Amber.

— Não, não se desculpe, estou bem. Eu já vou indo então, até amanhã. — ela abaixa a cabeça e limpa um olho e sai pela porta.

Eu não queria a magoar, mas ela precisa superar isso, não sinto o mesmo por ela e mesmo se Mabi não estivesse aqui, ainda assim não tenho os mesmos sentimos por ela então em todos os cenários ela sairia magoada, mas uma hora ou outra ela vai acabar superando isso.

Depois de duas horas de uma excelente limpeza, estou orgulhoso de mim mesmo pelo trabalho que fiz aqui hoje. Apago as luzes e tranco tudo. Ouço um barulho de passos na minha esquerda e posso jurar que é alguém ali, mas quando olho não tem absolutamente ninguém, é de madrugada agora, não teria como ser alguém, dispenso o pensamento e acendo um cigarro e ando em direção a minha casa.

No dia seguinte, acordo por volta do meio-dia, estranho porque me lembro de ter cochilado na sala e agora acordei na cama completamente coberto e sem os tênis, sem me lembrar se ter vindo até a cama, mas me levanto e tomo um banho.

Vou até Rainbow Café falar com a minha irmã. Está tudo igual por aqui, é bom porque já é a cara dela, estou feliz e orgulhoso dela, os irmãos empreendedores.

— Oi, Phil. — ela me vê do lado de fora e me abraça.

— Oi, maninha.

— Não pode fumar aqui. — diz ela e eu quero debater por estarmos em um lugar aberto e público, mas apago o cigarro sem discutir. — Obrigada. Vem, vamos no sentar.

Quebrados - (versão do Phil) Onde histórias criam vida. Descubra agora