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Os dias passavam lentamente. Às vezes pareciam nunca ter fim. Eram tantos trabalhos para entregar e matérias para estudar que o ômega começou a cobrar do próprio tempo. Se sentia culpado se estivesse fazendo algo que não fosse revisar alguma matéria. Era uma situação preocupante para quem a via de fora.

Seonghwa parecia viver no automático. Ele não dormia bem nos últimos dias, e se dormia, se sentia mal ao acordar. O mesmo sonho de sempre. O broche de sua mãe. Por esse motivo e outros, preferia ignorar seu desgaste para não ter que ficar pensando tanto. Era cansativo.

Além de ter muito o que fazer, os pensamentos lhe perseguiam. Quando isso acontecia, ele só respirava fundo e continuava o que tanto fazia. Queria ignorar a dúvida que rondava sua mente.

O que Hongjoong falou era verdade ou delírio de um bêbado?

E se fosse verdade? Por que o alfa prometeria algo assim pra sua mãe? Não faz sentido.

Fazia duas semanas que não via o Kim. Estava muito ocupado com a faculdade e isso dificultava os planos. Hongjoong também andava ocupado. Queria perguntar diretamente sobre sua dúvida, mas tinha receio. Não sabia que verdade iria enfrentar.

Então os dois só ficaram nas mensagens, planejando sobre os próximos encontros. Falsos. O ômega fazia questão de reforçar isso, mais para si do que para o outro. Se sentia mal com isso. Sentia falta do mais velho. Às vezes, sentia o cheiro da jaqueta que o alfa lhe havia emprestado e as lembranças o tomavam. Seu lobo ia contra sua lógica.

Se pegou pensando em tudo novamente e bufou. Respirou fundo e encarou a professora que passava o conteúdo da aula em voz alta.

(...)

Chegou em casa e seu pai o esperava no sofá. O alfa aparentava estar ansioso.

- Oi filho. Como foi hoje?

- Todos os dias tem sido iguais. Você parece estranho, pai. O que aconteceu? - questiona ao mais velho e senta ao seu lado.

Seu pai suspira e pisca devagar.

- Hoje demos um passo importante na investigação dos dados da empresa. - comenta. - Encontraram algo nos arquivos. E já tem uma suspeita.

- Isso é ótimo, pai. Só uma pessoa?

- Por enquanto é só uma suspeita... mas é a mais forte. Há muitas evidências. - responde. Ainda parecia hesitante.

- E quem foi? - Seonghwa pergunta curioso.

- O meu irmão Jaehwan. Seu tio é a principal suspeita, Seong.

O mundo do ômega parece parar. Não podia ser. Seu tio... logo ele.

- Seonghwa? O que foi? Você está pálido...- pergunta seu pai preocupado. - Foi demais para você?

O ômega queria falar alguma coisa, mas não foi possível. Sentiu sua visão escurecer e seu corpo perder as forças.

(...)

Abrir os olhos e se deparar com o teto branco de um hospital não causa a melhor sensação. Sua cabeça doía, mas não era algo forte. Olhou ao redor e o quarto estava vazio. Mas logo a porta foi aberta e seu pai entrou.

- Oi filho. Como se sente? - caminhou até a cama de Seonghwa. - Sente alguma dor?

O ômega se sentou com a ajuda de seu pai.

- Só uma leve dor de cabeça. Mais nada. O que aconteceu? Eu desmaiei?

- Sim. Depois da nossa conversa, você simplesmente apagou. Te trouxe ao hospital rapidamente. - o alfa responde. - Vou chamar o médico. Não se esforce.

Aᴍᴏᴜʀ: ɪɴᴛᴇɴᴅᴇᴅ | seongjoong • ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora