Sonserina: Born to Die (Completa)

Vendetta

Assim que nossos amigos foram embora (depois de uma longa e excessivamente polida despedida, onde seus pais mentiam sobre querer me conhecer melhor), e Cissa e Lucius se retiraram, Draco esperou alguns minutos, tomando banho e colocando seu pijama e entrou no meu quarto, fechando silenciosamente a porta atrás de si.

- Merlin, tem mais flores aqui do que no Jardim Botânico

- Não sabia que gostava de design de interiores, senhor Malfoy - comento com um sorriso.

Ele se senta na minha cama, e olha para a minha camisola de seda azul claro. Ele me encara por uma eternidade, e então seus olhos passam pelas sacolas das compras que fez.

- Obrigada, você não precisava...

- Tudo que você quiser será seu, Lily - ele disse, com uma suavidade surpreendente na voz.

Meu coração ainda estava agitado por todos os eventos recentes, mas não pude evitar me sentir tranquila quando ele me abraçou. Permiti que meus músculos tensos se relaxassem. Draco não era meu primo, e tampouco meu inimigo. Eu conseguia sentir seu coração batendo a centímetros de distância do meu. Ele não falou nada, apenas continuou me abraçando enquanto acariciava meu cabelo. O mundo havia congelado ao meu redor. Meses haviam se passado desde que o vi pela primeira vez, e o odiei.

Mas foram brigas, depois noites e manhãs de piadas e conversas. As memórias que deixou que visse, me mostrando o que havia por baixo de sua máscara. Eu duvidava que tivesse deixado qualquer outra pessoa ver o quê eu vi. Os sorrisos trocados, os beijos. Sua presença na ala hospitalar enquanto eu estava inconsciente e, supostamente, ele me odiava. O quê aconteceu nos túneis, em Londres... Eu o amava. E eu mal percebi o começo desse sentimento, que agora não consigo conter. Ele se levanta e me dá um beijo na testa, indo para a porta.

- Espera... - eu falo, e ele se vira para mim, seus olhos azuis gelados brilhando como fogo.

- Sim?

- Você pode dormir aqui hoje? - pergunto, e ele da um sorriso pequeno que pareceu conter.

- Contanto que você não abuse da minha inocência... - ele diz ainda sorrindo, mesmo quando jogo uma almofada em sua direção.

Ele deitou novamente, dessa vez debaixo das cobertas, e me olhou, ficando sério por um instante.

- O que você realmente quer, Lilian? - ele me pergunta abaixando a voz, segurando meu rosto com suas mãos.

- Você - digo, e antes que qualquer outra palavra saia dos meus lábios, ele me beija.

Suas mãos me seguram com força, e ele alterna entre meus lábios e pescoço, desenhando com seus lábios como um artista. Ao contrário do seu carinho de poucos minutos atrás, ele não é nada delicado.

E nessa noite nenhum de nós dormiu muito.

...

Na manhã seguinte, Draco ainda estava dormindo quando acordei cansada. Seu rosto estava completamente pacífico e seu cabelo loiro bagunçado. Me levantei silenciosamente (ou achei que estava em silêncio) e Draco me puxa de volta para a cama. Caio, sorrindo, e ele me puxa para um abraço.

- Bom dia - eu digo, enquanto ele passa os dedos entre meu cabelo extremamente bagunçado.

- Você ronca, sabia?

- Blasfêmia, Malfoy - digo sorrindo, dou um beijo nos seus lábios e entro no banheiro.

Depois de tomar banho e escovar os dentes, escuto a porta abrir e imagino que ele tenha ido para o seu quarto fazer o mesmo. Coloco um vestido de seda verde esmeralda, já que ontem Cissa havia nos falado que o almoço hoje seria especial. Somente nós quatro, na sala de jantar formal. Ajeito o vestido, e meu cabelo já seco e desço para a sala. Draco já estava sentado em seu lugar de costume, assim como seus pais. A mesa, como sempre, estava impecável com quantidades exageradas de comida. Assim que sentei, fui servida e Narcissa foi a primeira a falar.