Sonserina: Born to Die (Completa)

Não Tão Amigos

Entrei no salão principal acompanhada de Charlie, e, milagrosamente, Hannah Yaxley e Pansy Parkinson. Algumas pessoas murmuram ao nos ver juntas, porque não era muito comum socializar com alguém alguns dias depois de quebrar o nariz dessa pessoa. Já acostumada com o peso das fofocas, apenas segui com a minha amiga e colegas de casa para a mesa. Para a minha infelicidade, sentamos de frente para Draco, Blásio e Nott. Malfoy me olhava presunçoso, por eu ter tentado beijar ele quando estava bêbada. Ele ainda usaria isso contra mim por um bom tempo, mas milagrosamente parecia não ter contado para ninguém. Assim como eu não contei sobre o relógio e o quê provavelmente significava. Não sabia se foi culpa ou outra coisa que fez ele ficar do meu lado na enfermaria o tempo todo em que estive inconsciente, mas isso era um assunto para outra hora. Enquanto ele mantiver meu segredo, eu manterei o dele. Peguei uma xícara de chá e comecei a comer alguns mirtilos, ignorando o sorrisinho do loiro azedo, que decidiu passar o foco das implicâncias para Zabini.

- Por que não deixa de segredo e conta logo quem foi, Blásio? - Draco pergunta enquanto pega uma maçã e biscoitos de cereja.

- Quem foi o quê? - pergunto distraída ao misturar mais açúcar no chá.

- Zabini passou a noite fora do dormitório. Achei ele entrando de fininho como se Draco e eu não fossemos perceber... - Nott disse, mais interessado em descobrir o motivo que Malfoy.

- Aposto que foi uma lufana. São o ponto fraco dele. - o Malfoy completou com um sorrisinho que me fez revirar os olhos.

Ao ouvir que Zabini passou a noite fora, Charlie imediatamente me olhou com a sobrancelha arqueada. Para o meu alívio, ela não falou nada. Apenas deu um sorrisinho malicioso e eu não queria saber o quê ela estava pensando agora naquela cabeça pervertida. Mais tarde eu desfazeria suas fantasias ao contar a verdade bem menos interessante de dois amigos roncando enquanto dormem presos num armário de vassouras. Charlie me deu cobertura, mas Pansy obviamente não manteria sua boca fechada. Ela parecia estar pedindo para levar uma pancada no nariz. De novo.

- Que coincidência, a Walton também passou a noite fora...

A insinuação que Pansy deixou no ar foi o suficiente para fazer Nott arregalar os olhos e o sorriso de Draco sumir. Sua expressão que até um segundo atrás era leve e zombeiteira se transformou em incredulidade e algo a mais que eu não consegui identificar. Blásio estava apenas me observando com um sorriso implícito no seu olhar, provavelmente feliz em me dar o troco pela noite mal dormida ao fazer com que eu enfrentasse o questionário dos nossos colegas de casa sozinha. Antes que eu falasse qualquer coisa em minha defesa, Hannah Yaxley se pronunciou para surpresa geral.

- Eu vi a Lílian chegar, Parkinson. Você já estava dormindo, mas ainda eram onze horas. Eu não chamaria isso de "a noite toda".

- Eu parei para fazer um lanche na cozinha. - comentei com descaso enquanto tomava o resto do chá e disfarçava a incredulidade por Hannah ter me ajudado - E além disso, eu tenho bom gosto, sabe? Sinto muito Zabini.

O último comentário, para meu alívio, pareceu surtir efeito neles. A expressão no rosto de Draco voltou a boa e velha indiferença, e Nott decidiu continuar perturbando Zabini que estava rindo do quê eu falei, assim como Charlie e Hannah. Todos eles sabiam que Yaxley e eu não nos dávamos bem, então se ela falou algo que me livrasse então era provavelmente verdade. E ninguém precisava saber que não era.

Terminamos o café com conversas casuais, e eu saí um pouco antes deles para andar sozinha. Eu ainda tinha muito no quê pensar. Aguardava ansiosamente Dumbledore me chamar na sua sala, mas ao mesmo tempo tinha medo das respostas que encontraria. Meu tempo para espairecer foi cortado pela metade quando senti uma mão no meu ombro.