Capítulo 19 - Nem todo o tempo do mundo

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Os dias estão quentes, o suficiente para não suportamos por muito tempo fora de casa. Tudo está estranho, cada traço da humanidade que conhecíamos morreu quase que por completo agora.

Na televisão não encontramos mais programas novos, apenas vimos algumas das poucas pessoas que restam na ativa, nos dizendo o quão importante é aproveitarmos as pessoas próximas de nós, porém, nas redes sociais, se você quer realmente ver oque o ser humano pode ser, podemos ter um deslumbre da verdadeira sociedade colapsando. Pessoas jogam na Internet vídeos e fotos de invasões a empresas abandonadas, roubos de carros e diversos tipos de atrocidades que permeiam a mente humana. Não existe mais controle no mundo online, eu e Alicia estamos buscando ficar o mais longe possível agora.

[...]

Eu acordei cedo hoje, não sei dizer as horas ainda, mas o sol ainda não nasceu por completo. Sua luz ainda se esconde no horizonte, apenas seu calor intenso está presente. Alicia dorme toda enrolada na coberta, mesmo o quarto estando com trinta graus de temperatura com o ar condicionado ligado no dezoito. Alicia é um pouco desajeitada na cama, seu travesseiro está jogado no chão e ela esparramada na cama, ocupando seu lado e mais metade do meu.

Levanto da cama devagar, pé por pé caminho até o chuveiro, deixo a água gelada escorrer pelo meu corpo. Fico ali parado por alguns minutos, apenas sentindo meu corpo se arrepiar e a pele começar a enrugar nas pontas dos dedos. Eu escuto passos leves se aproximando de mim, antes que eu possa me virar, Alicia me envolve com seus braços. Sinto seus peitos se espremerem em minhas costas e seu queixo apoiar sobre meus ombros.

- A agua esta gelada...

- Se quiser posso esquentá-la para você...

Sei que ela esta sorrindo maliciosamente agora. Me viro em sua direção e beijo seus lábios úmidos, enquanto escorrego minhas mãos pelo seu corpo, marcando com meus dedos cada centímetro dele. Alicia corresponde segurando em meu cabelo e arranhando minhas costas. Não demora muito tempo, e ela já está contra a parede, mordendo seus lábios enquanto eu pressiono meu corpo sobre o seu.

Eu acho que passamos mais de uma hora debaixo da água. Curtindo um ao outro.

- Vai Be, me passa a toalha.

- Aqui... Então Ali... Hoje eles vem aqui a noite, acho que vai ser legal!

Hoje vai ser um dia especial. Nós convidamos o Marcos e o Diogo para jantar com a gente e beber um pouco. Queremos aproveitar as boas amizades e lembranças que ainda temos de dias passados. Estamos empenhados em arrumar a casa e preparar uma boa comida para nossos convidados, esperamos que eles sinta-se em casa, e que por algum tempo, esqueçam do futuro que se aproxima.

- Vai ser ótimo Be.

Ela enrola a toalha em volta do seu corpo, vem em minha direção e me dá um beijo enquanto passa a mão em meus cabelos úmidos.

- Eu vou preparar um café para a gente e depois combinamos os detalhes...

Eu respondo com um sorriso e um aceno de cabeça. Fico observando ela colocar uma camisola e sair do quarto. Como eu queria ter mais tempo Ali...

[...]

Alicia sempre amou colocar seus dedos na terra, manter uma pequena plantação para sempre ter em mãos , produtos naturais e frescos, e isso não mudou depois do começo do fim do mundo. Como agora os mercados e estabelecimentos estão fechados, não temos comida em abundância, mas eu e ela possuímos um bom estoque de enlatados e bebidas alcoólicas variadas. Vai servir até os últimos dias.

Depois de um almoço rápido ao meio dia e um pequeno descanso, Alicia e eu saímos para correr no quarteirão. É tão bom ter alguém para fazer isso comigo.

No último dia em que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora