Joe Goldberg

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Bebo minha terceira xícara de café e tento me concentrar, olhando para o meu caderno em branco encima da mesa.

Estou frustrada porque tenho uma ideia de livro para escrever, mas não consigo passar essa ideia para o papel. Pensei que vir até uma cafeteria, ver pessoas e beber uma (ou mais) xícara de café, me daria ideias. Mas pensei errado.

Olho em volta da cafeteria praticamente vazia e observo. Tem uma atendente encostada no balcão da cafeteria, parece entediada, tem também um casal de idosos bebendo e conversando em uma mesa um pouco próxima da minha e na mesa ao lado deles tem uma menina que aparenta ser jovem que nem eu, mexendo no celular.

Ouço o barulho da porta sendo aberta e olho na direção da mesma, vendo um homem alto, branco e de cabelo preto entrando.

Ele vai em direção da atendente que se desencosta do balcão, pronta para atende-lo e graças ao silêncio da cafeteria, consigo ouvi-lo pedindo um chá.

O homem percebe meu olhar e olha em minha direção, percebo que é Joe, o cara que me atendeu na livraria que fui semana passada e aceno para ele, sorrindo. Fui na livraria comprar um livro para minha sobrinha de 8 anos e Joe me atendeu, foi muito gentil comigo e admito que achei ele bem bonito.

Deixo meu caderno (que ainda está em branco) encima da mesa com o resto das minhas coisas e vou na direção dele, que está encostado no balcão esperando pelo seu chá.

- Que coincidência te ver de novo - falo assim que chego perto dele, passando a mão no meu vestido que deve estar amarrotada pelo tempo que fiquei sentada.

- Sim, que coincidência - ele sorri - Sua sobrinho gostou do livro?

Sinto um sorriso se formar em meus lábios ao perceber que ele lembra.

- Ah, sim. Ela amou, me deu um abraço tão apertado que pensei que eu fosse morrer sufocada - brinco e Joe ri - Sério, obrigada pela indicação.

- De nada - ele sorri - Eu amo ajudar em indicações.

- Eu estava pensando em voltar lá - o homem me olha confuso - Na livraria - explico - Eu estava pensando em voltar na livraria para comprar um livro, mas dessa vez é para mim.

Estava pensando em voltar lá para ve-lo também, mas prefiro não comentar sobre isso.

- Será uma honra te receber lá novamente - o homem sorri e a atendente chega, entregando o chá dele e ele agradece - E se quiser indicações novamente...Pode me chamar.

- Ótimo, vou chamar. - passo a mão pelo meu cabelo, me sentindo nervosa - Eu... - tento tomar coragem para falar - Eu estava sentada naquela mesa, estava tentando escrever, mas a ideia simplesmente não sai... Quer sentar comigo? Sei lá, para conversar ou algo assim.

- Eu adoraria - Joe passa a mão no rosto, parecendo frustrado - Mas eu tenho coisas pra fazer...

- Ah, tudo bem - coro de vergonha enquanto passo minha mão suada pelo meu vestido, tentando disfarçar o nervosismo.

- Mas eu adoraria, sério. Só não fico porque preciso fazer algumas coisas - ele se explica e eu sussurro um "tudo bem".

- Mas passa lá na livraria um dia desses, eu iria adorar te ver de novo - o homem olha para o relógio que tem na parede da cafeteria - Tchau, (seu nome), foi bom te ver.




OBS:
Não foi uma coincidência
ele ter ido lá.

𝗂𝗆𝖺𝗀𝗂𝗇𝖾𝗌 𝖽𝗂𝗏𝖾𝗋𝗌𝗈𝗌Onde histórias criam vida. Descubra agora