Capítulo 89: O Reencontro - Parte I

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Maya

Quando meus sentidos despertaram, a primeira coisa que sinto é a maciez dos lençóis e da cama confortável e quentinha onde eu estava. Um delicioso cheiro de lavanda dominava o ambiente.

Pela primeira vez, não tive dificuldade em abrir os olhos e a primeira coisa que eles fitaram foi uma janela com uma cortina branca balançando levemente ao vento. A luz do dia era suave, o que me indica ser de manhã.

Um leve suspiro tranquilo sai dos meus lábios e parece chamar atenção de alguém ao meu lado que eu não tinha notado. Meu pescoço vira automaticamente com a movimentação. E o rosto do meu pai em pé do lado da cama surge no meu campo de visão, meu sorriso é instantâneo.

"Oi." Falei timidamente. Ele sorriu.

"Oi, minha pequena." Sua mão acariciou meus cabelos. "Você deu um susto na gente, você ficou dormindo por três dias inteiros." Ele disse suavemente.

"O que?! Eu dormi por três dias?" Eu quase gritei.

"Sim." Ele deu risada. Mas, seu semblante logo ficou sério. Ele se sentou na cadeira e ficou próximo de mim, fez uma pausa como se procurasse palavras, e, então, começou a falar.

"Você, sua teimosa! Você não sabe o quanto me preocupou com suas estripulias! Você quer me infartar por acaso?" Ele olhou para mim seriamente. E eu não ousei falar, olhei para ele espantada. "Mas, deixando de lado o fato que você me deixou com mais cabelos brancos em um espaço de tempo tão curto... Vamos falar sobre aquilo que aconteceu e eu não entendi nada até agora."

"Se você não entendeu, imagine eu." Falei zombeteira. Ele entortou o nariz em desgosto com o meu comentário.

"Tem que ser filha de mim mesmo!" Ele suspirou. "Eu realmente não sei o que aconteceu exatamente. A única coisa que eu sei é que você acessou um novo poder e é por isso que você dormiu por tanto tempo: seu corpo está se habituando a ele." Minha boca se abriu e meu queixo caiu em espanto.

"Agora, minha querida! O cunho principal dessa conversa, ou melhor dizendo, a pergunta que não quer calar é: onde você conseguiu esse poder?" Ele olhou para mim com uma seriedade jamais vista por mim em sua expressão. Eu franzi as sobrancelhas com a seriedade do momento, não entendendo o rumo da prosa.

"Como assim?" Perguntei totalmente confusa. Ele piscou os olhos e bufou levemente. E tentou de novo, mais devagar.

"Maya, você se lembra ter selado Oceano?"

"Sim." Respondi prontamente.

"Você se lembra como?"

"Não." Respondi imediatamente.

"Você sabe que acessou um novo poder, não é?"

"Sim!"

"Você sabe quem te deu?"

"Não!"

"Eis aí o problema e o que eu quero saber. São poucas pessoas que podem outorgar novos poderes a um semideus e eu quero saber: quem te outorgou?" Fiz uma careta outra vez.

Não entendo o porquê de tanta dificuldade de compreender uma simples conversa! Que peça está faltando em mim?!

Meu pai olhou para mim e suspirou, tentando ter paciência comigo mas, já aparentando impaciência. Ele tocou levemente no meu queixo e olhou nos meus olhos de uma maneira inexplicável. Depois sorriu levemente.

"Já entendi o problema!" Ele disse suavemente, com um sorriso de lado.

"Qual é o problema?" Perguntei já impaciente com aquela conversa.

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora