Capítulo 9: Importante? Eu?

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Eu estava analisando meu colar, agitada demais para conseguir dormir. Eu me levantei da cama, pus meu hobby e sai do meu quarto.
Como esse andar era só para hóspedes, tinha poucos guardas, alguns no começo do corredor e outros no final da escadaria, distantes dos nossos quartos. Eu fechei a porta sem fazer um ruído e me esgueirei solenciosamente pelos corredores, eu precusava de ar e um copo d'água. Ao passar pelos guardas eles fizeram uma rapida reverência para mim, parece que todos sabem que eu sou a princesa. Eu andei até achar o jardim que estava com Bryan, eu lembro de todos os caminhos a qual andei nesse castelo perfeitamente. Eu fui pro jardim e já fui bem recebida com uma brisa em meu rosto. Eu sentei na fonte e a passei admirar. Uau! Como é tudo lindo aqui.
Eu estava tão perdida devaneios que não percebi a aproximação da rainha América.
"Sem sono?" Ela perguntou e eu dei um pequeno pulo de meu lugar.
"Oh! Me desculpe ter te assustado." Ela disse com sua típica voz calma.
"Sim, majestade." Eu falei formal.
"Sem formalidades, querida. Aliás, você também é da monarquia." Ela comentou.
"Parece que sim." Eu sussurrei alto o bastante para ela me ouvir.
"Sua mãe me contou. Que você é a princesa que seu país tanto quis conhecer. Parece que você não sabia." Ela comentou se sentando ao meu lado.
"Não. Foi uma surpresa para mim." Eu confessei.
"É possível de se imaginar. Mas, saiba que ela fez isso para sua segurança. O país naquela época passava por momentos de guerra. Até seu irmão foi escondido na época." Ela disse nostálgica. Então para o mundo sou uma princesa britânica que foi escondida por guerras?
"Você é muito amiga da minha mãe?" Eu perguntei curiosa.
"Sim. Nos conhecemos desde pequenas." Ela comentou.
"Quem mais sabe que eu sou princesa?" Eu perguntei intrigada.
"A essa altura? Todo mundo." Ela disse rindo da minha cara de espanto.
"Eu não sei se sou capaz disso." Eu sussurrei.
"Você é. Ser princesa não é apenas futilidads, mas fazer o possivel para ajudar seu reino. Não se preocupe você twm muito tempo para aprender isso. Somente com 21 anos se assume as obrigações do principado." Ela disse com confiaça.
"Que bom." Eu falei rindo, antes de impedir a minha boca que tinha vida própria. Ela riu em uma risada agradável.
"Bom, é melhor eu indo. Foi um prazer conversar contigo. Boa noite." Eu falei bocejando e voltando como uma zumbi para meu quarto. Onde eu passava, os guardas faziam reverência. Eu acho que eu não vou me acostumar com isso tão cedo.
Eu fui para meu quarto sem me importar em fazer barulho. Eu cai em cima da cama e alisei meu colar.
Eu, de repente, ouvi um barulho próximo ao meu quarto e parecia estar se aproximando do meu quarto. Eu pulei da cama peguei minha espada para mortais e me posicionei silenciosamente na frente da porta. Assim que a porta se abriu, eu posicionei a espada no pescoço do indivíduo. A pessoa se assustou e levantou as mãos para o alto.
"Sempre em alerta." Alguém sussurrou. Essa voz era de Alec. Eu suspirei profundamente e abaixei minha espada e a joguei certeiramente em cima da minha cama. Ele fechou a porta e me fitou.
"Você me assustou." Eu comentei, cruzando os braços e o olhando. Ele, como eu, vestia um hobby. Seus cabelos estavam arrepiados, dando a ele um charme sem igual. Não é possível, ou ele é filho de Apolo ou de Afrodite.
"Eu te assustei? Falou a pessoa que coloca a espada na gargata de outra só por ter entrado em seu quarto." Ele disse de uma maneira que chegava ser cômica. Eu me sentei na cama ainda de braços cruzados.
"O que veio fazer aqui?" Eu perguntei com uma brutalidade quase automática.
"Calma! Eu só queria falar com você." Ele dissese sentando ao meu lado.
"Desculpa. É que é muita coisa para assimilar. Desupa ter descontado em você." Eu falei me jogando na cama.
"Eu entendo." Ele sussurrou calmo. Eu me sentei novamente e o encarei. Ele está tão próximo de mim.
"Obrigada por estar aqui. Eu acho que se eu estivesse sem você, eu enlouqueceria." Eu sussurrei.
"Digo o mesmo." Ele sussurrou, me causando arrepios involuntários. Ele se aproximou de mim, seus lábios tão próximos de mim.
"Eu te amo, Maya." Ele sussurrou e antes de eu o responder, ele tomou meu lábios. Ele me beijava com tanto carinho e se afastou de repente, temendo perder sua postura de cavalheiro. Ele olhou para o nada durante um tempo depois voltou a me fitar.
"Boa noite." Ele susurrou e me deu um selinho. E saiu em seguida pela porta. Eu ainda continuava olhar a porta, tentando absorver o que acontecera. Eu com relutância ne deitei e me forcei a dormir.
...
Eu acordei com Ashley e Riley abrindo as cortinas. Eu bocejei e me sentei na cama.
"Que horas são?" Eu perguntei me espreguicando.
"Seis horas, Alteza." Disse Riley.
"Já?" Eu perguntei com uma voz sonolenta, implorando para poder dormir mais.
"Sim, Alteza." Ashley respondeu.
Eu dei pulo da cama e fui pro banheiro apressada, meu banho já estava pronto.
Eu pus um vestido simples mas, bonito. Igual ao que usei para ver Howard, o canalha. Simples, se for comparado as vestes reais mas, mesmo assim digno de uma princesa. Ele era azul. Já falei que amo azul? Já deu pra perceber, né?
As meninas deixaram as malas com alguém que já as levaria para a carruagem. Eu sai do quarto (não antes de pegar minhas espadas 😉), percebendo que fui a primeira que acordara cedo. Era apenas seis e vinte da manhã. Eu desci para o salão de refeições e ela estava vazia, com exceção de uma serviçal que parecia ser simpática. Ela tinha cabelos negros longo e lisos ondulados, preso em um rabo de cavalo alto. Ela tinha olhos castanhos claros e parecia estar na casa dos 30.
"Alguém além de mim acordou?" Eu perguntei hesitante.
"Somente o rei Maxon, seu filho e seu irmão, Alteza." Disse ela com a voz branda.
"Ah." Exclamei. Já estava começando a me perguntar por que me acordaram tão cedo. Mas, me lembrei que pedi que me acordassem a essa hora. Eu me sentei na mesa hesitante, eu estava com fome.
"A mala de mantimentos já está pronta e na carruagem. Já iremos servi-la, Alteza." Disse ela novamente.
"Ok." Falei aturdida, ainda me perguntando se tudo isso é real.
Ela saiu pela porta, após uma pequena fração de tempo alguns homens me serviram. Eu comi uma torta de chocolate e avelãs, waffles com alguma calda e um suco de abacaxi com hortelã. Eu terminei de comer, estufada de cheia e ainda havia muita comida intocada. Eu sai do salão e fui para o jardim.
Eu me sentei na fonte (isso já está se tornando hábito).
De súbito ouvi um grito feroz, eu olhei pra cima e vi duas harpias. Eu rapidamente empunhei a espada celestial.
"Achamos a herdeira de Poseidon. Pena que não podemos parti-la em pedaços!" Disse uma.
"Pelo menos, podemos nos divertir." Disse a outra com sua voz esganiçada, dando um sorriso maligno.
O que eu faço? Não tenho arco e flechas! Como eu luto com coisas que voam?
As duas avançaram rapidamente e eu cruzei meus braços na frente do meu rosto e fechei os olhos, esperando o ataque. Eu abri os olhos não sentindo o impacto. Meu Zeus! A água da fonte as tinha agarrado! Eu, aproveitando a deixa, eu pulei e me impulsionei pela fonte. Como se estivesse escalando. Me impulsionei com a última parte da fonte e cortei a cabeça das duas, as transformando em pó. Eu cai no chão graciosamente, em uma posição. A água caiu na fonte, como se nada aconteceu. Me sentei de novo na fonte.
Queria falar com Bryan mas, não sei onde está. Provavelmente, com o rei e seu filho tratando de negócios diplomáticos. Aff! Ainda me pergunto se tudo é real e se algum momento vou acorda com Algel pulando em cima de mim como uma vaca louca, me falando que eu estou atrasada para algo. Mas, não! Eu sei que é real, não é um sonho! Por toda minha vida terei que lidar com meu reino e com coisas anormais de deuses e tudo mais. Ah! Eu sentei novamente na fonte e bufei. Que loucura de vida! Tudo que eu vivi até meu 17 anos foi uma ilusão, nada daquilo fora real. Agora tenho uma mãe que me viu somente quando bebê, mas me conhece mais do que a mim mesma e um pai totalmente ausente e que não está nem aí pra mim, mesmo eu sendo sua única filha.
"Isso não é verdade!" Eu ouvi uma voz masculina dizer. Eu estava tão absorta que me assustei, dei um pulo e vendo que iria cair, dei um mortal para trás e empunhei minha espada. Eu encarei o homem aturdida, nós tinhamos uma semelhança notável. Ele tinha os mesmos olhos que os meus. Era o mesmo homem que eu vira na cachoeira. Ele estava de pé sobre as águas da enorme fonte à minha frente.
Eu tô delirando ou quê?
"Você?" Eu perguntei confusa.
"Sempre preparada! Evangeline te treinou bem. Mas, pode abaixar a espada nunca irei te fazer mal, você é minha filha." Ele diz com a voz branda e quase emotiva.
Meu pai? Esse homem é meu pai?
"Sim, sou seu pai." Disse ele no mesmo tom.
E parece que sabe o que eu estou pensando. Eu abaixei minha espada hesitante e a escondi no meu vestido. Nos meus vestidos, tinha cintos com bainha escondidos onde eu podia esconder espadas. Parece que minha mãe sabia disso.
"Sinceramente, me magoa você pensar de mim desse jeito. Eu sempre estive por perto, mesmo que você não soubesse. Era o jeito de protegê-la, estando ausente, de certa forma." Ele explicou.
Uau! É muita informação para um período só.
"Eu sei que é. Eu imagino o quanto esteja confusa. Mas, saiba que pra tudo pode contar comigo. Maya, você é especial. Vai ser a única semideusa que terá o mesmo poder que seu pai. Eu ajudarei lidar com isso, mesmo que pra você não esteja presente." Ele disse olhando para mim com seus belos olhos.
What? É isso mesmo que eu ouvi?
"Eu me lembro da primeira vez que vi sua mãe. Ela estava em um jardim, acariciando as rosas e sentindo o seu perfume. Assim que a olhei eu simplesmente me apaixonei. Eu não me orgulho do que fiz... eu dei uma de Zeus e me disfarcei de seu marido quando ela estava sozinha, mas teve um momento em que eu a deixei ver quem sou." Ele disse rindo. "Quando ela percebeu, ficou espantada e seu marido nos encontrou. Eu sabia que ela ficaria grávida. Eu esperei o seu reles marido a isolar da sociedade. Humpf! Que homem orgulhoso! E eu me aproximei dela de novo. Ela se apaixonou por mim. Ela é tão simples e diferente do que eu pensava. Foi triste ter que deixa-las, fui obrigado pelo meu belo irmão." Ele disse sarcástico. E um raio cruzou os céus em respostas.
"Eu ainda não entendo o que isso tem a cer comigo." Eu perguntei hesitante.
Ele desceu da fonte, veio até a mim e segurou minhas mãos.
"Você tem noção de quanto é importante? Não só para o nosso mundo, mas para mim?" Ele me perguntou com o olhar cheio de ternura.
"Não." Respondi sincera.
"Você é importante. Não importa quantos filhos eu terei. Você é a única e sempre será. Vocês duas!" Ele confessou e evaporou como a água em seguida. No mesmo instante em que Alec apareceu.
"O que está fazendo sozinha?" Alec perguntou ao me ver. Eu ainda estava na mesma posição, absorta com tudo que ele me falou. Ele se aproximou de mim e segurou minhas mãos que ainda estavam paradas no ar.
"Estava falando com meu pai." Eu sussurrei, alto o suficiente para ele ouvir.
"Com Poseidon?" Ele perguntou cético.
"Sim." Eu sussurrei novamente.
"Uau! O que ele te contou?" Ele perguntou.
Curioso, hein!
"Que eu importava para ele." Eu falei firme, saindo de meu estado absorto.
"Uau. Queria que meu pai fosse como o seu." Ele disse rindo.
"O namorico tá muito bom. Mas, vamos pombinhos!" Disse Angel travessa. Eu corei na hora. Alec soltou uma de minhas mãos e me trouxe para perto de Angel. Ele soltou minha mão e caminhou silenciosamente.
"Que discreta!" Eu sussurrei pra ela sarcástica, acompanhando Alec que seguia à frente.
"Você sabe que eu sou boa em ser discreta." Disse irônica.
"Percebe-se!" Eu falei outra vez com ironia.
Eu me perdi novamente em pensamentos. Eu tinha o mesmo poder que meu pai? Era por isso que benevolentes me atacavam antes mesmo de eu saber que sou uma semideusa? Confuso!
Fomos até o hall do castelo e encontramos minha mãe e meu irmão nos esperando. Eu corri até meu irmão, não esperando mais um segundo sequer. E ele ao me ver estendeu os braços e eu me atirei neles. Ele me deu um abraço forte, me girou no ar e me pôs no chão. Eu novamente o abracei e as lágrimas fujonas começaram a escorrer.
"Não chore, pulguinha." Ele disse carinhoso, secando minhas lágrimas.
"Só me prometa que vai se cuidar." Ele disse apreensivo.
Eu fui até minha mãe que já se desmanchava em lágrimas, a abracei e começamos chorar como duas criancinhas.
"Ele ama você." Eu sussurrei. E ela me encarou confusa.
"Ele ama você, ele confessou. Desde o momento em que a viu." Eu falei baixinho em seu ouvido.
"Sério?" Ela perguntou.
"Seríssimo." Eu disse me afastando dela.
"Filha, se você quiser você pode morar com a gente quando acabar o verão. Não precisa ficar lá para sempre. O seu povo precisa de você." Ela disse triste.
"Tudo bem." Eu sussurrei. "Eu só preciso de um tempo para entender essa parte de mim." Eu falei convencendo a mim mesma.
"Bom, a carruagem está esperando vocês." Ela disse limpando as lágrimas.
"Adeus. E dê um abraço em Maxon e América por mim." Eu disse animada.
Eu desci a enorme escadaria, ladeada por Alec e Angel.
Nós encontramos uma bela carruagem nos esperando. Vendo que nossos lindos pegásos e mais uns cavalos iriam conosco.
...
Oi meus lindos!
Tá ai mais um capítulo para nossa alegria!
Muito obrigada por tudo e até a próxima semana!
Beijocas!

Bela_lima

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora