Capítulo 73: Plano Perfeito

580 44 36
                                    

Eu o olhei incrédula, sem conseguir ver a lógica naquilo que ele me disse. Coloquei as mãos na cintura e suspirei pesadamente.

Por que logo aquele tapado tem que ir conosco?

Revirei os olhos com insatisfação, assoprando uma mecha cor de bronze que insistia em cair sobre meus olhos, que por sinal, fuzilavam meu pai.

Onde fui me meter?!

"Por quê?" Eu perguntei sisuda, sentindo meu nariz torcer em desgosto.

"Porque Apolo é a escolha perfeita para te acompanhar. E, também, para me relatar tudo o que acontecer."

"Ainda não me convenceu." Eu retruquei altiva.

"Você não vê a lógica perfeita desse esquema?!" Ele fez uma pausa dramática, como quem era o cientista louco planejando a próxima invenção. Eu ri sem consegui me conter.

"Apolo é o doido varrido da família. Ninguém liga pra o que ele faz, nem pra onde vai. Até Zeus deixa ele quieto, desde quando ele cuida do domínio dele. É o plano perfeito!"
...

"Plano perfeito uma pinóia!" Eu resmunguei sem me conter, enquanto eu me ajeitava na sela, incomodada com o falatório contínuo e sem sentido de Apolo.

Tem certeza que esse cara é o meu primo?

"Maya, eu não sou burrico de carga, fica quieta!" Tempestade reclama, revirando os olhos.

"Desculpa, Tempestade." Falei em um muxoxo.

"Qual é o problema, Maya?" Inquiriu Angel com uma invejável tranquilidade, pondo seu cavalo ao lado do meu em um trote lento.

*Nota da Tempestade: Cavalo é a tua mãe aquela doida varrida que se envolveu com o doido do seu pai que gerou você, que é mais doida ainda!

"Nenhum. Só estou irritada." Falei com enfado, em um suspiro profundo.

"Humm, sei! Você está irritada porque tem uma babá. Uma babá louca que é capaz de dar a comida do bebê pro cachorro e a comida do cachorro pro bebê." Ela sorriu zombeteira mas, ficou aturdida com tal constatação. A sua careta de assustada me fez dar uma pequena risada.

"É por aí mesmo. Não sei se vou aguentar isso a viajem toda." Eu falei aborrecida, observando Apollo enfiando frutinhas vermelhas, colhidas pelo caminho, na boca de Alec que olhava pra mim assustado, implorando por socorro silenciosamente com um um olhar esbugalhado.

Na verdade ele enfia as frutas guela abaixo, enquanto Alec se contorcia desesperado tentado não comer aquilo. Apolo falava: Come filhinho, come! Era uma cena assustadora.

Pelo menos eles estão começando uma relação de pai e filho. Só espero que ele não morra envenenado no processo.

"Ah não vai ser tão mal assim... vai ser muito bom contar com a força de um deus quando as coisas apertarem. Mas pelo outro lado..." Ela parou para ver Apolo e Alec desceram do cavalo. E riu ao ver a cena.

Alec brigava com Apolo que conseguiu fazer com que ele comesse as frutinhas de procedência duvidosa. Apolo ria sem parar com Alec que tentava vomitar a frutinha selvagem que comeu. Alec ficou roxo pela força que fazia pra vomitar e desabou no chão sem forças, estarrecido.

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora