Capítulo 49: Medo

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Eu acordei e lembrei a situação de merda à qual eu me encontrava. Meus olhos permaneciam fechados. Já estava cansada de desmair toda hora e trazer mais preocupações inoportunas para meus amigos.

Já imagino a cara de preocupação e de aborrecimento de Angel por estar escondendo coisas dela.

Acho que dessa vez não sairei ilesa de seu interrogatório.

Já imaginava a cara de desconfiado de Alec, que não é bobo e já percebeu que escondo algo dele, mais uma pessoa pra ajudar Angel em seu interrogatório.

Apesar de fazer nem dois dias que estou nesse lugar, pra mim já parece que se passou semanas. Meses. Uma grande merda!

Eu acho que os outros já estão começando a desconfiar de que algo está errado comigo.

Isso me parece um belo jogo de xadrez e me fizeram de peão. Mas, eu vou mostrar que ninguém brinca comigo. Se eu faço parte de um jogo de xadrez, eu serei rainha.

Sou rainha, porra!

Putz! Não dá mais pra adiar, uma hora ou outra vou ter que acordar. Uma hora ou outra terei que encarar meus amigos, terei que encarar Angel. E o pior, terei que encarar Alec.

Alec. Será que nós estamos juntos de novo? Eu não sei qual é o lance entre a gente. Só sei que sou um imã, que por mais que resista, sempre será atraído pelo seu oposto. Sempre serei atraída por Alec! Sempre darei um jeito de voltar para ele, por mais que eu resista ou negue.

É certo que ele é um idiota, jegue, imbecil e um total ciumento. Mas, sinceramente, estou nem aí! Seremos dois idiotas juntos.

Eu amo ele e não posso negar, acho que só sentia uma mera atração pelo capitão. Que agora, eu não sinto mais nada por ele, a não ser irmandade.

Eu senti o perfume amadeirado de Alec, e os seus braços quentes e confortáveis ao redor de mim. Os mesmos que por mais que o tempo passe ou que haja uma longa distância entre nós, sempre saberia reconhecê-los, pois eu voltaria somente para eles.

Eu estava deitada em seu peito, sentada em seu colo e senti quando ele apoiou seu queixo em minha cabeça. Achei essa hora perfeita pra acordar.

Abri meus olhos levemente e toquei em sua mão suavemente.

"Desmaiei de novo, não é? Que droga!" Eu falei baixo, quase manhosa, ainda sentindo a sensação boa de estar em sus braços, sentindo o calor que emanava de seu corpo.

"Sim. Pode ir me contando o que aconteceu, senhorita Hallford!" Ele disse brincalhão, não fazendo tanta pressão. Mas deixando claro que queria uma resposta.

Me ferrei!

"Não quero preocupar você, Alec. Vocês já estão na merda por mim, não tenho porquê de encher sua cabeça com mais preocupação." Eu sussurrei treiste com a voz um pouco embargada, mas fiz questão de deixar minha voz firme. Estava mais aliviada por conseguir contar o porquê de esconder cousas deles.

Alec suspirou e ficou em silêncio por alguns instantes. De repente, ele me colocou de lado em seu colo, como se eu não pesasse nada e fosse uma criança. Franzi o cenho confusa, mas permaneci em silêncio para ver na onde daria sua ação.

Ele levantou meu queixo suavemente e me fez encarar seus lindos olhos verdes.

"Maya, não tem porquê você colocar todo peso do mundo em suas costas. É peso demais pra uma pessoa só. Você não vai me encher de preocupação, você só vai dividir sua carga comigo. É pra isso que eu estou aqui, é por causa disso que eu sou seu noivo. Nós estamos juntos, você jamais estará sozinha! Se você anda, eu ando. Se você corre, eu corro. Se você luta, eu luto. Estamos juntos, Maya." Ele disse suavemente, mas com firmeza em suas palavras.

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora