Capítulo 66: Ensandecida

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O que você faz quando seu inimigo mata a pessoa mais importante da sua vida? A resposta é simples: você enlouquece!

...

Aquele grito saiu rompante de minha garganta que ficou como brasa assim que ele saira. Assim como o resto do meu corpo ficou, ardente pela raiva, pela ira. Todas as tochas que estavam acesas se apagaram nos proporcionando uma imensa escuridão.

A única luz era a luz pálida da lua. Mas se fazia eficiente ao iluminar quase tudo.

Parecia que todas as células do meu corpo entraram em combustão. O ar saía e vinha para meu pulmão com voracidade. O mar se agitou.

A batalha cessou com o meu grito de agonia. Meu pai tinha uma expressão surpresa, o Titã mantinha seu desdém. Todos pararam, tudo parou. Assim como o meu coração que parou quando o dela parou.

O vento frio da maré açoitava minha pele como agulhas finas e gélidas. O barulho das ondas batendo contra as rochas era incessante assim como o som do vento tempestuoso. Mas, eu não sentia nada, não ouvia nada, só via tudo em vermelho. O meu mundo se fragmentou em dor e raiva.

O mar se mantinha agitado e ficava cada vez mais enfurecido, assim como eu. Outro grito saiu de minha garganta, dessa vez de raiva.

Meus cabelos tinham vida própria e pareciam flutuar sem controle. Eu estava sem controle.

Outro grito. E uma aura azul me envolve iluminando toda caverna, iluminando a escuridão. Outro grito e a aura expande emanando uma onda de vento que afastou e derrubou a todos, menos os deuses e o Titã.

Meus punhos se fecharam com fúria e olhei para a parede da caverna com agonia. Transtornada, olhei para Peitho com o rosto tomado pela raiva. Apontei para ela e disse:

"Você! Você morre hoje!" Eu falei com um sorriso sádico, Peitho que acabara de se levantar me olhou assustada.

Eu não reconheci a minha voz. Ela estava forte, imponente e louca. Eu estava ensandecida.

Em um rompante de raiva eu bati meus punhos no chão com toda minha força. Ocasionando um grande terremoto e ocilações no chão e este se fragmentou como papel. Uma onda de poder repercutiu junto com as ocilações do terremoto.

As paredes da caverna tremeram ruidosamente, assim como o seu teto. As paredes começaram a ruir e o teto despencou aos poucos no chão. Eu apontei minhas mãos para o teto e um vento forte e turbulento afastou as pedras formando um arco nos circulando, o que outrora era a caverna que me aprisionou por tanto tempo.

No fim todos nós ficamos expostos à luz da lua.

Eu levantei a cabeça em direção a lua e sorri maquiavélica. Eu abaixei minha cabeça e olhei para Peitho que me olhava assustada. Atenas e meu pai me olhavam com preocupação.

Brad e Ethan tinham um olhar assustado e transtornado. Chloe se aninhava em Hill, elas tinham um olhar perdido assim como Ares que estava mais afastado, ainda com ela em seu colo. Me recusei a olhar dessa forma. Não pudia. Era inadimissível para mim.

Audrey e Alec me olhavam com medo de que eu fizesse alguma merda. Hades me surpreendeu, ele sorria maroto, um sorriso de satisfação.

Eu olhei para ele e sorri de volta, mas não era um sorriso habitual era um sorriso doentio. Mas, alguém me tirou atenção de Hades.

"Maya!" Alec disse com ousadia. Eu desviei o olhar de Hades e olhei para Alec com menosprezo.

Ele deu um outro passo calmo, mas sem titubear, como se tivesse falando como uma fera. Quando ele iria dar mais outro passo, Hades o segurou pelos ombros e sussurrou:

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora