Capítulo 72: Barganha

669 53 61
                                    

Maya

Alec e Brad realmente me surpreenderam por sua sinceridade e por seu caráter que demonstra que ambos são bons homens. Ganharam um ponto comigo hoje.

Mas, quero deixar claro para qualquer um que nada mudará na minha história entre eu e Alec, ou melhor, já mudou. Pois, ela não existe mais.

O que ele fez pra mim ... não sei sequer explicar. Ele me machucou da pior maneira que poderia fazer, quando eu estava mais vulnerável, quando eu mais precisava de ajuda.

Ele me machucou não foi pelo jeito que me tratou, foi por insinuar que eu machuquei minha amiga de propósito.

Nesse momento, ele não pareceu ser o rapaz que eu conheço desde que eu era um bebê, ele não pareceu ser meu amigo que sempre me salvava em momentos que eu estava lascada. Ele pareceu ser um monstro, meu carrasco.

O pior foi ver o meu melhor amigo, o cara que eu pensei que iria ser o pai dos meus filhos, acreditar que eu machuquei sua irmã porque quis. Ele acreditou que eu poderia matá-la se tivesse chance!

É como se eu não o reconhecesse mais. Como se fosse uma outra pessoa que tomara seu lugar. E foi isso que me fez perder o chão. E me faz acreditar que não o conheço mais. E me faz ter certeza de que não quero as mesmas coisas que queria antes.

Eu tenho certeza que já não somos mais os mesmos. Só não sei se isso é bom ou ruim.

E aqui estou com as minhas contradições. Tentando me convencer de que o único motivo a qual o deixei vir conosco foi unicamente pela vantagem em batalha que me daria.

A quem estou querendo enganar?

Jamais deixaria de lado o meu colega de berço fora da luta que pode dar fim a minha vida. Mas, definitivamente ele está fora do meu coração. E eis aí outra contradição.

Eu acho que não só pedi para ser complicada, acho que saí berrando pedindo para ser doida.

E aqui estou em meu quarto emprestado pela dona Emy tentando loucamente ignorar meu pai, filho de uma rapariga doida, que não para de pegar no meu pé porque, segundo ele, eu quero me suicidar.

"Para Maya! Tu tá ficando louca, minina? Tu quer se suicidar? Como assim que vai você e só mais três pessoas cuidar daquele filho de uma rapariga véia?" Ele falou exaltado, exasperado e eu diria ultrajado até.

Aff! Ele xinga igual a mim. Porque temos de ser parecido até nisso? Acho que estou revirando meu olhos mentalmente.

"Mocinha, não xinga sua vó, não! Se ela ouvir isso ela bate em você depois bate em mim. Afinal, você esqueceu que quase morremos. Se você morrer também eu morro, sua doida! Tá querendo me matar também? E não revira esses olhos mocinha! Eles são bonitos demais para tal." Ele disse dando outro de seus chiliques.

Vish! Revirei os olhos de verdade. Mas, que bichinho metido! Tem que se gabar até dos meus olhos que saíram iguais aos seus.

Revirei os olhos de um novo. Não sei se por instinto ou para irritá-lo. Ele assim que me "ouviu" conversando com Angel e os rapazes. Ele quase teve um infarte, segundo ele e esperou eu ficar sozinha para puxar-me as orelhas. As vezes essa ligação era incoveniente demais.

"Pai!" Dei um guincho com raiva misturado com irritação e sei lá mais o que.

"O que foi, doida? Eu quase morro do coração e tu que se ofende? Você é filha de sua mãe mesmo! Ô, mulheres difíceis eu fui arrumar!" Ele falou com a mão na cintura, revirando os olhos. Por sinal, a mão na cintura já estava desde o início dos seus chiliques.

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora