Capítulo 71: Difícil

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Brad narrando:

Eu acompanhei Ares saindo do quarto de sua filha com uma expressão que expressava tudo: Alívio. Após, sem querer, ouvir toda aquela conversa difícil entre pai e filha.

Eu não tinha culpa, era um ímpeto grande demais para ser controlado, assim que sai e me apartei do quarto. Foi só ouvir algumas palavras alteradas de Angel que, quando dei por mim, já estava na frente da porta do seu quarto escutando tudo, decidindo se deveria interferir e ser morto ou ficar quieto e me corroer por dentro com aquela discussão.

Não tenho culpa de ser dotado com uma boa audição.

Mas, ainda bem que foi o contrário do que eu previra. Não sei se teria coragem de interferir algo tão pessoal de Angel e sair vivo de lá sem ela me matar antes.

Eu senti o olhar sereno de Ares pousando em mim, tão quanto o seu pequeno sorriso, que eu me perguntava se foi mesmo para mim.

Minha boca se abriu por uns instantes surpreso com aquela atitude do deus da guerra. Era claro que ele sabia que eu estava aqui escutando, ele era um deus afinal.

Vish! Será que ela sabe que eu estou aqui. Se ela souber eu vou ser um homem morto.

Eu o fitei até ele desaparecer do meu campo de visão, dobrando o corredor, onde minha vista não o alcançava, mas, meu ouvidos, sim.

Distraído com os passos de Ares, eu senti perto de mim o calor da minha deusa e congelei com um sorriso sem graça. Virei lentamente para fitá-la, não precisando me virar para notar que ela se encontrava com os ombros escorados no batente da porta com a mão nas cinturas e um olhar irritadiço. Ela se encontrava bem do meu lado, no mesmo batente a qual estava escorado, perto de mais de mim.

Engoli em seco, sentindo uma expressão apavorada dominar meu rosto e um calor descomunal tomar posse de mim. E olha que sou bem acostumado com calor! Mas, isso não é um calor normal, eu bem sentia isso.

"Então o senhor estava me espiando, certo?" Ela falou zombeteira, mas sua voz sôou grave demais, sinalizando o perigo de minha ação.

Eu travei não conseguindo terminar o movimento para olhar seu rosto. Abaixei meu olhos, parecendo um menino pego em flagrante. E, para piorar, sentindo meu rosto corar.

Então ouvi sua risada e eu levantei meus olhos incrédulo. Ao ponto de ver  sua cabeça levemente levantada e a sua mão na barriga, ao ponto de ouvir o quão incrível era sua voz.

Acho que tô pirando.

"Você é tão engraçado e fofo." Ela disse ainda rindo.

Eu estreitei os olhos como se tivesse ouvindo o pior dos insultos. E ela olhou pra mim e deu outra risada.

Ela abaixou a cabeça e me fitou com seus belos olhos verdes, parecendo duas pedras de jade. Pela pouca distância que havia entre nós, nossos rostos também estavam próximos e parece que ela só percebeu isso agora.

Eu olhei com intensidade para seu rosto pequeno e delicado, mas com traços fortes, assim como sua personalidade. Seus olhos de jade me atraiam como a mariposa que é atraída para luz. Eu abaixei meus olhos para seus lábios rosados delineados por um leve batom. Me perguntei se ainda recordava da textura e do sabor de seis lábios. E por um segundo eu quase não resistir ao ímpeto que fazia martelar meu coração contra o peito. É tão tentador!

Ela é uma difícil tentação!

Não resisti e me aproximei mais, mais do que era possível, mais do que era permitido. Eu estava brincando com fogo e eu iria me queimar.

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora