022; - Sobre princípios.

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NAQUELA FASE, você tem duas escolhas. Você pode escolher entre a felicidade do momento, ou a gratidão de seus pais, mas isso não incluiria os sentimentos bons, não significava que você seria feliz. Regulus escolheria esse caminho, Lucio, Narcissa, qualquer um da Sonserina que tem os pais fascistas.

Aurora não fez sua escolha ainda. Sirius e Camila escolheram a felicidade, e ela deve tudo aos seus pais, não admitirá para James, mas uma enorme dúvida carregava seu coração. Se ela fizesse tudo isso, fazeria por seus pais, não por si mesma, porque já se deu conta do quanto era errado.

Após Camila ser expulsa, seus pais não compareceram em mais nenhuma reunião de comensais, mas eles não mudaram de ideia, disso tinham certeza. Nesse momento, Fawley estava deitada sobre o peito de James, em seu dormitório, pensativa enquanto ele alisava seus cabelos.

 Nesse momento, Fawley estava deitada sobre o peito de James, em seu dormitório, pensativa enquanto ele alisava seus cabelos

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(Pov: Aurora Fawley)


Estávamos devidamente vestidos, seus amigos tinham saído pra ir pra Hogsmeade e ele me chamou pra ficar com ele. Me apresentou a cama de cada um dos marotos e logo estávamos aqui.

— No que está pensando? - Perguntou, olhando para mim, e eu levantei meu olhar para os seus olhos azuis, um sorriso sem graça escapando de meus lábios.

— Em nada. - Dei de ombros, acariciando sua barriga.

— Uma foda pelos seus pensamentos. - Brincou e eu ri, dando um tapa em seu braço.

— Larga de ser idiota. - Falei, e ele riu também. O clima se confortou e meu sorriso sumiu, me perguntando se eu poderia confiar nele. E aquilo me lembrou de quando ele contou para Regulus que tínhamos transado. Por que ele fez aquilo?

Eu não contei pra ninguém. Absolutamente ninguém. Estávamos bem agora, mas em segredo, mas isso voltou a minha cabeça junto com a mesma dúvida.

— Por que você contou para Regulus que tínhamos transado? - Perguntei, ele não deveria ter dado satisfação para ninguém.

Não devia fidelidade a mim, mas pelo menos um respeito aos nossos segredos. James se ajeitou na cama, ficando de frente para mim, e tirou meus cabelos de frente de meus olhos. Respirou fundo antes de dizer.

— Queria provar para mim mesmo que eu não sentia um mínimo de atração por você. - Admitiu, e eu senti minhas bochechas esquentarem. Foi idiota? Foi! James sempre era idiota, mas não deu pra controlar meus humores.

— Ainda é apaixonado por Lily? - Perguntei, involuntariamente. Quis desfazer a pergunta no momento em que a falei. E quis enfiar minha cara em um buraco quando o vi sem resposta.

Era óbvio. Porque a pergunta? Era a Lily Evans, a ruiva inteligente que o ignorava desde que ele se entende por gente. Eu não iria ficar no meio de sua confusão idiota sobre mim. Esse idiota de óculos só queria transar e me usar como prazer pessoal.

James pensou. Aí estava a resposta. O verdadeiro significado de “quem cala consente”. E honestamente, eu não era a garota mais incrível de Hogwarts que disputaria Potter.

Seu coração pertence a Lily, talvez sempre tenha pertencido.

Assenti com a cabeça, sem demonstrar muitos sentimentos. Não estava surpresa, na real eu nem sei qual era o sentimento que invadia minha cabeça e deixava um gosto amargo em minha boca. E sua primeira palavra fez meu corpo reagir.

— Aurora… - Ele sussurrou, e então eu me sentei na cama, capturando minha capa que estava jogada no chão.

— Não, James, você não me deve satisfação.

— Me desculpa, eu gosto da Lily desde que me entendo por gente, caralho! - Falou e eu respirei fundo.

— Eu não vou ficar no meio de você e da sua cabeça confusa, Potter. - Falei, me levantando da cama e ele foi logo atrás, peguei meus coturnos que estavam no chão.

— Só, por favor, relaxa! - Ele pediu, claramente triste.

Fui até a porta, mas bem na hora em que eu iria a abrir, ele foi arreganhada, mas não pelas minhas mãos. A imagem de Sirius, Remus e Peter foi vista, chocados por me encontrar em seu quarto. Se antes eu estava envergonhada, agora era o triplo.

Meu queixo caiu, e o deles também. Os olhos arregalados e eu senti James passar as mãos pelos cabelos, notando o quanto estava piorando toda a situação. Antes dava pra controlar, mas agora? Aquilo era a prova concreta de que escondemos algo, algo que não era de agora, o tipo de coisa que se chegasse aos ouvidos de outra pessoa, eu iria passar o resto de meus anos escolares na residência Fawley gritando de desespero.

Para os meus pais, a melhor forma de aprendizado é a agressão, a tortura. E eu não sou do tipo de querer me jogar contra uma varinha pra salvar um amigo, ou sequer me jogar contra uma varinha para minha felicidade. Eu preservo a mim mesma.

Mas nem daria pra eu evitar devido as descobertas. O mínimo que eu tinha pra fazer agora era improvisar, ou eu poderia virar as costas e fingir que nada aconteceu. Virei e olhei para James, que me olhou de volta.

— Tchau, Potter. - Soou como uma despedida, porque era uma. Não iríamos continuar ficando no sigilo, aquilo era o fim dos encontros de madrugada, os beijos escondidos, os bilhetes nas aulas.

Saí pelo corredor sem derramar uma lágrima e sem olhar para trás ou sequer levantar meu olhar, não querendo olhares curiosos dos marotos.

Vazei de sua comunal e fui direto para os dormitórios da Sonserina, com medo de ser questionada sobre algo, ou alguém. Eu não estava apaixonada por James, estava bem tranquila. Pra mim é como um término qualquer, um término que eu já esperava.

Óbvio que Potter ainda era apaixonado por Lily Evans, minha pergunta foi totalmente idiota sendo que eu já sabia a reposta. Normalmente nós fazemos perguntas sobre coisas que temos dúvidas, que não sabemos, não sobre algo que já temos certeza. Não tenho ideia do que houve comigo para eu não me controlar.

Meus pensamentos estavam a mil, não conseguia me concentrar em uma só coisa. Foi quando tudo se calou quando eu esbarrei contra alguém. Mas não qualquer alguém, era Camila. Mas, seus olhos… estavam vermelhos, os cílios molhados, ela me olhou, confusa.

— O que rolou? - Perguntou, ela notou que eu não estava bem apenas com seu olhar.

Uma dor no peito surgiu, mas eu ainda não quis chorar, não havia motivos para isso.

— Por que está chorando, Aurora? - Sua pergunta fez minha mente voar, meus dedos encontraram meu rosto, molhado e então eu me dei conta, eu estava chorando, e eu nem havia notado.

— Eu… Eu não sei. - Comentei, olhando para meus dedos agora molhados, em choque. Senti meu nariz escorrer e meus cílios molhados.

Porque eu não senti meu choro? Era negação? Eu tenho algum problema? Que tipo de pessoa não sente lágrimas escorrendo sobre a pele?

E novamente os meus pensamentos ficaram a mil. Um barulhão ecoando pela minha cabeça. Levantei meu olhar, para olhar em sua face, também molhada e vermelha.

— Você também chorou. O que aconteceu? - Perguntei, preocupada.

Sua expressão mudou, o cenho franzido, a boca se abriu e os olhos se encheram de lágrimas, ela iria chorar, algo muito grave deve ter acontecido para ela estar sendo tão expressiva.

— Aurora… - Sua voz travou em meu nome quando ela começou a soluçar. — Minha mãe se matou…

𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍, (James Potter)Onde histórias criam vida. Descubra agora