𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍, (James Potter)

023; - Marotos e companhia.

AURORA SE ENCONTRAVA na comunal da grifinória, junto de Camila e os marotos, a Nott pediu para sua melhor amiga ir junto, e Fawley sabe o momento certo para ficar perto de alguém que claramente estava precisando, e sabia que sua melhor amiga precisava dela.

A essa altura, todos tentavam consolar Camila, que se sentia confortável nos braços de Sirius e sendo consolada por ele. Estava o grande grupinho em frente a lareira, o fogo esquentava a sala marcada com vermelho e amarelo. Aurora vestia uma blusa preta de gola alta, por cima um suéter verde, calça moletom e clássicos coturnos.

Ela conseguia notar o olhar de James o tempo todo sobre a mesma, mas ela o ignorava, porque não era uma prioridade no momento. Era chocante os soluços de Camila, que infestava o local inteiro com sua dor. Lily estava lá, Marlene McKinnon, e alguns outros que Aurora não conhecia, que inclusive os apelidou de "Marotos e companhia."

Fawley era a única pessoa em pé, o sofá inteiro estava ocupado por algumas pessoas espaçosas e outras que estavam sendo espremidas, James estava na poltrona e Remus no braço do sofá. Sirius e Camila estavam no tapete do chão, abraçados.

Aurora observava tudo, atenta, sabendo que não era bem vinda ali. Queria uma confirmação de que a Nott estava bem, ou ficaria bem, para então ir pro seu dormitório. Foi um dia triste e cansativo.

— Algo deve ter acontecido… - Marlene supôs, como um conforto.

Mas aquilo tudo era uma enorme surpresa, a mãe de Camila? Se matar? Porquê? Qual o motivo seria de tamanho desgosto ao ponto dela tirar a própria vida? E certamente não foi apenas por Nott ter fugido de casa, tinha algo ali.

Ela se aconchegou nos braços de Sirius, limpou as lágrimas e respirou fundo.

— Dumbledore apenas fez essa confirmação, encontraram ela morta perto do lago que ficava próximo a minha antiga casa. - Disse, com os olhos fixos na lareira. — Ele disse que ela se afogou de propósito.

Aurora se encontrava devastada para pensar. Não estava em prantos, mas a mãe de Camila sempre ofereceu biscoitos para as duas quando ainda eram pirralhas, quando dormia em sua enorme mansão e apesar de nunca se dirigirem uma a outra - exceto para assuntos sobre o lado das trevas - sentiria falta da presença dela.

E aquele era um momento sensível para Camila, e saber que a garota estava rodeada de amigos e se abrindo para cada um deles fez seu coração se apertar. Porque em toda sua vida, Aurora nunca vira a Nott chorar.

Chorar de soluçar, chorar da forma que se encontrava chorando. E principalmente, estava rodeada de pessoas que estavam preocupadas com ela. Em seu grupinho da Sonserina nunca houve isso, eles se sentavam em uma rodinha como esta apenas para discutir sobre deveres a cumprir a respeito de Lord Voldemort.

Aurora sequer se lembra da única vez em que Lucius a perguntou se ela estava bem, provavelmente nunca havia acontecido.

Mas era bom saber que ela estava protegida ali.

— Falou que sua pele estava pálida, os olhos arregalados, cílios molhados. - Ela falou, com a voz embargada, os olhos brilhando repleto de lágrimas. — Os cabelos úmidos… - E foi nesse embalo em que ela voltou a soluçar e chorar mais ainda.

Sirius a apertou contra seu corpo, a abraçando, e sussurrando consolos em sua orelha, como “está tudo bem”, “estou aqui agora” e o principal “vai ficar tudo bem”. Eles formavam um casal fofo e inesperado. Fawley jamais imaginara que um dia os dois acabariam juntos e unidos.

Seus olhos involuntariamente subiram até a face de James, que não era a das melhores. Ele claramente gostava de Camila, ela era uma ótima amiga, mas Potter tinha várias amigas. Bem, isso não é uma coisa para pensar no momento.

Ela desviou o olhar quando os olhos dele encontraram os dela, onde a direção que Aurora observou foi a ruiva nascida trouxa que se encontrava com uma expressão desconfortável.

— O que mais Dumbledore disse? - Remus perguntou, encarando o casal sentado sob o carpete, claramente chateado pelo luto de sua amiga.

Todos ali eram amigos de Camila de repente? Verdadeiros? – Aurora pensou.

Camila limpou as lágrimas e respirou fundo.

— Não me disse mais nada. Me dispensou e falou que caso tivesse mais novidades me chamaria. - A Nott respirou fundo, jogando os cabelos para trás e colocando mechas atrás de suas orelhas, seu olhar subiu em direção a sua ex-melhor amiga. — Ele também falou que queria conversar com você.

Aurora ficou sem reação, os olhares de todos foram até ela e ela sentiu sua pele empalidecer. Que aleatório, Camila quem perdeu a mãe e o diretor queria falar com ela?

— C-Comigo? - Soltou uma leve gaguejada, cruzando os braços, nervosa pelos olhares dos grifinórios.

— Sim, disse para encontrá-lo em sua sala amanhã. - Camila afirmou, ainda tristonha e pensativa.

Aquilo estava cada vez mais estranho. Fawley se manteve calada, sem saber como reagir, apenas franziu o cenho esperando os olhares que estavam sob ela se desviarem. Mas naquele lugar restou apenas a dúvida de por que logo Aurora Fawley ele queria conversar? Diretamente com Alvo Dumbledore, um bruxo esplêndido, e gigante.

Ela se perdeu nos próprios pensamentos por longos minutos, pensando no que poderia ter acontecido para o diretor de Hogwarts ter convocado ela. Será que foi algo com sua família? Talvez um recado do Lord das Trevas? Algo sobre o suicídio da mãe de Camila talvez?

E ainda por cima, como se não bastasse tudo que estava acontecendo relacionado ao mundo bruxo, ainda havia seu maldito caso com o desgraçado do James. O idiota conseguiu a deixar desconcertada falando sobre Lily, algo que ela não esperava que causasse uma reação em si mesma.

Levando em conta que acreditava fielmente que não sentia nada por ele. Era apenas um foda ou outra, não havia motivos para sentimentos. Aurora notou que o grande grupinho começou a iniciar um bate-papo relacionado às teorias e reclamar do preconceito dos sangue puro, ela pensou que seria o momento perfeito para meter o pé.

Sem saber como chamar atenção, ela pigarreou, já que eles pareciam ignorar sua existência, algumas vezes algumas pessoas mandando indiretas sobre o bullying em geral da escola. O olhar de todos foi até ela, e todos ficaram em silêncio, se calando para escutá-la.

Mas ela tinha que admitir que o olhar de James era um tanto quanto desconcertante, até ela ignorar as vozes da cabeça e desviar a troca de olhares.

— Bem, acho que seja o motivo para eu me retirar. - Aurora falou, sem graça, abaixou os olhos para Camila. — Você vai vir comigo?

— Fica aqui. - A Nott pediu e ela arregalou os olhos.

— Isso não era uma opção. - Rebateu, com rispidez. — Vim aqui por sua causa. - Deu de ombros, sem se importar se estava ofendendo ou não. — Mas já que não vai voltar comigo, vou retornar sozinha. Os monitores já devem estar vagando pelos corredores.

Ela virou a cabeça, encarando a prova, respirou fundo e olhou novamente para todos, sem saber como se despedir.

— Acho que vou indo. Boa noite… eu acho. Vejo vocês amanhã. - Se despediu, nervosa. Virou de costas e saiu de perto com sua cabeça a mil por hora.

Muita coisa aconteceu nessas últimas horas, provavelmente se conseguisse sequer dormir por 1 hora, seria muito.