024; - Aquele em que pensa em si mesmo.

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ALVO DUMBLEDORE FOI um dos maiores bruxos que Aurora chegou a conhecer. Seu nome completo era tão grande que poderia facilmente ser reconhecido como um monarca, ele era alto, magro e continha barbas e cabelos branquinhos, digno de ser reconhecido como a figura de Papai Noel.

Mas se tem uma coisa que jamais esperava era que a senha para entrar em sua porta fosse um de seus doces favoritos, bala de limão era azeda, na perspectiva de Fawley, comeu apenas uma vez em toda a vida e decidiu que era o suficiente. Ela atravessou a gárgula de pedra que desapareceu de sua vista  e sentiu ela se fechar em suas costas.

A sala tinha um formato circular com muitos retratos de diretoras e diretores anteriores. Havia centenas de livros nas prateleiras e algumas mesas finas que continham instrumentos de prata que zumbiam e emitiam pequenas nuvens de fumaça. Também havia um caldeirão que parecia funcionar, o que significava que fazia alguma coisa nele. Mas entre todos, o mais surpreendente, era sem sombra de dúvidas, a Fênix que estava na mesa central.

Elas eram muito difíceis de se domesticar, Aurora já tinha lido sobre elas em algum livro. E pessoalmente, ela era linda. Queria se aproximar do animal, e tocar nele, porém sua preocupação em como seu dedo sairia caso o fizesse era maior. Viu os olhos se abrirem e naquele momento ela percebeu que era um macho.

Esses animais eram extremamente leais a seus donos, por isso se surpreendeu quando a Fênix ao vê-la, abaixou a cabeça, se curvando em sua direção. De um jeito mais explícito; estava pedindo carinho. Ficou hesitante na escolha entre realizar seu desejo ou preservar seu dedo.

— Pode acariciá-la, ela não irá te bicar. - Ouviu a voz grossa e envelhecida de Alvo Dumbledore, e se afastou do animal no mesmo segundo.

— Prof. Dumbledore! - Ela exclamou, em um susto. — Não tinha o visto.

— Claro que não. - Ele rebateu, descendo as escadas e caminhou até seu bicho de estimação, ficando perto da mais nova.

Ela ficou em silêncio, nervosa enquanto analisava a Fênix ceder ao carinho do idoso e subir em seu braço.

— Creio que já sabe sobre sua espécie, então serei direto quanto ao seu nome. Fawke. Está servindo a mim há exatos 38 anos. - Olhou para Fawley.

— É muito tempo.

— Considerando que são imortais, é muito pouco. - Comentou, Alvo. — Ela parece ter gostado de você.

Aurora sentiu as pontas de seus lábios se curvarem, formando um breve sorriso. Dumbledore estendeu o braço em sua direção, para que acaricie o animal, e ela o fez, hesitante e com medo. Em silêncio, Fawke após sentir os dedos de Fawley, foi até o lugar onde era, provavelmente, sua casa e se manteve ali, quieta.

— Porque me chamou aqui, Prof. Dumbledore? - A moça foi direta, cruzando os braços enquanto analisava a Fênix.

— Eu a vi defendendo uma nascida trouxa no pátio, a alguns dias. - Ele falou, tranquilamente. — Foi muito corajosa.

Ela sentiu as bochechas enrubescer de vergonha devido ao elogio de um bruxo tão significativo de um bruxo tão grande e poderoso. Se aquilo foi coragem mal conseguia imaginar o que ele havia feito em toda a vida que significava o dobro daquilo.

— Nem sei porque fiz aquilo. - Foi sincera. — Agora estou excluída de meu grupo de amigos. E eu nem deveria ter defendido ela, é uma sangue ruim, e merece o pior.

Dumbledore se manteve em silêncio e Aurora pensou se deveria mesmo ter usado tais palavras, às vezes dizia as coisas da boca pra fora, principalmente quando o assunto era ser preconceituosa, afinal, ela foi criada para ser daquele jeito. Obviamente se culpava por ainda usar tal vocabulário, mas suas ideologias não deveriam mudar.

𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍, (James Potter)Onde histórias criam vida. Descubra agora