025; - 13 horas.

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FAZIA EXATAS 13 horas desde a última vez que Aurora vomitou. 2 semanas após sua reunião com Dumbledore, e dois dias desde sua última interação com James durante a aula de poções nas quais Potter queria conversar com ela e Fawley resmungou apenas um "Cale-se!" E foi nessa linha que ela foi retirada de sala e ganhou uma detenção.

Hoje teria jogo de quadribol novamente, Grifinória contra Sonserina e como sempre, todos os alunos eram de certa forma, obrigados a assistir e torcer por suas casas. Aurora não se sentia intensamente interessada por tais esportes, preferia as festas após toda a partida de comemoração.

O tempo estava frio, cada vez mais perto do início do 6° ano letivo, ela vestia seu cachecol, saia, capa e tampões brancos de orelhas para cobri-las da temperatura. Seus cabelos lisos estavam jogados para trás, e ela estava ao lado de Camila por pura conveniência.

Talvez pelo fato de que ninguém mexia com a Nott, mas todos falavam mal da mesma pelas costas. O que Aurora achou um absurdo, mas por não serem mais amigas, não poderia reclamar. Camila e ela às vezes trocavam olhares estranhos e desconfortáveis, como quem precisava conversar, mas não dava.

A Nott ainda estava intrigada com o fato de que Fawley não se importava consigo mesma. Após passar toda a vida sendo cobrada pelos pais (que nunca se preocupavam com seu bem-estar) sobre sempre aparentar estar com uma boa aparência, mas não necessariamente estar bem, não via motivos para se preocupar com isso.

O jogo foi tenso, Regulus era o apanhador da Sonserina e James era o da grifinória, e James... Nossa! Ele tinha um talento especial para aquele esporte, era surpreendente sobre o quanto ele era incrível e corajoso, capaz de fazer muita coisa para conquistar o pomo de ouro.

E a Sonserina, bem, a Sonserina gostava de ganhar, não importava a forma como chegaria nessa conquista. Aurora se virou para o lado para encarar sua amiga.

- Porque tá namorando ele? - Perguntou, curiosa, sabendo que ela olhava para Sirius, mas se remexendo desconforto ao receber apenas um olhar confuso. - Ele é um traidor de sangue.

- Você não entende mesmo.

Sua voz foi amarga como um doce ruim, entrou pela sua garganta e a Fawley sentiu vontade de desmaiar, não sabendo identificar se era por causa que não comia desde que vomitou ou se aquela história a deixava enjoada. Aurora simplesmente ficou quieta enquanto sentia o estômago se remexer, levantou o olhar e voltou a encarar a partida, sentindo o vento arrepiando cada centímetro de seu corpo.

Camila claramente não queria continuar no assunto, sua resposta deixou óbvio. Mas ela se perguntava, quando se apaixonou e ficou disposta a largar tudo por causa de Sirius? Conhecia a Nott desde a infância, e nunca ter notado os olhares atrevidos a deixava com uma sensação de falsidade.

Talvez por si mesma.

Respirou fundo enquanto se perguntava quando ela soube que estava apaixonada pelo Black, quando percebeu que começou a desenvolver sentimentos por ele, e principalmente, porque se apaixonou por ele?

Mas Aurora não fazia ideia do que era o amor, Camila pensou. Nunca amou ninguém, não como se fosse um insulto, mas nunca teve a sensação. Mas Camila gostava muito de Sirius, e sabia que ele gostava muito dela também.

- Sirius viu uma parte em mim que ninguém nunca viu, Fawley. - Nott murmurou, e olhou para a garota que não soube como reagir.

Talvez todas as provocações, brigas, ignorância e grosseria entre os dois fosse mais sobre como enxergam primeiro os defeitos de ambos para depois se entenderem. Isso era ridículo na percepção de Aurora, em sua mente só existia um tipo de amor; O amor brega através de amizade ou onde não existe amor.

Apenas estão ali, cumprindo seus papéis como dois namorados sem de fato de amarem. E naquele momento, Fawley percebeu que a única visão que tinha de amor, era dos seus pais, nos quais não se amavam, pelo menos nunca pronunciaram tal palavra em sua frente.

O mais próximo que ela chegou a ver em uma interação romântica dos dois foi quando seu pai beijou a bochecha de Abigail para se despedir dela e sair de perto. Aquilo deixou tanto a mãe quanto a filha surpresas.

Mas era, de certa forma, deprimente. Aurora endireitou a postura, jogou os cabelos para trás, já que estavam invadindo o colo de seu pescoço e a olhou.

- Se você está feliz, acho que minha opinião não deveria importar. - Afirmou, olhando bem para a Nott, que em seguida deu um sorriso.

- Obrigada. - Camila comentou, abraçando a garota em um conforto aconchegante.

Nunca se deram conta de como sentiam falta de seu abraço, da sensação em se sentir protegida nos braços uma da outra, aquilo era necessário e Aurora seria capaz de fazer tudo por sua amiga. Se separaram e voltaram a prestar atenção no jogo, Camila parecia mais animada agora, já que gritava e torcia, mas em dúvida se torcia para o namorado e os amigos ou a própria casa.

Aurora se mantinha contida, sem querer gritar ou fazer muito esforço. Se sentia exausta por algo que nem ela sabia exatamente o porquê.

No final do jogo, a Grifinória acabou ganhando, então todos desceram até o campo para comemorar e pular, já que havia sido um jogo muito difícil. Porém algo inesperado aconteceu. Camila se perdeu no meio da multidão, provavelmente procurando Sirius, Aurora sentia um gosto de sangue subir pela sua garganta e permanecer em sua boca, afetando todo seu paladar. Sentia a pele pálida e seu rosto suar.

Os olhos se fechando, possíveis náuseas e tudo parecia rodar. Ela não havia se drogado e estava daquele jeito, era perturbador. Tudo que se lembrou foi de uma voz, gritando seu nome. Antes de tudo se apagar e ela sentir as pernas fraquejarem.

- AURORA!

𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍, (James Potter)Onde histórias criam vida. Descubra agora