𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍, (James Potter)

026; - Preocupação.

JAMES POTTER SE ENCONTRAVA em um extremo desespero ao ver Aurora deitada sobre a maca da enfermaria. Ao redor dela tinha Camila, ele, Sirius que foi apenas pela namorada, Remus que ao seu dizer foi porque quis e Peter que só estava ali porque todos os marotos estavam.

— Por que ela desmaiou? O que aconteceu? - O garoto de olhos claros repetia a pergunta pela décima vez.

Nem ele entendia porque estava tão preocupado, apenas estava. Quando Aurora caiu em seus braços após o seu grito, sua única reação foi a abraçar e a carregar até a enfermaria. O que foi fácil considerando que seu corpo estava frágil como o de um esqueleto.

Ela não estava morta, mas seguia pálida. Como folha de papel mesmo, mas nenhuma parte de seu corpo estava rosada. Nem mesmo as bochechas nesse frio. E o pior; ela estava suando. Parecia estar com febre, mas o canto interno de sua boca parecia sangrento, ele estava preocupado.

— James eu já o respondi, estava tudo bem em um momento, e no outro eu a vi nos seus braços desmaiada! - Camila afirmou, alterando o tom de sua voz.

— Onde está McGonagall que não chega nunca? - Potter resmungou, apreensivo. Ele andava de um lado para o outro, tenso.

— Desde quando se importa com ela? - Peter perguntou, e nem ele saberia responder, mas foi salvo pela entrada de Dumbledore, Minerva e Madame Pomfrey no ambiente.

— Graças a Merlin. - James murmurou.

— Meu senhor! - Madame Pomfrey exclamou, correndo em direção a garota que se encontrava em estado mórbido na cama, sequer se movia. Alvo e Minerva se aproximaram de uma vez ao ver que quem estava ali era Aurora.

— O que aconteceu? - Ouviram a voz do diretor.

— Estávamos vendo a partida de quadribol, professor. Estava tudo tranquilo, e então descemos e desde então Aurora ficou estranha, mas eu não suspeitei de nada e procurei Sirius, imaginando que não seria nada grave. Então escutei o grito de James e fui correndo ver ela. - Camila contou, detalhadamente, nervosa por explicar algo que nem ela sabia como dizer.

Alvo pareceu analisar a situação antes de encarar Minerva com um olhar misterioso para todos presentes, provavelmente desconfiado de algo. Naquele momento, James pensou que poderia estrangular o diretor caso isso resultasse em uma resposta para o que estava acontecendo, porque se tem alguém que deve saber de algo que ninguém sabe, esse alguém é ele.

— O que foi? - Camila perguntou, sabendo que não foi a única a ficar curiosa.

— Fale com Madame Pomfrey, Minerva. - Alvo ordenou, a professora McGonagall assentiu e se distanciou junto da enfermeira. Dumbledore encarou os jovens. — Os cinco. Venham até minha sala.

Saiu como uma ordem, e então todos foram até o escritório que ficava em um local longe da enfermaria. James tentou dizer que preferia ficar aguardando ali esperando notícias, mas estava curioso para saber o que estava acontecendo. Então apenas foi junto com os outros até o escritório de Dumbledore.

Ele estava nervoso, talvez pelo fato de Aurora estar com a aparência de um cadáver e ele estar indo da direção de apenas ia caso fosse levar uma bronca de modo delicado. Era estranho. Todos os marotos e Camila estavam ali, prestando atenção em cada movimento de Alvo.

— E então? - Sirius perguntou. Curioso.

— Creio que já tenham estudado sobre profecias, estou certo? - O mais velho perguntou, já sabendo o óbvio.

— Sim, mas o que isso tem a ver com Aurora? - Camila cruzou os braços, sentindo a mão de Sirius ser apoiada em seu ombro.

— Aurora desmaiou, provavelmente por causa de uma grande exaustão negativa ou por sua aparência, parecia não comer fazia um tempo. - Alvo explicou, sem dar muita importância para a pergunta da Nott.

Camila se remexeu no lugar e James estranhou. Todos os marotos se encararam, ainda confusos. Aquelas palavras não ajudavam muito.

— E o que isso tem a ver com profecia? - Perguntou Remus.

— Foi só uma dúvida. - Dumbledore deu de ombros. — Estão dispensados. - Avisou, e todos ficaram quietos antes de sair da sala.

Remus e Peter ficaram resmungando, sem entender porquê foram chamados para lá se não fosse dar em nada. James caminhou até Camila, agora todos se encontravam andando pelo corredor.

— Porque Aurora passou mal? - Potter foi direto.

— Eu não sei. - Rebateu a garota, secamente.

— Você ficou estranha quando Dumbledore disse aquela suposição. O que aconteceu, Camila? - Ele parou de andar, parando em sua frente para encará-la.

A Nott não soube o que dizer, encarou Sirius de rabo de olho e depois voltou a encarar James, todos em silêncio enquanto analisavam a cena.

— A… Aurora… - Engoliu em seco, pensando em como dizer isso.

Camila sentiu os olhos se encherem de lágrimas, pensando em como poderia dizer isso em voz alta sem se tornar extremamente doloroso. Sirius a apoiou com o olhar, e Potter seguiu confuso.

— A Aurora tem transtorno alimentar. - A Nott murmurou, mas aquilo foi o suficiente para James escutar. E ele sentiu o coração se apertar. — Ela deve ter passado muito tempo sem comer, por isso deve ter desmaiado, mas eu não sei…

A voz de Camila se tornou um zumbido em meio a reação que ele estava tendo.

Foram como se facas tivessem atravessado seu estômago e em seguida subiram direto para seu coração, mas como se isso não bastasse, pareceu como se tivessem esmagado repetidas vezes faltando apenas picá-lo em pequenas partes. E ele por alguns segundos, duvidou que não tivessem o feito, pois a dor parecia tão real.

Ele nunca imaginaria, jamais passou pela sua cabeça que Aurora Fawley, a bruxa com mais confiança de Hogwarts, a princesa da Sonserina, a preconceituosa narcisista, jamais passou pela sua cabeça que ela teria simplesmente algum tipo de dúvida com o próprio corpo.

Potter já viu ela, nua, vestida, e ela era perfeita, e tão confiante, e ele jurava que nunca tinha visto alguém com traços tão irreais quando viu Aurora pela primeira vez. Porra! Nunca imaginou que isso pudesse passar pela sua cabeça.

Ele queria que ela se enxergasse como ele a enxerga, sem nenhum defeito, apenas ela. Apenas a perfeita e confiante Fawley. James respirou fundo, passando a mão pelos cabelos.

E então, enquanto todos observavam, ele saiu de perto.