Sob o fogo

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Fuyuki e eu voltamos a treinar no dia seguinte. Ele me acordou horas antes do sol nascer e não me deu trégua até que eu cai ofegante no chão. Ele limpou o suor da testa e ajeitou suas luvas antes de me dar uma garrafa com água.

S/n: Eu não aguento mais, não nasci pra ser ninja, nasci pra ser empregada mesmo...

Fuyuki: Vamos, se recupere logo porque não acabamos.

S/n: Você nem me deixou dormir direito, estou de pé na força do ódio.

Fuyuki: Então acho bom esse ódio continuar durando por mais um tempo.

Eu gemi em reprovação e forcei meu corpo, levantando do chão, deixei a garrafa de lado e prendi meu cabelo novamente.

Fuyuki: Quer tentar criar a arma com seu chakra?

S/n: Não, mas você não vai me dar opção.

Fuyuki: Exato. O segredo é mentalizar o que quer criar, daí é só moldar o seu chakra. Para criá-lo, você vai precisar se concentrar o suficiente para seu chakra sair em fios, assim como quando você toca o violino. Simples assim.

S/n: Não parece nada simples...

Fuyuki: Então comece logo, porque só vamos parar quando você fizer isso e uma outra coisa.

S/n: Eu te odeio, sabia?

Fuyuki: Não estou aqui para que goste de mim, estou aqui para manter você respirando.

E eu achando que ele seria uma pessoa legal... escolheu mal, pai. Escolheu muito mal.

Me concentrar nunca foi tão difícil, sempre me distraia com algo e o Fuyuki me mandava recomeçar, ele fazia tudo ficar três vezes pior. Quando consegui finalmente concentração suficiente, abri meus olhos e vi as linhas do meu chakra rondando meu corpo, em segundos, ela se transformaram em uma katana de lâmina azul brilhante com o símbolo do clã.

Fuyuki fez um teste, batendo uma pedra na lâmina para ver se era resistente o suficiente e para o meu alívio, ela era. E pela primeira vez, vi uma expressão de aprovação naquele rosto pálido dele.

Fuyuki: Meus parabéns. Agora só tem que me atacar.

S/n: Sério? Só isso? Não tem mais nenhuma lição de como eu deveria usar isso?

Sem me responder, Fuyuki lançou-se em minha direção, me esquivei dele no puro reflexo e empunhei a katana de maneira mais firme, ela parecia assumir qualquer movimento sozinha, se movendo como se tivesse vida própria. E eu sabia que não podia ser eu, nunca usei nada disso na vida.

A luta parecia empatada, eu não conseguia acertar ele e vice-versa, a katana era mesmo muito boa. Fuyuki saltou por cima de meu corpo e chutou minhas pernas por trás, me derrubando de joelhos no chão e segurando meu pescoço.

Fuyuki: Você está melhorando, mas ainda tem um longo caminho pela frente. O importante é que você dominou a katana.

S/n: Não seria o contrário? Porque eu não fiz nada além de segurá-la.

Fuyuki: Claro que fez, ela não sumiu, logo, você conseguiu se manter focada para o chakra não se desfazer, isso não é tão fácil assim.

Isso foi um tipo de elogio?

Me levantei do chão e a katana sumiu, Fuyuki ajeitou os fios de seu cabelo e tomou um longo gole de água.

Fuyuki: Por último, só quero um jutsu de bola de fogo.

S/n: Por que precisamos de fogo?

Fuyuki: É bem simples, faça o jutsu e simplesmente se queime.

S/n: Você tá falando sério mesmo? - Soltei um riso sem graça.

Fuyuki: Falo sério, confia em mim. Faça o jutsu.

Não me sentia segura em fazer isso, mas não tive como recusar. Ao fazer o jutsu e rezar para todos os deuses que existiam, eu queimei meu corpo, mas para a minha surpresa, eu não sentia dor alguma, minha pele não estava queimando.

Dei uma boa olhada no meu corpo e realmente, não tinha nada de diferente, além do fogo ser azul. Na verdade, tudo era azul quando se tratava de mim e desse sharingan.

S/n: Eu tô parecendo uma tocha humana - dei risada, balançando minhas mãos. - Que bizarro, como isso é possível?

Fuyuki: Já disse, novo sharingan, novas possibilidades.

S/n: Não sei se isso é muito bom, queimou minhas roupas...

Fuyuki: Você tem várias. Para finalizar, você só precisa me atacar.

S/n: De novo? Eu tô cansada!

Fuyuki: Terá o resto do dia livre e amanhã também, vamos logo.

Isso é melhor do que nada.

Fuyuki se colocou em posição de ataque e esperou que eu fosse primeiro, ele ainda era mais rápido do que eu e evitava meus socos com a mesma facilidade de sempre. Fuyuki se abaixou, me dando uma rasteira e se afastou para que eu pudesse levantar.

Uma vez de pé, eu voltei a atacá-lo, concentrando meus golpes em qualquer parte que não fosse direcionada a sua cabeça. Fuyuki parecia estar com medo de se queimar muito, evitando meu chute, eu girei e dei um soco em seu estômago, o fogo do meu punho se alastrou rapidamente por sua roupa, obrigando ele a retirar a blusa rapidamente.

S/n: Hum... foi mal aí.

Fuyuki: Tenho várias iguais a essa, tudo bem.

S/n: E então, eu ganhei?

Fuyuki: Hum... é ... pode-se dizer que sim...

Fuyuki jogou um uma toalha por cima de meus ombros quando o fogo do meu corpo se apagou e voltamos para dentro.

Obito: Seu treinamento envolve tirar as roupas?

S/n: Quem me deram... - mordi levemente meu lábio inferior.

Fuyuki: Foi só um jutsu, para de pensar safadeza.

S/n: De todo modo, tô indo tomar um banho.

Meu banho levou um longo tempo, me troquei assim que acabei e sequei meu cabelo. Ao abrir a porta, encontrei com Madara no corredor, eu quase não o vi desde que viemos morar aqui.

Madara: E aí, como tá indo seu treinamento?

S/n: Bem, por que quer saber?

Madara: Não posso mais me interessar pelo que você faz?

Ele se aproximou, colocando uma mão na parede bem ao lado da minha cabeça, ele se inclinou e algumas mechas de seu cabelo caíram para frente do seu rosto. Por que o perfume dele era tão gostoso?

S/n: Não é do seu feitio se importar com o que eu faço.

Madara: Besteira, me importo com todo mundo.

S/n: Fala logo o que você quer antes que eu te reduza ao pó.

Madara: Ganhou um olho novo e já se acha a fodona, que engraçadinha... - ele pegou uma mecha do meu cabelo.

S/n: Um olho melhor do que o seu. - Minha fala saiu carregada de convicção.

Madara: Que tal se nós dois fizéssemos as passes? Você só precisa parar de resistir.

S/n: Claro, vai sonhando que eu vou fazer qualquer coisa com você. Então se já acabamos, pode sair de perto de mim?

Fuyuki: Não ouviu? Ela foi alta e clara, se afaste. - A voz dele ecoou como um trovão.

Madara: Esse babaca nem sempre estará por perto.

Qual é o problema dele? Meu Deus. E eu não estava incomodando ele desde que saí para ir encontrar o Fuyuki.

Fuyuki ficou ali até Madara sumir dentro de seu quarto e me guiou para a cozinha, esquecendo o que aconteceu agora pouco, eu estava morrendo de fome.

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A empregada Uchiha (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora