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Hazel

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Hazel

Não importa o quanto eu corra, a sua presença maligna não para de me acompanhar e os meus esforços jamais me salvarão da sua ira ferina. A mata escura e densa não me ajuda muito. Socorro! Tenho vontade de gritar, mas eu sei que o meu grito atrairá aquele a quem estou lutando com todas as minhas forças para escapar. Ele consegue sentir o meu cheiro e pior, consegue ouvir os meus sons, principalmente os da minha respiração. Não importa quão escondida eu esteja, eu sei que ele me encontrará e que logo encontrarei o meu fim.

Extremamente ofegante, paro a beira de um precipício e o meu desespero preenche parece partir a minha alma ao meio.

Cautelosa, me viro para o encarar o meu fim. Ele tem um par de olhos vermelhos em cólera e as suas presas que me avisam claramente que não escaparei do seu ataque. A fera sabe que não tenho uma saída. Portanto, os seus paços de caçador são lentos e intimidantes, enquanto avalia a sua vítima. E com um salto o lobo parece se agigantar sobre mim, erguendo as suas garras escuras e pontiagudas.

— AH! — Resfolego, puxando o ar com força e ao abrir os meus olhos deparo-me com o teto branco do quarto de hóspedes. Respiro fundo algumas vezes, segurando firmemente o pingente do colar em formate de uma lua no meu pescoço. Uma pedra amarelada que reluz sempre que o astro se apresenta na sua nova fase.

Água, eu preciso de um pouco de água. Penso, saindo da cama e saio silenciosa do quarto, esgueirando-me pelas sombras do longo corredor. Minutos depois, adentro a cozinha, mas para a minha surpresa Tristan está lá. Ele parece transtornado, porém, absorto em seus pensamentos. Contudo, algumas cicatrizes grossas em suas costas me chamam a atenção. Elas são como garras profundas rasgando as suas carnes e me pergunto onde ele as conseguiu. Me pergunto se devo entrar no cômodo, ou simplesmente dá a meia volta e voltar para quarto.

É melhor deixá-lo sozinho. Decido, girando nos meus calcanhares. Entretanto, eu mal dou um passo e escuto o som do seu rosnado baixo, porém, rude.

— Você não precisa ir sempre que eu estiver por perto. — Ele diz repentino, mesmo sem ver, sabe que estou aqui. Portanto, solto um suspiro baixo e forço-me a me virar para olhá-lo, no mesmo instante que ele se vira de frente para mim.

O semblante de Tristan parece caído e dolorido também, provavelmente teve mais um daqueles pesadelos. Céus, ele parece cansado e pelos deuses eu gostaria de poder ajudá-lo, porém não ouso. Não depois do que aconteceu naquela.

— Me desculpe, eu não queria atrapalhá-lo! Eu só... quero um pouco de água e prometo voltar para o meu quarto. — Escuto o som da sua respiração. Ela está pesada como se estivesse presa dentro dos seus pulmões e em silêncio Tristan vai até uma geladeira, pega uma garrafa com água, serve um pouco em copo e me estende. Contudo, o que acontece depois parece me arrastar para dentro de um corredor ardente em chamas altas e devastadoras.

Um simples roçar de dedos simplesmente me quebrou por dentro, trazendo-me uma visão tão dolorosa quanto sangrenta. Duas feras enfurecidas se atacando com extrema violência em meio aos seus rosnados, com suas presas sedentas de sangue e com garras afiadas como lâminas, rasgando as suas peles, arrancado pedaços, violando os seus membros e em algum momento um deles penetra o coração do outro, arrancando-lhe a vida. O vencedor solto um uivo estrondoso, erguendo o lobo inerte a altura da sua cabeça. Entretanto, antes de jogá-lo como se ele não fosse nada no chão o seu olhar vermelho e rude encara o meu deixando um rastro negro de puro medo dentro de mim.

A REDENÇÃO DO ALFA - O Legado do rei.Onde histórias criam vida. Descubra agora