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Tristan

— Fiquei sabendo de como matou a fera de fumaça apenas com uma simples adaga — falo com fingido desdém, porém, sem esconder o meu orgulho.

A verdade, é que Hazel está roubando de mim o que eu tenho de mais precioso. O meu amor que um dia pertenceu a minha companheira e pior, não é um amor sublime como o primeiro, nem é frágil ou carinhoso. É um sentimento forte demais, tão forte que chego a julgá-lo indestrutível. E confesso que sempre fui adepto a mulheres fortes e guerreiras. Não era o caso da Kyra pois ela precisava da minha proteção quase sempre e não era o caso da Hazel também... até agora.

Seu sorriso lindo me desperta, atraindo toda a minha concentração apenas para ela.

— Me mostre como fez isso? — peço, após prender o meu cavalo a um tronco de uma árvore e ela faz o mesmo com o seu.

No centro de uma terra cercada por árvores tão altas e frondosas paro de frente para a minha santa guerreira e espero pelo seu ataque, mas ela não faz.

— Você diz aqui e agora? — indaga achando graça. Contudo, permaneço sério.

— Por quê, está com medo de fazer isso comigo?

Seu sorriso se amplia, mas ela está receosa.

— Medo de você? — Sinto um pouco da sua petulância nessas suas palavras.

— Então, eu não te causo medo?

— Não, nenhum medo.

— Vamos, Hazel, me mostre! — Faço um gesto de mãos para ela vir para cima de mim.

No ato, a garota puxa uma adaga dourada da sua cintura e devo dizer que isso me deixou em chamas. Desajeitada, Hazel manuseia o objeto e caminha a minha espreita, porém, sem tirar os seus olhos dos meus. Essa droga é envolvente demais, mas preciso manter o meu controle na missão de prepará-la para o inevitável. A final, quero que ela esteja pronta para uma das piores batalhas que eu já vivi na minha vida.

— Primeiro, o monstro avançou sobre mim. — Ela falar, colocando um certo suspense na sua voz. Contudo, continua à espreita e manuseando a lâmina afiada. — Depois, o Tino surgiu bem na minha frente para me salvar do ataque da fera e quando ela o atacou, tomei coragem e enfiei a minha adaga nas suas costas.

Ela solta uma respiração frustrada quando termina de contar a sua história.

— E foi isso, ele simplesmente evaporou no ar.

Rio.

— O que esperava, alguma resistência do monstro?

— Pelos deuses, não! — Minha garota arfa, levando uma mão para o seu peito do lado do coração. — Juro que eu estava morrendo de medo dele. É que, contada por mim parece tão sem graça.

Meu sorriso se amplia.

— Me ataque, Hazel! — peço repentino, recebendo em troca um olhar surpreso.

— O que?

— Quero que tente enfiar essa adaga em mim, santa! — rosno seco, encarando-a com firmeza.

— E por que eu faria isso, Alfa?

— Porque eu estou mandando! — retruco um tanto autoritário.

— Oh! — Ela balbucia e ainda aturdida a observo segurar a pequena bainha e no ato Hazel me avalia por alguns segundos, provavelmente procurando o seu melhor momento.

Se é que ele existe para ela agora.

O meu olhar canino fica atento aos mínimos movimentos seus, até que ela se impulsiona para frente, estendendo a sua mão armada na minha direção e com um movimento rápido seguro firme no seu pulso, puxando-a com um rompante, a empurrando para o lado.

A REDENÇÃO DO ALFA - O Legado do rei.Onde histórias criam vida. Descubra agora