Pão com Alface? - (Moralinn 🍎x🍋)

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⎯﹐𑁯ᰍ ﹕Visão do Morajo

Eu acabei tirando o moletom, e percebi que o algorithymus já tinha se infestado pelo meu corpo.
Eu estava em desespero, o Torajo provavelmente iria achar que eu era um traidor e que eu traí a confiança dele.

Fui para o banheiro que tinha no quarto e me olhei no espelho, eu não sabia o que fazer, fazer tempo que eu não me via daquela forma.

Se não me controlasse, acabaria enlouquecendo igual antes, eu tinha que dar um jeito.

Do nada eu escutei um barulho da porta, alguém tinha aberto. Logo fechei a porta do banheiro para ninguém ver, não estava nem aí para quem estivesse lá.

"Quem é??"
Perguntei enquanto ficava na frente da porta do banheiro para ninguém abrir, eu estava sem a chave para poder trancar.

"Sou eu, o Linn."

"Preciso pegar o meu moletom."

Escutei as palavras do Linn, e logo comecei a juntar as peças. Espere, o Linn me entregou um moletom com vestígios do algorithymus? Mas como??

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Na madrugada passada, Linn acordou no meio da noite, por que estava com fome. Foi fazer um pão com alface, quando escutei o barulho da luz do quarto do Morajo sendo acesa. Talvez eu tivesse o acordado com o barulho? Não faço a mínima idéia, eu não tinha feito tanto barulho assim.

Me sentei na mesa e comecei a comer meu pão com alface enquanto pegava meu celular e via alguns vídeos e abria o bloco de notas, para ver as anotações que o Torajo tinha deixado que era o roteiro dos próximos vídeos.

Enquanto eu via aquilo, eu só conseguia pensar em uma pessoa, o Morajo.
Em nenhum dos roteiros, eu fazia algum vídeo com ele, e logo a pessoa que eu mais confiava.
Até pensei em questionar com o Torajo uma forma de poder gravar vídeos com ele, já que só tinha vídeos comigo e a Zulmi.

Fiquei com um rosto sem graça, e me levantei da cadeira depois de terminar o pão. Somente coloquei o prato na pia e fui para o meu quarto, passei em frente ao quarto do Morajo e a luz ainda estava acesa.

Pensei em bater na porta para saber o que tinha acontecido, mas eu resolvi não o perturbar.

Talvez ele tenha tido um pesadelo, quem sabe? Amanhã eu converso com ele.

Fui para o meu quarto e me sentei na cama, somente acendendo o abajur ao lado da minha cabeceira.

Fiquei um tempo alí somente pensando e raciocinando sobre a vida, e sobre os momentos bons que eu tive com o Morajo.
Pensei em dar alguma coisa especial minha para ele, já que ele tinha se tornado uma pessoa muito querida minha.

Quando eu estava preste a me deitar, lembrei de algo.
O moletom que eu tinha dado ao Morajo. Não era o mesmo que eu estava fazendo experimentos naquele dia?

Arregalei os olhos de surpresa e saí correndo do meu quarto para ir até o do Morajo.

Nem pensei em bater na porta, só abri com medo de ter acontecido algo com ele, ele não saberia como conter aquela gosma.

Diferente daquela vez que ele pegou o algorithymus, ele estava mais fraco. Portanto, aquela pequena gota, tinha elementos radioativos que fazia com que a personalidade e a força de uma pessoa ficassem sobrehumana.

Percebi que o Morajo não estava na cama, e provavelmente tinha ido para o banheiro, eu estava soando frio, o que eu tinha acabado de fazer?? Eu tô destruindo um amigo!

"Morajo abre essa porta!!"

"Eu sei que você foi consumido pelo algorithymus denovo, deixa eu te ajudar.. por favor!"

Fui até a porta do banheiro, e toquei nela levemente, depois indo até a maçaneta.

"Não vou abrir, estou ocupado."

Morajo me respondeu, era nítido o desespero na voz dele, ele precisa de ajuda, mas não queria que eu o ajudasse.

Talvez por traumas depois de todos os acontecimentos, fiquei com um rosto amargurado.

"Eu sou seu amigo, não sou? Eu posso te ajudar no que você quiser, amigos servem para isso.."

Morajo então lacrimejou ao ouvir as palavras do Linn e logo saiu de perto da porta enquanto se abaixava no chão.

Aproveitei a oportunidade, e toquei na maçaneta, abrindo a porta então.

Vi aquela cena, ele estava desesperado com medo de ser abandonado e rejeitado mais uma vez.

Cheguei perto dele e me abaixei, colocando uma mão no ombro dele e o puxando para um abraço confortável.

O algorithymus então se foi, já que para poder quebrar isso é necessário uma emoção forte vinda de uma pessoa querida.

Isso aconteceu com o Torajo e o Morajo na primeira vez, e quando aconteceu comigo foi necessário o abraço da minha mãe para me confortar.

Olhei para o Morajo e o dei um sorrisinho amigável.

"Já passou"

Eu disse, tentando o confortar com minhas palavras.

Morajo então enxugou as lágrimas e corou levemente.

"Obrigado."

Ele me respondeu, enquanto nós dois levantamos do chão.

"Ainda está muito cedo, melhor nós dois irmos dormir!"

Morajo respondeu, enquanto eu ia pegar o meu moletom que estava no chão.

"Provavelmente vou ter que queimar isso aqui."

Respondi, enquanto mostrava o moletom velho.

Morajo então olhou para mim confuso, e estava com um rosto de questionável.

"Posso te fazer uma pergunta? E um pouco pessoal, caso não se importe.."

Pensei que não seria nada demais, então resolvi aceitar a pergunta dele. Acenei com a cabeça simbolizando que sim, ele poderia me perguntar qualquer coisa dá preferência dele.

"Como você tinha um moletom com algorithymus?"

Morajo me questionou, com um rosto de dúvida e um pouco frio também. Eu congelei no mesmo instante, como eu iria explicar para ele? Provavelmente acharia que eu sou um traidor ou coisa do tipo.

Não soube o que dizer, minhas palavras não saiam pela minha boca, e o Morajo me olhando fazia com que a atmosfera do local ficasse mais pesada.

"..."

Não sabia o que responder, quais palavras utilizar, ele precisava de uma resposta, mas eu não sabia como explicar.