Encontro

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— HINATA! SEU IDIOTA SAI DE PERTO DELA!

O ruivo deu um pulo e se afastou rapidamente. Tobio se aproximava rapidamente e com uma cara muito fechada. Ayaka nunca o tinha visto daquele jeito, estava sempre irritado mas com ciúmes nunca. Era um novo Kageyama, um ciumento que ninguém viu antes, mas a garota se sentia feliz em saber que ele se preocupava.

— C-calma Kageyama! A gente só tava conversando. – Hinata tentou fugir do moreno que andava furioso em sua direção.

— QUEM CONVERSA TÃO PERTO ASSIM!? – Tobio pegou o ruivo pela gola — Não ouse chegar perto dela desse jeito de novo, ouviu? Minha irmã não merece alguém tão besta igual você.

— Larga ele Tobio! Deixa de ser tão chato, desde quando se importa com quem eu saio? – Ayaka puxou Hinata pela camiseta, quase sufocando o menino — Desculpa Shōyō.

— Tudo bem – O ruivo acariciava seu pescoço, os dois irmãos eram fortes e quase o mataram ali — Não sabia que era tão forte assim, Aya... meu deus...

— Sai daqui Tobio, você só está atrapalhando. – Pela primeira vez, a garota estava brava com o irmão. Raramente se sentia assim em relação à ele.

  O moreno não era acostumado com aquele tipo de tratamento, principalmente vindo de Ayaka. Por algum motivo ele se sentiu irritado quando viu Hinata perto dela, nunca teve sentimento antes, nem sabia que se importava tanto com a irmã. Naquele momento, ele só queria protegê-la das mãos do ruivo e dos seus hormônios, mas parecia um idiota com aquele ciúmes bobo, afinal nunca mostrou se importar com Ayaka daquele jeito.

  Hinata se despediu um pouco desesperado e saiu com sua bicicleta. Eles não estavam fazendo nada demais, apenas se olhando e curtindo o momento, mas não era da mesma forma para os dois. Tobio não disse uma palavra, apenas com o olhar mandou Ayaka para casa. A garota só queria entender o motivo do irmão ter sido tão rude e grosso com seu melhor amigo.

— Você nunca falou assim com ele... muito menos comigo. – Ela olhou fundo nos olhos do rapaz — Você nem se importa, então me deixa em paz.

Ayaka queria ficar com Tobio, mesmo que o garoto tivesse sido idiota. Sentia que ele se preocupava com ela, nem que fosse um pouco, mas odiava aquele jeito grosso e mandão do rapaz, deixando todos os amigos desconfortáveis e irritados com as palavras ruins que ele proferia. A garota precisa ir para casa, para mostrar ao irmão que não estaria com ele para sempre, ainda mais quando Tobio ficava grosso; isso era incomum, sempre estava ao seu lado, independente da situação. Amadurecer é isso: entender que mesmo que você ame alguém, ela tem defeitos que precisam ser entendidos, mas também evitados.

A menina foi para casa sem falar. Se encontrava sozinha, porém sentia a presença de alguém que evitava que Ayaka dissesse uma palavra. Resolveu tomar outro caminho para casa, já que encontraria com sua mãe e seu irmão, e foi pela rua que daria em uma pequena praça isolada, ali tomaria o ar necessário para enfrentar os desafios em sua casa. Precisava passar um tempo longe das ofensas de sua mãe, era o alvo preferido da mais velha que ela usava para derramar todas as frustrações do seu dia. Ayaka não demonstrava, mas sentia-se inferior e triste quando ouvia tais palavras por isso fazia questão de agradar todo mundo e ser a pessoa mais amigável do ambiente.

— Por que está aqui sozinha tão tarde? – Uma voz masculina surgiu na escuridão atrás da garota. Seu coração acelerou de medo, poderia ser um amigo ou algum louco que queria sequestrá-la. Não conseguiu conter aquele sentimento dentro de si e levantou-se como um jato do banco para se afastar — Calma, Ayaka, sou só eu. – A luz do poste revelou o rosto do rapaz que havia lhe assustado, era Tsukishima.

— Ai, idiota! Você me assustou, puta merda.  – Ayaka voltou a se sentar e Kei fez igual. Não entendia o motivo, mas ele sempre se aproximava e ficava perto dela, mesmo que não falassem nada — O que faz aqui? – O loiro apontou para uma casa atrás deles, indicando que aquele era o lugar que morava — Ah...

— Você não respondeu minha pergunta

— Primeiro, não está tarde e segundo, só quis parar aqui para ver a natureza – Não era oito horas da noite, mas estava escuro e ventando, Ayaka conseguia ver a paisagem apenas por causa da pouca iluminação dos postes na área — Não sabia que gostava de passear a noite.

— Sempre venho aqui, mas como não mora perto e nem me conhece, não teria como saber. – Kei balançou os ombros, mostrando não se importar. Ele não desejava a amizade de Ayaka, não queria se aproximar dela ou conhecê-la, principalmente por seu irmão. Mas era inegável a beleza da garota, Tsukishima se pegava admirando os traços de Kageyama, principalmente seu nariz, achava lindo.

Os dois permaneceram em silêncio, apenas aproveitando a brisa fresca que bati em seus rostos. Ayaka não sentia a ansiedade costumeira quando estava com Kei, podia ser livre, por mais que o loiro julgasse tudo e todos. O rapaz transmitia uma paz inexplicável, talvez por suas poucas palavras ou pela intensidade da sua presença, porém quando estavam juntos ela mal sentia as coisas ruins que perturbavam sua mente. Olhou para Tsukishima que tinha os olhos fechados e a concentração voltada somente para sua respiração, ele estava lindo daquele jeito. Por mais que fosse chato, Ayaka não podia negar que o loiro era bonito, algo em seu rosto o tornava encantador, mesmo que sua personalidade falasse o contrário.

— O que foi? – O garoto ainda permanecia com os olhos fechados, mas sentia o intenso olhar de Ayaka — Se quiser, pode tirar uma foto. Melhor isso do que ficar me encarando igual uma estranha.

— Não estou te encarando! É só que... você é muito bonito. – Kei abriu os olhos, visivelmente surpreso com o elogio. Ele não era acostumado com isso, ninguém, além de Yamaguchi, falava sobre sua aparência de forma positiva — Ah, desculpa! Não queria t-te constranger... não era a intenção.

— Tudo bem. – Aparentemente, aquilo incomodou Tsukishima que levantou calmamente do banco — Está tarde, melhor ir embora. – Ele balançou a cabeça se despedindo e saiu antes que Ayaka respondesse qualquer coisa.

  A aura calma que o rodeava sumiu instantaneamente. Por que não gostava de ser elogiado? Pareceu que Kageyama tinha o insultado as piores ofensas possíveis. Ela não entendia Tsukishima e estava bem longe disso, não precisava, mas queria compreendê-lo e ver um sorriso sincero vindo de seu rosto pelo menos uma vez. Se Kei não estava disposto a se abrir para Ayaka, talvez as cartas ajudassem ela a descobrir mais do garoto.

Tsukishima era indecifrável e Ayaka estava pronta para resolver o enigma do loiro.
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Demorei muito pq estava sem ideia e com muita coisa pra fazer.

O capítulo não ficou do jeito que eu queria, mas espero que gostem <3

Paixão Proibida | Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora