Fim

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Terça-feira, 6 de Janeiro de 2015

Os meninos jogavam com força, mas o destino não estava a favor deles. O placar ficava cada vez mais contra o Karasuno e a consequência disso foi uma derrota dolorosa. Por mais que estivessem chateados, teriam outro jogo e uma chance de ficarem em terceiro lugar. Enquanto se preparavam para a próxima partida, Ayaka se aproximou com dificuldade de Tsukishima. Precisava resolver muitas coisas e colocar um ponto final na relação dos dois.

— Oi. – Ela sorriu sem graça — Podemos conversar?

— Claro, o que foi? – Kei deixou a garrafa d'água no banco e se virou para Ayaka. Ele estava suado, com os cabelos bagunçados, exatamente como a garota costumava encontrá-lo.

— O que você quer comigo? – O garoto franziu o cenho, confuso — Você só fode com a minha cabeça. Tem noção do que fez todo esse tempo?

— Não...

— Kei... eu gostei de você desde o momento que cravei meus olhos nos seus. Quando me chamou naquela merda de circo, a única coisa que eu consegui fazer foi ir atrás. Tudo que passamos foi muito especial pra mim e o que você fez? – Ayaka o olhava com muita dor e ele apenas ouvia — Você terminou comigo sem me dizer o motivo, brincou com os meus sentimentos, ficou com a Yuki que claramente me odeia, e agora que estou com Tatsuo, você faz questão de me provocar, beijar minha bochecha e compartilhar o elevador. Qual o seu problema?

— Meu problema é você! – Tsukishima quase gritou, mas, ao perceber os olhares, abaixou o tom de voz — Você é meu problema. Sabe como é uma merda ter que esconder a porra dos meus sentimentos? E te ver com aquele... com Tatsuo não ajuda em nada! Eu odeio te amar. Só quero te esquecer, por que não consigo? – O olhar dele carregava toda a frustração que sentia. Teve que esconder tudo isso por muito tempo.

— O quê? – A respiração de Ayaka estava descompassada, assim como seu coração.

— Eu nunca deixei de te amar, mesmo depois de descobrir sobre as cartas, mesmo depois de todas as nossas brigas. Mas eu fui idiota e sinto muito. – Ela ficou em silêncio — Só queria ter outra chance de provar que eu realmente te quero, sem ser idiota dessa vez.

— Só que eu não posso te perdoar... – Ela tinha uma expressão de desgosto no rosto e o choro preso na garganta — Eu não consigo te perdoar. – A garota respirou fundo, tentando controlar todo o turbilhão de sentimentos dentro de si — Faça um bom jogo, tá?

  Kei olhou para Ayaka, vendo a tristeza e a dor estampadas em seu rosto. Ele queria dizer mais, queria se explicar, mas as palavras não saíam. Ele sabia que o estrago já estava feito, e tudo que ele dissesse poderia piorar a situação.

— Ayaka, eu... — começou ele, mas parou, sem saber como continuar.

  Ela balançou a cabeça, um sorriso triste e vazio se formando em seus lábios.

— Não precisa dizer mais nada. Só... é melhor assim.

  Ayaka deu um passo para trás, sentindo as lágrimas começarem a escorrer pelo rosto. Ela olhou para ele uma última vez, tentando memorizar cada detalhe, cada expressão. Sabia que essa seria a última vez que o veria dessa forma, tão perto e tão distante ao mesmo tempo. Ela visualizava todos os momentos que passaram juntos felizes, todos os sorrisos calorosos que Tsukishima deu e os beijos cheios de paixão.

— Eu te amei, Kei. E talvez uma parte de mim sempre te ame. — Sua voz estava embargada, mas ela tentou manter a compostura — Mas precisamos seguir em frente. Não dá mais.

  Ele sentiu o peso das palavras dela e, por um momento, tudo o que queria era puxá-la para perto e segurá-la, pedir desculpas, dizer que tudo seria diferente. Mas ele sabia que não podia. Não agora. Não depois de tudo. Ayaka se virou e começou a andar, cada passo um esforço para não desmoronar. Kei a observou se afastar, sentindo um vazio crescer dentro de si. Ele sabia que era o fim, mas também sabia, em algum lugar profundo, que aquele não seria o último capítulo de sua história juntos.

Paixão Proibida | Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora