Paixão Proibida | Tsukishima Kei

Abertura

Quinta-feira, 31 de Março de 2016

Vários trens passavam, mas nenhum era o de Ayaka. Kuroo estava nervoso, pensando se a garota realmente chegaria. Ele foi ousado convidando-a para ir a Tokyo, mas sabia do grande potencial que ela tinha. Era uma levantadora excelente, com uma ótima visão de jogo, suas recepções eram boas e seu senso de liderança era impecável. Tetsurō realmente queria ajudar Ayaka, levá-la até o topo do Japão. Quando o trem finalmente chegou, seu coração disparou ao vê-la descer, trazendo consigo a esperança de um futuro brilhante no voleibol.

Ayaka estava visivelmente cansada, mas seus olhos ainda brilhavam com determinação. Ela carregava uma mochila grande, provavelmente cheia de tudo que achava essencial para essa nova fase de sua vida. Kuroo acenou para ela, tentando esconder a mistura de nervosismo e excitação que sentia. Ela sorriu ao vê-lo, um sorriso que parecia carregar toda a esperança e medo que ela tinha em relação ao que estava por vir. Kuroo sabia que esse momento marcaria o início de algo grandioso para Ayaka, mas também para ele. Estava ciente do peso da responsabilidade que assumira ao trazê-la para Tokyo, mas não tinha dúvidas de que era a coisa certa a fazer.

Ao se aproximarem, Kuroo estendeu a mão para pegar a mochila dela, e Ayaka, apesar de exausta, riu e deixou que ele a carregasse. Eles começaram a andar juntos em direção ao futuro que, agora, parecia mais promissor e cheio de possibilidades. Eles caminharam em silêncio até chegarem ao apartamento de Kuroo, onde Ayaka ficaria por alguns dias até se estabelecer. O ambiente era confortável, e Kuroo fez o possível para deixá-lo acolhedor para a amiga. Quando ela entrou, não pôde evitar suspirar de alívio, largando a mochila no chão e se jogando no sofá.

— Bem-vinda a Tokyo, Ayaka. — Kuroo disse com um sorriso, sentando-se ao lado dela.

Ayaka olhou ao redor, absorvendo tudo, e finalmente deixou escapar uma risada leve, mas carregada de nervosismo.

— É um pouco assustador... aliás, sua casa é linda. — Ela respondeu, com a voz firme.

Kuroo sabia que essa era apenas a ponta do iceberg. Ayaka enfrentaria muitos desafios nos próximos dias, começando pelo teste com o Red Rockets. Mas ele acreditava nela, talvez mais do que ela mesma acreditava. E essa confiança mútua seria o que os sustentaria nos tempos difíceis que estavam por vir.

— Fico muito feliz que tenha confiado em mim. – Ele sorriu, simpático.

— Não esquece que você ainda pode ser um louco que quer me sequestrar. – Ayaka brincou, fazendo Tetsurō rir.

— Eu não traria você para minha casa se fosse fazer isso, né?

Ayaka sorriu e eles engataram em uma conversa profunda e divertida. Não sabiam, mas aquele seria o começo de uma amizade duradoura e verdadeira. Kuroo e Ayaka conversavam enquanto se acomodavam no apartamento dele. A troca de brincadeiras ajudava a aliviar a tensão de Ayaka, mas logo a realidade a atingiu. Ela estava em Tokyo, longe de tudo e todos que conhecia, e com muitas emoções não resolvidas. Sua mente voltava constantemente a Tobio e Tsukishima. Ambos haviam sido tão importantes em sua vida, mas agora, sentia-se distanciada deles.

  Nos dias que se seguiram, Ayaka enfrentou desafios. O ritmo de Tokyo era frenético e o teste com o Red Rockets se aproximava rapidamente. Kuroo fazia o possível para apoiá-la, tentando distraí-la e fazê-la se sentir à vontade na nova cidade. Ele a levava para conhecer os arredores, mostrando os lugares que poderiam ajudá-la a se situar, mas sempre mantendo o foco no principal objetivo dela ali: o voleibol. O teste com o Red Rockets foi intenso. Ayaka deu tudo de si em cada saque, em cada levantamento, e, apesar da pressão, demonstrou a habilidade que havia impressionado Kuroo desde o início. Ela era uma líder natural, mesmo sendo nova no time. No entanto, por trás da força que ela exibia na quadra, havia uma tristeza persistente. A distância de Tobio e Tsukishima a corroía por dentro, e ela não podia deixar de se perguntar se havia tomado a decisão certa ao se distanciar deles.