Paixão Proibida | Tsukishima Kei

Divergências

Presente

Os três ouviam Kuroo atentamente. Todas às vezes que ele citava o estado emocional de Ayaka, Tobio sentia uma pontada no peito. Ele havia sido um péssimo irmão, agora poderia ser tarde para consertar as coisas. Quando Tetsurō terminou sua breve história, eles ficaram em silêncio, apenas absorvendo as palavras do mais velho. Tsukishima não tinha ideia de como a garota se sentiu, pensava que ela estava feliz, livre por finalmente sair do interior e viver a vida na cidade grande, mas estava completamente enganado.

— Vocês namoram? – Hinata finalmente fez a pergunta que todos queriam saber.

— Não. – Kuroo desviou o olhar, visivelmente desconfortável — Somos apenas amigos.

— Então por que se beijaram? – O homem ficou sem resposta. Ele deveria falar que faziam aquilo sem sentimento, mas não conseguia. O irmão e o ex dela estavam ali na sua frente, como falaria que transavam às vezes?

— Você me prometeu, Kuroo! – Kageyama disse, irritado — Você me disse aquela vez no Nacional que não tinha outras intenções com Ayaka!

— Eu não tinha, juro! – O moreno ficou um pouco desesperado. Não podia deixar que eles pensassem que gostava de Ayaka enquanto ela estava no Ensino Médio — A gente começou a se relacionar ano passado, m-mas não precisamos falar sobre isso.

— Eu acho que não. – Tsukishima levantou-se — Estou indo.

— Vou com você. – Hinata levantou-se sem olhar para Tobio. A relação dos dois estava pior a cada dia e, mesmo jogando juntos na seleção, mal conversavam.

Tsukishima, sem conseguir esconder o desapontamento e talvez até um pouco de ciúmes, decidiu que não queria mais ouvir nada daquilo.

— Eu acho que isso já foi longe demais. – Ele disse, sua voz fria e controlada, mas cheia de sentimentos não ditos.

Hinata, sem querer prolongar a situação tensa, seguiu Tsukishima, deixando Tobio e Kuroo sozinhos na sala. Kageyama ficou em silêncio, mas sua mente estava em tumulto. Ele queria confrontar Kuroo, exigir explicações, mas as palavras não saíam. Tudo parecia confuso demais. Tetsurō, percebendo a gravidade da situação, finalmente quebrou o silêncio, tentando, mais uma vez, alcançar o amigo.

— Tobio, eu sinto muito... nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto.

Tobio apenas balançou a cabeça, tentando processar tudo o que acabara de ouvir. A relação dos dois, outrora sólida, parecia agora estar à beira de um abismo. As palavras de Kuroo, que antes traziam consolo e amizade, agora pareciam vazias. O impacto dessas revelações, tanto para Tobio quanto para Tsukishima, seria difícil de reparar. Enquanto o silêncio voltava a dominar o espaço, ambos sabiam que, dali em diante, nada mais seria o mesmo. Kageyama foi embora sem olhar para trás. Agora a relação dos quatro estava abalada. Ayaka não queria conversar com seu irmão e seu ex, e agora os dois também não queriam falar com Kuroo.

Segunda-feira, 22 de Novembro de 2021

  Ayaka e Kuroo estavam em uma cafeteria pouco movimentada da cidade de Tokyo. A garota estava com um cachecol enorme em seu pescoço que cobria grande parte de seu rosto, ela fazia de tudo para não ser reconhecida. O moreno adorava a adrenalina de fugir das fãs malucas da amiga, era sua diversão diária.

— Pra onde vai agora? – Kuroo disse, enquanto comia seu bolo de chocolate. Ayaka riu, já que o homem não conseguia comer sem se sujar, e limpou a boca dele.

— Vou pro shopping, quero comprar umas roupas.

— Você já não fez isso semana passada? – Ele tentou morder o dedo da menina que estava sobre seu lábio.