Imprevisto

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Sábado, 25 de Outubro de 2014
3° Dia

Karasuno vs Nīyama

— Karasuno? O time feminino? – Uma menina cochichava para outra, mas elas não tentavam ser discretas — Aquela escola não é um desastre?

— Era, né? Mas aparentemente agora elas estão boas. – A outra garota falou.

— E vão jogar contra a nossa escola? – A primeira riu — Boa sorte então. – As duas começaram a gargalhar.

  Por coincidência, as meninas do Karasuno estavam perto e puderam ouvir perfeitamente a conversa. Elas queriam ignorar e poupar suas energias para o jogo, mas Hinata não suportava a ideia de ser desprezada. A menina tinha quase 190 cm de altura, mesmo sendo do primeiro ano, os cabelos curtos e escuros e, por mais que fosse assustadora por fora, era um amor de pessoa.

— Acho que quem vai precisar de sorte é a escolinha de vocês. – A morena disse irritada com os olhos pegando fogo — Vamos ver quantas jogadoras vão sair machucadas.

— É brincadeira, não é, Hinata? – Ayaka tentou puxar a menina pelo braço. Estava muito envergonhada, mas também orgulhosa por ter uma companheira atenciosa.

  As duas meninas que estavam ali se intimidaram pelo tamanho dela e saíram rapidamente, fazendo Hinata se sentir vitoriosa. O clima no time feminino do Karasuno ficou tenso depois do incidente, mas também se encheu de determinação. As palavras de Hinata, embora impulsivas, acenderam uma chama de competitividade em todas elas. Ayaka, apesar da vergonha inicial, sentiu-se orgulhosa da coragem da amiga e usou isso como combustível para motivar a equipe.

— Beleza. Elas não são monstros, são apenas adolescentes iguais a gente. – Ayaka chamou a atenção do time — Vamos ganhar e vamos para o nacional. Não temos a opção de não ir.

O time entrou em quadra com a adrenalina a mil. O ginásio estava lotado, com torcedores de ambos os lados prontos para apoiar suas equipes. As jogadoras do Nīyama estavam confiantes, mas as meninas do Karasuno estavam determinadas a provar seu valor. O coração de Ayaka não parava quieto dentro de seu peito e ela se sentia intimidada pelo tamanho das rivais. Altura nunca foi sua principal característica e viviam falando para ela jogar como líbero, mas esse não era seu desejo.

  Puderam ouvir o som do apito ecoando por toda a quadra e, então, o jogo começou com intensidade. Ayaka comandava as jogadas com precisão e visão de jogo. Seus levantamentos eram rápidos e precisos, permitindo que Hinata e Nozomi atacassem com força. Rina e Ayumi se destacavam no bloqueio, frustrando os ataques do Nīyama. Estavam em sintonia e com uma diferença razoável de pontos, só não poderiam deixar o oponente se acostumar. A defesa, liderada por Yuki, era sólida. Ela deslizava pelo chão, pegando bolas impossíveis e mantendo a bola em jogo. A cada ponto disputado, a energia no ginásio aumentava, e as meninas do Karasuno se alimentavam dessa atmosfera.

  O corpo de Ayaka estava quente e ela pensava tanto no seu próximo passo que esqueceu da parte mais importante. Ela pulou para bloquear a bola, mas assim que pisou no chão, seu pé não se estabilizou, fazendo com que ela caísse de lado, torcendo o tornozelo. A dor foi imediata e intensa, subindo por sua perna como uma onda de choque. O ginásio ficou em silêncio por um momento, antes que o som dos gritos de preocupação das suas companheiras e dos treinadores ecoasse. Ayaka tentou levantar, mas a dor era insuportável, e ela caiu de volta no chão, segurando o tornozelo. Não poderia chorar no meio da quadra, estava tão atordoada que mal podia controlar sua respiração.

— Ayaka! – Hinata foi correndo até ela — Você tá bem? Consegue se levantar? — A garota negou com a cabeça, fechando os olhos com força para expulsar a dor que sentia. A morena levou a amiga até o banco e a colocou sentada com cuidado.

Paixão Proibida | Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora