Revelação

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Quarta-feira, 27 de Setembro de 2023

— Ta ficando velho, hein! – Hinata cutucou Tsukishima.

  Todos estavam na casa de Kei, até mesmo Yamaguchi e Leo que voltaram dos Estados Unidos para visitarem Miyagi. Era como se estivessem todos de volta há dez anos atrás, despreocupados com o futuro, pensando apenas nas provas e atividades escolares. Ayaka e Tsukishima envolvidos em um amor intenso e inocente; Kageyama e Hinata, aprendendo sobre o amor homossexual; e Yamaguchi descobrindo as peculiaridades de Leo. Todos os momentos foram tão importantes quanto qualquer outro, moldando-os para o que o futuro os esperava.

  Tsukishima bagunçou o cabelo de Hinata e dirigiu-se para a sala de estar, onde Ayaka estava com Amaya e Ryuu. A pequena garotinha desenhava na barriga da mulher, entretida com os poucos chutes do bebê, e Ryuu brincava com umas pelúcias que Tsukishima trouxe para eles. Ela estava feliz, admirando a menininha animada.

— Estão se divertindo? – Tsukishima sentou perto de Ryuu para impedir que o garoto atentasse contra sua vida.

— Tio Kei! Eu fiz um cartão pra você! – Amaya desceu do sofá e foi até a mesa pegar seu desenho.

Tsukishima trocou um olhar com Ayaka que parecia muito mais calma e feliz do que quando chegaram. Era como se presença dos pequenos sobrinhos fosse o suficiente para deixá-la mais feliz.

— Papai me ajudou, ele disse pra fazer com muito amor. – Amaya sorriu — É você, titia Ayaka e o bebezinho.

  Eram apenas rabiscos que se transformavam em pessoas com muito custo, mas era importante para Kei. A pequena Amaya sempre foi igual seu pai, pensando nos outros antes de si mesma e era uma criança incrível, amável. Tsukishima sorriu e pegou o papel da mão da pequena, beijando sua bochecha em seguida.

— Quero ver o desenho que vai fazer na barriga da titia. Capricha, tá?

  Amaya deu um sorriso radiante e voltou a sentar no sofá, determinada a caprichar no próximo desenho. Tsukishima observou a cena com uma sensação de calor no peito. Por mais que ele fosse conhecido por seu jeito frio e irônico, esses pequenos momentos em família sempre o derretiam.

Enquanto isso, Ryuu, que mal conseguia formular frases completas, levantou uma das pelúcias no ar e soltou algo indecifrável, misturando sons que apenas um bebê entenderia. Ele riu para si mesmo, cambaleando de um lado para o outro enquanto tentava manter o equilíbrio.

— Olha só, você pode cair, meninão. – Tsukishima disse, agachando-se para acompanhar o pequeno e imitar seus passos desajeitados.

Ayaka, com a mão repousada sobre a barriga, observava a interação, com um brilho suave nos olhos. A alegria dos pequenos parecia contagiar todos ao redor, e o ambiente estava leve e descontraído, perfeito para um dia de celebração. Nada poderia atrapalhar aquele momento.

— Titia? – Amaya chamou a atenção de Ayaka. A garotinha não desviou a atenção da barriga rabiscada da mulher.

— Oi, meu amor. – Ayaka passou a mão pelos cabelos macios e clarinhos da garota.

— Se você tiver uma menina, pode colocar o nome dela de Ayame? Combina com nossos nomes. – A garotinha sorriu grande, olhando para a mulher.

— É um nome lindo. – Ayaka sorriu — Pode ser, aí eu falo para ela que você quem escolheu.

Tsukishima soltou uma risada baixa, voltando sua atenção para Ryuu, que tentava agarrar uma das pelúcias com toda sua concentração. Era engraçado como cuidar das crianças, mesmo que não fossem suas, já parecia tão natural para ele e Ayaka. Eles estavam completamente confortáveis no papel, quase como se estivessem ensaiando para quando o bebê deles chegasse.

Paixão Proibida | Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora