Paixão Proibida | Tsukishima Kei

Laço

Quarta-feira, 2 de Abril de 2025

As flores das árvores de cerejeira voavam com o vento. O chão ao da igreja, onde aconteceria o casamento de Ayaka e Tsukishima, estava coberto com as flores, criando uma atmosfera romântica perfeita para aquele momento. A mulher andava de um lado para o outro no quarto que se arrumava. Ayaka queria uma coisa mais intimista, mesmo que extravagante. Poucas pessoas a esperavam na igreja, mas faltava apenas uma: seu pai. O homem não estava ali para levá-la ao altar.

Ayaka respirou fundo, sentindo um nó se formar na garganta. A falta de seu pai pesava mais do que imaginava naquele dia tão especial. Ela se olhou no espelho, ajeitando o véu com mãos trêmulas. Foi então que uma batida suave na porta a tirou dos pensamentos.

— Posso entrar? – A voz de Kageyama soou do outro lado.

— Pode. – Ela respondeu, tentando disfarçar a emoção.

Kageyama entrou no quarto e, ao ver a irmã em seu vestido de noiva, sorriu de maneira contida. Ele não era muito de demonstrar emoções, mas naquele momento era impossível não se sentir orgulhoso.

— Você está linda. – Ele disse, com a sinceridade que só os irmãos conseguem ter.

— Obrigada. – Ayaka sorriu, sentindo os olhos marejarem — Estou um pouco nervosa.

Kageyama se aproximou e, sem jeito, colocou a mão no ombro dela.

— Vai dar tudo certo. Tsukishima é um cara de sorte.

Ela riu baixinho, enxugando uma lágrima antes que caísse.

— Eu só queria que papai estivesse aqui. Para me levar até o altar.

Kageyama assentiu, compreendendo a dor da irmã.

— Eu sei... mas eu estou aqui. Posso te levar.

Ayaka olhou para o irmão, surpresa. Ele sempre foi fechado, pouco dado a essas demonstrações de afeto, mas ali estava ele, oferecendo-se para substituí-lo naquele momento tão importante.

— Você faria isso por mim? – Ela perguntou, a voz falhando levemente.

— Claro que sim. Você é minha irmã. – Ele tentou esconder o leve constrangimento, mas a sinceridade em suas palavras era evidente.

Ela sorriu, mais emocionada ainda.

— Obrigada, Tobio. Isso significa muito para mim.

Ele estendeu o braço para ela, e os dois caminharam juntos em direção à porta. O vento suave de abril carregava consigo as pétalas das cerejeiras, criando um cenário mágico. Ayaka, ao lado de Kageyama, sentiu-se pronta. A falta de seu pai ainda doía, mas a presença do irmão ao seu lado era tudo o que ela precisava naquele momento.

— Você está perfeita. Não se preocupa, tenho certeza que o papai está muito orgulhoso. Você sempre vai ser a garotinho teimosa dele.

— Eu te amo.

  Kageyama apertou mais a mão da irmã e a ajudou a entrar no carro. A distância era pouca, mas suficiente para que a ansiedade voltasse a tomar conta de Ayaka. Tinha medo de que, por algum motivo, Tsukishima a rejeitasse no altar. Que dissesse não. Ela respirou fundo, segurou sua saia volumosa e disse para si mesmo que tudo ficaria bem. Seu pai estava ali, assim como sua mãe e irmão. A família que tanto desejou ter, agora se formava junto com Tsukishima. Não tinha motivos para aquele medo idiota. Afinal, o loiro fazia questão de dizer o quanto a amava.

  O carro estacionou na frente da igreja. O sol se punha, intensificando a aura romântica do lugar. O chão coberto pelas flores junto com o céu alaranjado, incrivelmente, acalmaram o frágil coração da mulher. Tudo estava perfeito, exatamente como desejou. Soltou todo o ar que prendia em seu peito e desceu do automóvel, permitindo que o vento primaveril tocasse seu rosto com delicadeza. Estava pronta. Pronta para essa nova vida. E, assim que a porta se abriu, seus olhos se encontraram com o de seu noivo. Ele estava lindo como sempre, deslumbrante em seu terno verde escuro. A cor realçava o loiro de seus fios e seus óculos brilhavam em seu rosto.