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✦ 𝐃𝐈𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐘𝐎𝐔.

— the distance and the time between us, it will never change my mind.

— 'cause baby, I would die for you.


agosto, 2021.

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Mônaco estava linda, como sempre, e eu estava de volta.

Faziam 3 anos desde que fui embora, e desde então, pouco ouvi sobre este lugar de novo. Estava fazendo calor, e me senti obrigada a deixar o casaco no carro e colocar óculos de sol ao sair. Caminho sobre a calçada movimentada, típico de um final de semana ensolarado. Entro em um mercado qualquer, procurando por suprimentos para a minha casa nova, um segredo que mantive por alguns meses da minha família.

Estava quase tudo pronto, coloco potes e potes de sorvete no carrinho quando escuto uma voz que eu conhecia muito bem.

— E o vício em sorvetes nunca muda, né?

Me viro para a voz, era ele.

Seus olhos encaravam fundo os meus, como se procurasse algo neles: alguma lembrança, alguma memória rara, um segredo.

Eram aqueles lindos olhos, que até hoje conseguem mexer comigo de inimagináveis maneiras. Senti como se fosse cair de joelhos no chão.

O tempo refinou os seus traços, mudou o corte de cabelo, o jeito de vestir... Mas ainda era Charles.

Meu Charles.

— Acho que não. — Respondo, ainda balançada com o encontro inesperado. Não pude desviar dos seus olhos, tão característicos dele, me olhavam e me traziam de volta para a última vez. A última vez que nos vimos.

Não foi uma boa despedida, não tínhamos nem ideia de que seria uma. E no fim, o que aconteceu entre nós foi sendo perdoado pelo tempo, mas agora eu consigo sentir o constrangimento me atingir como uma flecha no rosto.

Depois de longos segundos apenas de olhares, ele sorri, tímido.

— Faz tanto tempo que...

— É, eu sei. — Respondo rápido, nervosa ao lembrar.

— Você veio pra ficar dessa vez? — Ele pergunta e desvia o olhar, abre o freezer sem saber o que procurar, parecendo tão perdido quanto eu.

— Sim, na verdade, estou comprando coisas pra casa nova.

O rosto dele parece iluminar, e eu não sei como me sentir sobre isto. Ele engole em seco, e eu me sinto melhor por achar que talvez isso tenha o animado. Era aquele rostinho que ele sempre fazia quando ouvia algo que gostava, seja uma música ou notícia, o seu rosto mudava.

E ele estava fazendo esse rosto.

— Uau, isso é demais. Fico feliz. — Ele diz, agarrando um pote de sorvete de pistache, e dando um passo para trás.

Essa é a hora das despedidas, a hora que nunca soubemos exatamente o que fazer.

— Bom eu vou indo, foi bom te ver. — Ele coloca uma mão no bolso e sorri outra vez.

✦ 𝐏𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎𝐒. - Charles Leclerc. Onde histórias criam vida. Descubra agora