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Mais tarde naquela noite, Charles me convenceu a jogar com ele no seu quarto, me prometendo que não passaria disso.

Eu aceitei, um pouco relutante, mas aqui estávamos. E eu com certeza não tinha talento algum para vídeo games.

- Cuidado, você vai morrer de novo. - Charles fala.

Dito e feio, eu morri rapidamente sem ter chances de atirar nos inimigos.

Call of Duty definitivamente não era pra mim.

- Chega, odeio esse jogo! - Eu falo, colocando o controle na mesa. - Podemos jogar outra coisa?

- Eu não tenho outros jogos além de COD e fórmula um.

- Nenhum Tomb Raider, sei lá? - Eu falo.

Ele nega com a cabeça, desligando os consoles, e em seguida me puxando para perto dele no mini sofá do quarto. Achei que não passaria disso, mas agora nem me importava com o que aconteceria.

Me aninho do seu lado, pousando o rosto no seu peito e brincando com o cordão do seu moletom.

Nós ficamos assim por uns bons minutos, ele brincava com o meu cabelo enquanto cantarolava alguma coisa. Era confortável demais ficar assim, apenas do seu lado e ouvindo o seu coração bater.

- Como foi quando você mudou para Paris? - Ele pergunta, colocando o meu cabelo pro lado e passando o polegar na minha bochecha.

- Foi horrível. - Eu admito, porque não faria sentido algum continuar escondendo as coisas, eu só precisava ter as oportunidades certas para contar.

Ele fica em silêncio, esperando que eu continue.

- Sofri sozinha por meses, em abstinência por conta da bebida. - Algo revira em meu estômago. - Se eu bebesse qualquer coisa, teria riscos de acabar morrendo por exagerar.

Eu dou uma risada do problema, sem graça alguma.

Ele me aperta mais em seus braços, colocando a cabeça sobre a minha.

- Tive vergonha de contar pra você, a única coisa que eu pensei era que deveria fugir. Você estava indo tão bem, e eu tive medo de preocupar você e te tirar do foco logo no seu início na Sauber...

Escuto o batimento dele acelerar, enquanto os meus olhos enchiam de lágrimas.

- Addie eu... - Ele gagueja. - Eu teria largado tudo pra te ajudar. - Escuto o desespero na sua voz.

- Eu sei. E eu não poderia deixar que fizesse isso.

- Não importava, droga! - Ele segura o meu rosto com as mãos, me fazendo olhar para ele. - Nós daríamos um jeito. Eu daria um jeito por você!

A sua voz era uma mistura de raiva, dor e desespero. Era o campo minado outra vez, e eu não consegui segurar as lágrimas.

E ele me segurava como se eu estivesse derretendo, como se eu fosse desaparecer em um piscar de olhos. Ele me segurava como se eu fosse a única coisa sólida no momento, mas eu me sentia desmoronar.

- Eu nunca quis te deixar, Charles. - Eu digo entre os soluços.

Meu peito doía e eu respirava fundo, lutando contra a falta de ar. Estava desmoronando, de fato, e não conseguia conter o choro de maneira alguma.

Ele me puxou ainda mais pra perto, colocando o meu rosto no seu ombro enquanto segurava a minha cabeça com a mão.

- Respire, Addie. Está tudo bem. - Ele diz com toda a calma do mundo.

- Sabia que eu pensei em você em todas as minhas vitórias? - Ele fala, colando as nossas bochechas. - Mesmo que eu tentasse odiar você, nunca consegui te tirar da mente.

✦ 𝐏𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎𝐒. - Charles Leclerc. Onde histórias criam vida. Descubra agora