epílogo.

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Leclerc's pov.

A movimentação ao meu lado da cama me faz acordar, era Adeline.

Olho de relance, e vejo ela inquieta, com o rosto e cabelos molhados de suor. Faziam meses desde que estávamos morando juntos, e ela nunca esteve tão aflita como hoje.

Ela levanta subitamente da cama, cambaleia levemente e corre para o banheiro. Escuto o som incessante de vômitos, e corro até ela.

Seus cabelos de espalhavam, bagunçados, ao redor dos ombros. Ela me encara com o rosto pálido, febril.

E então os olhos dela focam em um ponto aleatório no piso do banheiro, eu me sento perto dela, segurando o seu cabelo antes de uma nova sessão de vômitos.

— Na minha bolsa. — Ela fala, com a voz fraca. — Na minha bolsa tem un teste de gravidez. Pegue para mim.

O meu corpo inteiro congela.

Fico segundos no vazio, em silêncio, sem nem saber o que pensar. E só então olho para Addie, que parecia em um estado bem mais severo que o meu.

Eu corro até a sua bolsa, revirando tudo o que estava dentro dela na cama, nervosamente procurando até achar a caixinha retangular com o teste.

Volto pro banheiro em um passo, rasgando o papelão da caixa e entregando o conteúdo para ela.

Foram os cinco minutos mais insanos em toda a minha vida. E Addie estava ali, grudada em meu peito com o rosto de que já sabia o resultado.

E eu usei esses cinco minutos para planejar a nossa vida inteira daqui para frente.

Ela pega o teste, trazendo para perto do rosto, lendo as letras miúdas: "Grávida."

Vejo os seu grandes olhos marejarem e ela estender os braços para mim. Eu a abraço, afim de acalmá-la. Sabia que suas emoções estariam cada vez mais afloradas daqui para frente, e o mínimo que eu poderia fazer era confortar a mulher que carregaria o segundo amor da minha vida apartir de agora.

— Vamos ter que aumentar a casa. — Eu conto para ela dos planos. — E adotar um cachorrinho. Qual raça você gosta?

Ela ri enquanto chora, enxugando o rosto. Mesmo em situações assim, ela ainda é a coisa mais adorável e graciosa desse mundo.

— Golden retriever, mas eu também quero um gatinho. — Ela pede.

— O que você quiser, meu amor. — Eu beijo a sua bochecha molhada pelas lágrimas.

A madrugada segue inquieta, e só descanso quando Addie finalmente consegue se livrar dos enjoos e dormir tranquilamente do meu lado.

Queria poder voltar no tempo e dizer para o Charles de 16 anos que Adeline Rivera seria a mulher da sua vida, e ainda sim ele não estaria mais feliz do que o Charles de agora.

🏎 ...

Charles observa Adeline colocar a bebê no carrinho, que mexia os pés para cima e brincava com as meias diminutas.

Adeline caminha até ele, beijando o seu rosto antes de ajudá-lo a colocar o capacete, e então pega a bebê no colo novamente.

O rostinho vermelho dá um sorriso sem dentes para o pai, fechando os olhos azuis da mesma maneira que ele. E logo em seguida cabelo ruivo e fino é bagunçado pelas luvas vermelhas de Carlos, que se juntou ao amigo antes da corrida para brincar com a pequena.

— Dê tchau para eles, Lavie. — Adeline pega a mãozinha da bebê, que recebeu o nome da sua amiga responsável pelos rubis que usava.

Ela balança a mão da garotinha sorridente, e Charles beija a esposa antes de ir em direção ao seu carro.

As duas assistem a corrida, com Lavie brincando no colo de Jenna, com abafadores de som enormes nos ouvidos.

E o sorriso da pequena aumentou ao ver o pai aparecer no pódio no final da corrida, estendendo os bracinhos para ser pega no colo, mesmo ele estando muito longe.

Ao ver a cena de sua esposa carregando a sua filha entre o mar vermelho de torcedores, ele se sentiu o homem mais sortudo do mundo.

Respirou fundo e sorriu para Addie. A garota que lhe ensinou o que é amar e ser amado. Que foi a sua melhor amiga, o seu primeiro beijo, a pessoa que nunca saiu dos seus pensamentos.

A sua Adi.

Nada em toda a história entre Charles e Adeline foi coincidência. Foram feitos para estarem juntos, e mesmo com a separação feita pelo tempo, eles estavam sempre predestinados.

Fim.

✦ 𝐏𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎𝐒. - Charles Leclerc. Onde histórias criam vida. Descubra agora