✦ 𝐏𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎𝐒. - Charles Leclerc.

⁷.

— De qualquer forma, foi escroto, Addie. Ele sai com você dias antes de aparecer com uma nova garota? Otário!! — Jenna reclama do outro lado da linha.

Eu coloco telefone no ombro enquanto corto legumes.

— Acho que só não é pra ser. Espero que ele esteja feliz. — Minto.

Quero que ele seja feliz, mas não assim, não desse jeito. E concluo que sou egoísta por pensar isso.

— Então tanto faz, Lando Norris tem mais potencial de qualquer forma. — Imagino que ela tenha dado de ombros ao falar isso. — O que aconteceu entre vocês, mesmo?

— Nós só conversamos na festa e nos beijamos.

— Só isso?

— Bem, nós...

— Vocês...

— E nós transamos! Pronto, foi isso e nada mais.

— Eu sabia, sua safadona! Mas eai, como foi depois.

— Nós combinamos de sair qualquer dia, ele mora aqui, o que foi bem mais reconfortante. Eu iria querer me excluir do mundo se tivesse ido pra cama com um cara que eu mal vou ver.

— S-a-f-a-d-o-n-a! — Ela soletra.

— Pare com isso já! Só aconteceu, e depois ele foi um fofo, tá? Disse que queria me levar para sair apropriadamente, nós estávamos loucos numa festa.

— Que bote esse seu, devoradora. Você tá um completo furacão.

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Tomo um banho refrescante depois de voltar do pilates, e enfim respondo as mensagens no meu instagram. Fecho novas parcerias e marco uma sessão de fotos com uma agência e alguns estúdios de Mônaco.

Lembro também de marcar algumas viagens para Paris nas próximas semanas. Vogue e Elle alegam me querer nas próximas capas, e eu não sou louca em recusar uma proposta dessas.

Termino as atividades e saio para uma caminhada, algo que está virando um ritual imutável nos meus dias agora. Coloco uma música nos fones e aproveito o tempo hoje: é ensolarado, mas não faz calor, e uma brisa percorre pelas ruas levemente.

Faço o de sempre, cumprimento senhorinhas na rua, tiro fotos com quem me para na rua, tomo o meu sorvete favorito e quando estou pegando o caminho de volta para casa, paro em uma floricultura.

— Você tem as minhas peônias aí? — Eu pergunto, assustando a balconista.

Ela dá um sorriso enorme, Lavie. Uma querida amiga.

— É claro! — Ela quase pula do balcão para me abraçar. — Céus, como senti sua falta.

— Como senti sua falta, Lavie! — Eu digo para ela.

— Digo o mesmo, como está a minha Paris? — Ela pergunta com o o seu sotaque Francês inconfundível.

— Continua brilhante! Talvez não muito receptiva, mas ainda sim brilhante.

Ela faz um biquinho.

— Algumas coisas nunca mudam. — Ela diz, me olhando. — Você ainda é a ruiva mais ruiva que eu já vi.

— É o meu charme. — Eu pisco.

— Fique a vontade para olhar a loja, vou pegar suas peônias, chéri.

Ela some de vista em um pulo, e eu começo a vagar pela loja. Mudou tanto desde a última vez que vim.

Há todos os tipos de flores que eu penso conhecer, e outras que nem sabia que existiam. Arranjos montados, molduras de quadro e outras coisas excêntricas: cristais, incensos, vasos de cerâmica, óleos e pêndulos. Além de uma infinidade de modelos de cartas de tarot.