Um Ômega Para o Duque (Duologia Meu Destino - Livro 01)

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A revelação da Rainha Tania era apenas o prenúncio de uma jornada árdua e tortuosa em busca da verdade, da reconciliação e da redenção. Henry e Archi se viam diante de um abismo de dúvidas e incertezas, obrigados a enfrentar seus próprios demônios internos e desvendar os segredos do passado que os assombravam.

A mente de Henry girava em um turbilhão de pensamentos conflitantes. A dor da traição se misturava à confusão e à raiva, criando um coquetel emocional explosivo. Como poderia ser que tudo que ele acreditava ser verdade fosse uma mentira? Como poderia ter vivido tantos anos sob a falsa identidade, ser o filho de um homem que nem sequer o conhecia?

As lágrimas brotavam em seus olhos, borrando sua visão e intensificando a sensação de impotência. Ele se sentia perdido, sem chão, como se o mundo ao seu redor tivesse desmoronado em pedaços. As palavras da Rainha Tania ecoavam em sua mente, martelando em seu crânio como um tambor implacável.

- Você não é meu filho - ela dissera novamente, dessa vez olha do Duque - você é filho do antigo Rei Arnold, meu pai! – afirmou quando em seus olhos.

A frase era como uma punhalada em seu coração, abrindo uma ferida profunda que sangrava sem parar. Ele não era filho da Rainha Tania? Todos aqueles anos de olhares, julgamentos, raiva da Rainha Ômega Anelise foram por causa de uma mentira? As palavras que alguns nobres diziam sobre a Rainha Tania estava errada? Ele não era seu filho, era filho de seu pai, seu irmão, mas ainda sim um bastardo da coroa.

A raiva crescia dentro dele, consumindo-o por dentro. Raiva de si mesmo, por não ter percebido antes que tudo parecia muita mentira, a rainha era nova demais para ser sua mãe. Raiva da Rainha Tania, por ter escondido a verdade por tanto tempo, por ter deixado que sua esposa o odiasse por uma farsa sem sentido.

Mas a raiva logo se transformou em desespero, o que seria dele? O Duque achava que sabia quem era a si mesmo, se bem que ser filho do antigo rei era tão ruim quando ser filho da Rainha Tania, se bem que agora ele não teria mais a raiva da Rainha Ômega sobre ele.

- Como? – O alfa perguntou de novo quer do ter certeza.

- Não era para que lhe contar assim – Tania se culpou intercalando o olhar entre o irmão e a esposa – sua mãe erra minha dama de companhia, éramos próximas, eu fui prometida a Rainha Ômega, meu pai tinha perdido minha mãe, e ele não era assim uma boa pessoa – disse se sentando em um banco, mesma ele estando cheio de neve – um dia estava andando tarde da noite pelo palácio vi sua mãe, ela estava um caos, tinha acabado de me casar, seu vestido estava rasgado, ela chorava muito, quando perguntei o que tinha acontecido, ela me disse que meu pai... O Rei havia feito uma coisa não muito descente.

- Ela a forçou? – Archi perguntou baixinho, mas Tania ouviu e lançou um sorriso triste ao Duque Ômega.

- Sim, ela a estrupo – confirmou levando Anelise a desviar o olhar – eu cuidei dela naquela noite e pedi que fosse para longe, em uma propriedade que eu tinha ganhado de minha mãe quando ela era viva – ela se sentia mal por falar aquilo, mas o alfa merecia saber – três meses depois ela me manda uma carta dizendo que estava grávida. Quem a viu foi Anelise e ela achou que era meu filho, não tive muito tempo de tirar isso de sua cabeça e logo parti para vê-la. Tinha muito apresso por sua mãe, não duvide disso – prometia a sua mãe que nunca contaria a ninguém que era de meu pai, quando voltei ao palácio todos já diziam que era meu filho, eu não tive coragem de dizer a verdade. Quando me tornei Rainha atribui a você o título de Duque de York, não ocupado desde a época de Henrique VIII antes da morte do príncipe Arthur – contou calmamente – e agora estamos aqui.

O espanto pairava no ar como uma névoa densa, sufocando as mentes dos presentes. Três almas aprisionadas em um silêncio ensurdecedor, seus corações batendo em ritmo frenético contra as costelas. Nem palavras, nem gritos, nem qualquer som ousava romper a quietude aterradora que se instalara.