Um Ômega Para o Duque (Duologia Meu Destino - Livro 01)

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Cameron ajoelhou-se diante do túmulo fresco, a terra escura ainda úmida pelas chuvas recentes. As lágrimas, que antes brotavam em silêncio, agora caíam em torrentes pelo seu rosto, cada gota carregando consigo a dor da perda incomensurável. George, seu amado esposo, havia partido cedo demais, deixando um vazio imenso em seu coração e em sua vida.

Nos dias que se seguiram ao funeral, Cameron vagava pela propriedade em Londres como um fantasma, assombrado pelas lembranças felizes que compartilhavam entre aquelas paredes. A casa, antes transbordante de alegria e amor, agora ecoava com o silêncio da ausência.

Em meio à sua profunda tristeza, Cameron recebeu o convite de Archi, para se mudar para o ducado de York. Lá, longe das memórias dolorosas de Londres, ele poderia encontrar paz e tempo para se recuperar. A ideia de um novo começo, mesmo em meio à dor, lhe trouxe um tênue raio de esperança, mas o ômega não queria isso, não queria ser um incomodo.

Com o coração pesado, mas com a determinação de seguir em frente, Cameron aceitou o convite de Archi. Vendeu todas as propriedades que possuía na Germânia, um lembrete constante da vida que havia perdido, e investiu em pequenas propriedades rurais ao lado do ducado de York para se manter perto de Archi e mesmo assim em sua própria terra. A terra fértil e o ar puro do campo lhe proporcionavam uma sensação de tranquilidade que tanto precisava.

A cada dia, Cameron se dedicava à criação de suas propriedades, encontrando na terra e nos animais a cura para sua alma ferida. A expectativa do nascimento de seu filhote, fruto do amor que ele e George compartilharam, também era um motivo de alegria e esperança. A criança seria a prova viva do amor que uniu os dois ômegas e um lembrete de que a vida, mesmo após a perda, sempre encontra um caminho para florescer novamente.

Embora a dor da perda de George nunca desaparecesse completamente, Cameron lentamente reconstruía sua vida em meio à natureza acolhedora do interior da Inglaterra. A cada dia, ele se tornava mais forte, mais resiliente, e a lembrança de George o acompanhava como uma luz guia, iluminando seu caminho em direção a um futuro incerto, mas cheio de possibilidades.

Já estava quase na hora do filhote nascer quando finalmente resolveu tomar coragem e abri a carta de George, ele a tinha evitado por tanto tempo, mas agora precisava disso, precisava saber o que o marido queria lhe dizer, então em uma tarde de inverno abriu ela sentado em sua cama.

"Meu Amado Cameron,

Enquanto as horas passam e a fragilidade de minha existência se torna cada vez mais evidente, sinto a necessidade premente de colocar em palavras os sentimentos que afloram em meu coração. É com um pesar profundo e uma esperança tenaz que escrevo esta carta, na expectativa de que ela te sirva de consolo e orientação nos dias vindouros.

Em primeiro lugar, desejo ardentemente que a tua vida seja abençoada com saúde e felicidade. Que encontres júbilo nas pequenas coisas e serenidade nas grandes provações. Que a tua saúde te sustente e permita que desfrutes de cada momento precioso que o destino te conceder.

Peço-te, com todo o fervor de meu ser, que cuides de nosso amado filho com a dedicação e o amor que somente tu és capaz de oferecer. Ele é a luz que ilumina nossos dias, a esperança que nos guia. Ensina-o a ser gentil, a ter coragem diante das adversidades e a prezar sempre pela honestidade. Mostra-lhe a beleza que reside no mundo e a importância de perseguir os próprios sonhos com determinação.

Reflectindo sobre o tempo que compartilhamos, devo dizer que nosso casamento, embora breve, foi o período mais feliz de minha vida. Cada momento ao teu lado foi um presente inestimável. Teus sorrisos, tuas palavras carinhosas, os dias e noites que passamos juntos, tudo isso encheu meu coração de uma alegria indescritível. Foste a luz que iluminou meus dias mais sombrios, e por isso, serei eternamente grato.