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O coração de Archi batia descompassado enquanto ele se aproximava da porta de Henry. A neve caía suavemente sobre a Escócia, criando um cenário melancólico que refletia a turbulência interna do ômega. A incerteza o consumia, misturada com a esperança de finalmente encontrar a verdade que tanto almejava.

Em meio à sua escuridão, uma centelha de esperança se acendeu. A determinação de descobrir a verdade o impulsionou a sair de seu tormento e buscar respostas. E agora, ele estava diante da porta de Henry.

Com a mão trêmula, Archi ergueu o punho e bateu na porta. A espera que se seguiu pareceu uma eternidade, cada segundo amplificando o ritmo acelerado de seu coração. Finalmente, a porta se abriu, revelando Henry, seu marido, com um olhar incerto e preocupado, sua aparência, embora limpa ainda estava acabada, eles pareciam exatamente iguais, cansados e sem vida. A expressão de Henry era indecifrável, mas Archi podia sentir a tensão emanando de seu corpo. A culpa e a tristeza pesavam sobre ele, e era evidente que ele também ansiava pela verdade.

Sem dizer uma palavra, o ômega entrou no quarto, seguido por Henry. O servo havia preparado tudo para um jantar privado, com velas aromáticas iluminando o ambiente e uma mesa farta com os pratos favoritos do casal.

A atmosfera era pesada, carregada de emoções complexas. Archi sentou-se à mesa, observando Henry com seus olhos penetrantes. Ele estava pronto para ouvir a verdade, mesmo que isso o machucasse.

Henry, por sua vez, evitava o olhar de Archi, tamborilando os dedos nervosamente na mesa. Ele sabia que precisava confessar tudo, mas as palavras pareciam se engasgar em sua garganta, ele se sentia tão culpado.

O jantar transcorreu em um silêncio sepulcral. A comida intocada, os copos de vinho cheios. A única coisa que se podia ouvir era o batimento acelerado dos corações do alfa e do ômega.

Finalmente, quando o jantar chegou ao fim, Archi não aguentou mais. Ele se inclinou sobre a mesa, seus olhos fixos nos de Henry, e com a voz firme e decidida, disse:

- Henry, preciso saber a verdade – confessou baixinho, como se estivessem compartilhando alguns segredos - me diga, por favor, você me traiu? - indagou querendo desesperadamente uma resposta.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Henry respirou fundo, seus olhos carregados de tristeza e arrependimento.

- Sim – disse de uma vez, Archi olhou para as próprias mãos enquanto as lagrimas queria transbordar, talvez tenha sido uma má ideia ouvir William e vir até ali

O coração de Archi batia descompassado enquanto ele escutava a confissão de Henry. As palavras do alfa ecoavam em sua mente, confirmando seus piores medos. A traição que tanto o atormentava era real, e a dor que sentia se intensificava a cada segundo

- Não fisicamente, mas te trai quando deixei que ela entrasse no meu escritório – continuou.

Os olhos do ômega miraram para cima querendo ver o alfa, olhar em seus olhos. Foi a primeira vez desde que se encontraram que sentiu os olhos de Henry sobre ele.

- O que quer dizer? - perguntou querendo ter certeza.

- Ela me beijou – afirmou o alfa meio envergonhado por ter se deixando chegar aquele ponto – mas eu a deixei entrar, achei que poderia colocar um ponto final no que um dia foi a nossa história, já que um dia me achei apaixonado por Lady Anna – foi sincero olhando no fundo dos olhos do ômega - queria colocar um ponto final, mas aí ela se jogou em cima de mim e me beijou e você apareceu e saiu correndo... - disse em um folego só.

Com a voz embargada pela emoção, Archi questionou:

- Então a mandou embora? - a pergunta pairou no ar, carregada de incerteza e esperança. Ele ansiava por uma resposta que o livrasse da dúvida, mas temia a verdade que as palavras de Henry poderiam revelar, mesmo com as palavras anteriores.

Um Ômega Para o Duque (Duologia Meu Destino - Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora