Capítulo Três

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Pov’s Lalisa Manoban

Ontem foi cansativo, larguei às 18:15 e tive que correr pra pegar um táxi ou não chegaria no metrô, havia apenas só uma linha que funcionava no mais tardar e ela passava apenas uma vez durante as 21:30, então é de se imaginar que não tive escolha alguma. Demorou um pouco para chegar em casa, o relógio já batia as dez quando isso aconteceu, trabalhar bem longe de casa tinham mais desvantagens do que vantagens e isso não seria fácil, mas quem disse que eu tenho escolha? A menos que tente me prostituir - coisa que sinceramente eu não quero - não dá pra arrumar trabalho com 17 anos sem ter o ensino médio completo e os trabalhos que aceitam jovens dessa idade sempre são de meio período, a algumas exceções, claro, mas a grande maioria só aceitam para ajudar jovens universitários a ter uma graninha.

De qualquer forma eu não posso reclamar, McKenzie demonstrou ser uma pessoa muito rude e controladora, no começo pensei que era apenas algum gatilho como eu tenho, afinal, a mulher parecia bem tranquila em certas horas.
Isso pelo menos até eu perceber que a mesma só estava sendo “ruim” comigo, pois com a Maria e os outros, ela era um amor de pessoa - se força-se um pouco mais diria que ela seria miss simpatia - aquilo certamente mexeu com a minha cabeça e desde que cheguei em casa estou emotiva.

Detesto sentir coisas que remetam os maus tratos dos meus pais, mas no momento eu não posso fazer nada, afinal, ela tem o que eu preciso, dinheiro, a grana que vai me ajudar a dividir o peso das coisas com minhas amigas que por essas horas ainda estão dormindo.

Lembro de me preocupar em perder o emprego por conta do temperamento da criança, pois se a mãe já não ajudava, ter mais uma pessoa pra me odiar era algo que eu sinceramente não queria.

Confesso que não entendi o porquê que aquela mulher me ameaçou daquela forma e com todas as palavras ela disse:

“Sua única obrigação é com Theodoro”

Se já fui justamente com esse objetivo, por qual outro motivo eu estaria na residência dela se não por esse?

Talvez tenha acontecido alguma coisa com as babás anteriores e por isso ela esteja com essa raiva toda, acho que preciso descobrir ou pelo menos tentar, espero não estar me arriscando demais em querer saber algo assim, afinal, não quero perder meu emprego por conta das paranoias da minha cabeça.

O Theo também me mostrou que ele não era o que eu estava pensando, todo minha preocupação foi embora no exato momento em que o pequeno expôs ser o anjinho que de fato ele é, o menino é calmo, centrado e muito obediente, não há nada que você peça que ele não faça, o que de certa forma isso também é preocupante, afinal, tem pessoas que podem se aproveitar disso.

Houve um acontecimento dentro daquela mansão que me deixou assustada, Maria já tinha ido embora e faltava poucos minutos para o meu expediente acabar, Theodoro havia me pedido para buscar alguns biscoitos no armário e chegando lá acabei passando pelo escritório da casa, lá eu ouvi uma conversa que certamente não deveria e sem dúvidas, se algo me acontecer daqui pra frente a Senhora McKenzie que me perdoe, mas já estou preparada para provar minha inocência de for preciso, posso ser sensível, mas não sou nenhuma idiota.

O que eu vi ou ouvi durante aquela conversa será mantido a sete chaves até o dia que não for preciso, afinal, eu gravei.

Antes de dormir a diretora da agência me ligou informando sobre o salário que irei  receber e confirmou minha contratação na mansão da Senhora Maya McKenzie.

Certamente fiquei muito feliz com a notícia, o salário é muito bom, a criança é muito tranquila e a única coisa que eu preciso fazer é continuar com a excelência do meu trabalho. Precisei dormir pra poder acordar cedo e chegar no horário certo, não me importo em acordar às quatro da manhã pra poder chegar lá antes das seis, a distância do trabalho pra casa é grande, mas é necessária, não tenho o que reclamar.

Drifit - Jenlisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora