Drifit - Jenlisa (G!P)

Capítulo Dez

Pov’s Jennie Kim

Nunca pensei que acabaria apagando daquela forma, tive um pesadelo horrível com o dia do acidente, ainda consigo fechar os olhos e sentir tudo o que senti no momento em que o carro começou a capotar, ele girou várias e várias vezes antes de bater contra o muro de concreto.
Mesmo não entendendo o motivo por ter sonhado com aquilo, precisei me preocupar com o que vi ao sair daquele quarto, ter que lidar com o julgamento de outras pessoas logo de cara não era algo que eu queria e por isso apenas fiquei envergonhada esperando a bomba estourar, mas felizmente nada aconteceu.

Não entendi bem o fato do casal ser “responsável” pela garota, afinal, Lalisa disse que morava com duas amigas e pela fala da morena, pude ver que de certo modo não é bem assim.

Sobre o lugar onde as três moram, é um lugar muito pequeno, obviamente é totalmente limpo e organizado, mas eu não faço ideia como três pessoas conseguem viver lá dentro. O quarto é o único cômodo “grande” do kitnet e pelo pouco tempo que fiquei foi quase impossível não sentir claustrofobia, era como se a qualquer momento as paredes pudessem engolir todos que estavam ali ou esmagar, até o momento que estava apenas nós duas, era até que okay, mas depois que o casal chegou, o lugar pareceu ter diminuído muito.

Foi estranho.

Confesso que fiquei aliviada ao ver a reação das meninas, ambas foram super receptivas comigo, apenas uma que parecia bem nervosa o tempo todo, a garota chamada Chaeyoung parecia cronometrar as próprias falas como se estivesse com medo de dizer algo errado e de alguma forma isso foi engraçado.

Quando estávamos do lado de fora do Kitnet não pude tirar a máscara ou os óculos, só conseguiria fazer isso quando estivéssemos perto de casa, o que de certa forma era um problema, já que o tecido estava incomodando bastante desde que coloquei a máscara.
Por não estar bem, precisei deixar Rosé dirigir o carro por conta da dor de cabeça que decidiu aparecer, aquela era minha Porsche 911 e desde que essa garota segurou o volante, comecei a cogitar a ideia de que a mesma pudesse ter um ataque do coração. No começo eu me preocupei muito, até porque a loira não parava de tremer enquanto dirigia, o que só piorou quando olhei para o retrovisor e pude ver algumas lágrimas descendo de seus olhos, por um momento quis muito perguntar o que havia acontecido, mas não tinha intimidade alguma e preferi ficar na minha. Tirando esses momentos um pouco emocionantes o percurso até que foi tranquilo, ela parou em uma lojinha para comprar chá pra mim e naquele momento eu nem sabia como agradecer.

Com apenas mais alguns minutos já estávamos na mansão e antes de sair do carro acabei me surpreendendo muito com as palavras daquela garota.

Ela sabia de algo que nenhum fã meu tinha informação, pois nunca dei entrevista falando sobre, me surpreendi com a capacidade dela de ter descoberto algo só por ter visto um detalhe.

Aquele era o carro do meu pai.

— Mesmo que você não tenha dito qual era o carro que seu pai usava, eu lembro de ouvir sua mãe contar em um evento sobre o volante, que era costurado e tinha a sigla dele marcada.
— Chaeyoung passou o polegar por debaixo dos olhos limpando as lágrimas.
— Ela também comentou que ele tinha encontrado o carro abandonado na porta de um ferro velho. Pilotar essa máquina sabendo a quem pertencia aquelas siglas no volante, foi impossível conter as lágrimas, você e sua família inspiram muita gente.

— Desde que viemos morar em Los Angeles, meu pai nunca quis mudar nada no carro, nem mesmo quando começamos a mudar de vida. Meu velho sempre quis manter a lembrança do dia em que conheceu minha mãe, mas quando eles morreram, tive medo de perder a única coisa que me aproximava dos dois e por isso acabei mandando reformar, apenas o volante que continua sendo o mesmo.
— Cocei a nuca e olhei para a sigla marcada na costura.
— Tem muita gente que mataria pra ter esse carro e em vários eventos sempre sou questionada sobre o modelo ou qualquer coisa que possa dar pistas para o público e as imprensas. Então… peço que mantenha isso em segredo, já que você também foi a única além de mim que teve a honra de dirigir ele.