Capítulo Vinte Um

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Pov’s Jennie Kim

Acompanhar Lalisa em suas descobertas nunca foi difícil, seu instinto curioso e aventureiro sempre me tirava boas risadas, mas… a aventura que Lisa escolheu para o dia de hoje, não me fez rir e sim…

Chorar.

Meu peito era esmagado a cada expressão vazia que disparava no rosto dela, este lugar amadurecia a tailandesa de uma forma que eu desconhecia. A cada passo que dei para alcançar Bambam, sentia uma atmosfera pesada no ar, a porta estava alí, na minha frente, a hesitação se formava em minhas entranhas como fios emaranhados em um poste clandestino, não se sabe onde se iniciou, muito menos qual era o final desses fios. Mas a maçaneta estava ali, a centímetros de mim, clamando para ser usada e eu sabia que não podia fraquejar, meus pés agora enraizados sob o solo me impediam de dar qualquer iniciativa, foi preciso sentir os dedos de Bob apertando meus ombros em um sinal mudo que dizia.

“Estamos aqui” 

A voz de Marco me tirou do lugar no instante em que a porta foi aberta, ao adentrar o cômodo avistei Bambam sentado ao lado do homem que teria tudo para ser meu futuro sogro. 

Observei a cena em silêncio ignorando o som que a porta fez ao ser trancada, Lisa estava ao meu lado, calada, com expressões que me impediam de saber se poderia segurar sua mão. A dúvida era interminável e sabendo disso preferi apenas assistir tudo de longe, deixando eles que eram família se entenderem por si só, em último caso iria me envolver, mas até lá ficaria sob os efeitos generosos do meu ego, em silêncio assistindo o “circo” pegar fogo. 

Os homens continuavam de costas para nós duas, conversando calmamente sobre coisas triviais, Bambam preparava o terreno com maestria e tudo para que Lalisa pudesse tomar frente da situação quando a mesma fosse chamada para participar da conversa. Ao ver os dois conversando não havia quaisquer resquícios do “homem” que Bambam e Lisa haviam descrito algumas horas atrás, por incrível que pareça não havia ignorância em sua voz, não havia brutalidade em seus movimentos, era apenas mais um idoso que pela aparência jogava golfe aos domingos e gostava de alimentar os pombos em um parque qualquer. Por algum motivo aquilo me preocupou, onde estava o temido e impiedoso Marco Manoban? Onde estava o homem que destruiu a infância da própria filha em busca de dinheiro? Isso era o que eu mais queria saber, pois não conseguia sentir ódio daquele homem, pelo menos não de um senhorzinho indefeso.

Ainda divagando em meus pensamentos, pude ouvir quando a conversa mudou de tom e se tornou mais séria.

— Agora que já colocamos o papo em dia, gostaria de lhe apresentar a uma pessoa, o senhor se importa?
— Bambam perguntou dando-lhe o seu melhor sorriso.

— Caso não queira eu poss-

— Tudo bem, vá em frente pequeno Bam. — Interrompeu o mais velho parecendo feliz com a visita do sobrinho.

— Okay. — O loiro olhou para Lisa, logo a chamando com as mãos. 

Lalisa caminhou até eles parando bem ao lado do outro Manoban caçula.

— Tio. — Assim que Bambam chamou, o mais velho virou calmamente e ao perceber uma segunda pessoa olhando para ele, suas sobrancelhas ergueram em surpresa. — O senhor a conhece, certo?

— Minha… — Marco travou o maxilar, seu cenho enrugou por um breve momento como se estivesse reconhecendo sua primogênita. — É, eu acho que… perdoe-me, devo ter confundido. Como você se chama? 

Lalisa estava paralisada demais para responder.

— Senhorita? — Marco a chamou outra vez e ao perceber que havia algo de errado, seus olhos encontraram os do loiro. — Você acha que eu falei algo que não deveria?
— O mais velho sussurrou meio triste.

Drifit - Jenlisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora