Drifit - Jenlisa (G!P)

Capítulo Um

Pov’s Jennie

Falar sobre minha vida é algo bem difícil, pois minha verdadeira história poucos sabem, mas para entender quem sou e de onde venho é preciso voltar a fita para alguns anos atrás. Tudo começou com meus pais, ambos eram apaixonados pela adrenalina que apenas as corridas clandestinas eram capazes de transmitir, os dois se conheceram nas ruas de Insa-dong em Seul. 

O amor por carros acabou virando sexo em quatro rodas e fruto dele saiu uma linda criança, meus pais se mudaram para Los Angeles a convite de uma empresa, éramos muito humildes e mesmo com toda dificuldade meu pai nunca largou aquele carro. Eu cresci ouvindo as histórias do meu velho, sobre suas corridas e a forma como os olhos dele brilhavam me fez querer sentir aquela mesma sensação, na adolescência minha mãe me levou para alguns eventos esportivos e depois daquele dia meu destino foi traçado. 

Aos 18 anos comecei a participar de corridas clandestinas, usava o carro do meu pai para vencer todas elas, no começo minha mãe foi contra, talvez por medo de ver a única filha sofrendo algum acidente ou sei lá, sendo presa. Mas por mais que eu amasse muito minha mãe, isso não foi o suficiente para impedir minhas saídas na madrugada, depois que peguei gosto pela coisa acabei ficando famosa entre os pilotos e em uma das corridas fui chamada para correr em um time profissional.

Com certeza aquilo iria mudar nossas vidas e por isso não pude deixar uma oportunidade assim escapar, me esforcei como nunca, dei tudo de mim, senti o desespero gritar algumas vezes e no dia da minha primeira corrida jurei a mim mesma que iria fazer as pessoas clamarem o meu nome. E assim eu fiz, conquistei meu primeiro troféu e foi aí que tudo mudou, ganhei medalhas, troféus, corri pelo mundo todo, estive feliz em todos esses momentos, mas ainda assim não era aquilo que eu queria, sentia que me faltava algo e depois de ter passado por tanta prova, meus pais sempre diziam que uma hora o que meu coração buscava iria chegar.

Em algum momento da minha carreira fui convidada para prestigiar uma “partida” de Drifit, era um campeonato regional que dava a chance de competir contra as ligas internacionais.

Não entendia nada sobre o esporte e mesmo assim estava lá, só não esperava que acabaria me apaixonando pela modalidade ao ponto de dar adeus às linhas de chegada e receber as boas-vindas das curvas fechadas. 

Depois daquele dia mudei de ramo e passei a ser conhecida como a rainha das pistas, comecei a ser tão requisitada na mídia e nos eventos que as equipes adversárias acabaram pegando ódio de mim. Por motivos como esses acabei ganhando muitos inimigos, minha vida teve altos e baixos e em uma dessas baixas perdi meus pais, eles morreram na véspera da minha corrida, os dois fumavam desde que me entendo por gente e infelizmente o corpo deles não aguentou, a fragilidade da velhice não permitiu que meus pais pudessem ficar ao meu lado mais alguns anos. Após essa perda eu comecei a beber descontroladamente, aquilo tinha me afetado muito, não sabia lidar com o luto e tendo ciência da minha fragilidade uma das equipes adversárias viu isso como oportunidade e aproveitou para sabotar meu carro. Eu era a única que verificava ele antes de entrar na pista, mas com a morte dos meus pais, não tive cabeça pra isso e esse foi um erro que me custou caro, pois durante uma das curvas acabei perdendo o controle do carro, o veículo não respondeu o comando que lhe foi dado, minha BMW W4 capotou para fora do circuito girando várias vezes no ar até atingir o muro de concreto.

Aquilo foi um choque para todo mundo, o evento foi cancelado e naquele momento eu soube que minha carreira havia sido manchada.

O nome “Ruby Jane” ficou meses longe das pistas, as pessoas não acreditavam no que havia acontecido e mesmo com os boatos dizendo que “a rainha das pistas havia sido afetada pelo luto”,  não foi o suficiente para os fãs pararem com as críticas. Isso acabou comovendo a liga de Drifit que começou a investigar para saber o que de fato havia acontecido naquele dia, se foi erro humano ou se havia algum tipo de fraude no veículo.