Primeiro caso

9 1 2
                                    

Alguém ligava no telefone de parede da casa dos Reynolds. Uma garota de cabelos louros, ondulados e rentes ao ombro e de olhos verdes atendeu o telefone.

- Alô? É você, Mike? - indagou Hannah Reynolds dando um sorriso enquanto esperava a resposta de seu namorado vinda do telefone.

- Sou eu, sim, estou já saindo da locadora - avisou Michael Gardner do outro lado da linha - Eu estou levando um filme bem assustador.

- Deixa eu adivinhar. A Hora do Pesadelo? - perguntou Hannah sorrindo irônica enquanto dava uma olhada na Sunny, gata ruiva da Reynolds.

- Acho melhor mudar um pouco as coisas - disse ele - Que tal assistirmos A Hora do Espanto? Depois que saiu de cartaz nos cinemas, começou a aparecer nas locadoras.

- Não, esse filme não! - exclamou Hannah arregalando olhos lentamente e deu um sorriso. Michael deu uma risada.

- Agora eu tenho que ir, chego aí em dez minutos - avisou Michael do outro lado da linha. Ele mandou um beijo e desligou o telefone.

Hannah sorriu e colocou o telefone no gancho e foi até a cozinha, onde começou a fazer pipoca para eles comerem quando eles forem assistir o filme enquanto cantava Hung Up, da Madonna.

Ela colocou uma Jiffy Pop numa boca dianteira do fogão e ligou o fogo. Hoje faz cinco meses que ela e Michael estavam namorando e ela ia permitir que tivessem seu primeiro ato sexual. Ela estava demasiada nervosa. Fazia diversas ligações para sua amiga Jennifer Evans para ela explicá-la como fazia aquilo.

A Reynolds foi até o armário abaixo da pia e apanhou um recipiente Tupperware circular e colocou na pia. Ela pegou a frigideira e levou a panela até a pia e abriu o alumínio com o auxílio de uma faca.

Hannah se virou para o lado, onde havia a janela de vidro que sempre ficava aberta até a família ir dormir. Ela sorriu lembrando do que ia acontecer daqui alguns momentos enquanto olhava para fora.

Um vulto passou correndo depressa para o lado de trás da casa. A garota loura deu um grito apavorante quando viu o vulto passando perto das árvores e largou a faca sem querer, que por um triz não cortou o pé descalço.

Ela ofegava assustada e depois apanhou uma faca afiada da gaveta abaixo da pia e começou a olhar para os lados rapidamente a todo segundo. Onde estaria Michael naquele momento?

A garota foi até o telefone e discou o número da polícia enquanto deixava a faca apontada para frente. Ela colocou o telefone no ouvido enquanto esperava eles atenderem.

- Delegacia de Sunfield, como posso te ajudar? - perguntou uma voz feminina do outro lado da linha. Hannah não respondeu. Já faziam dez minutos e nada de Michael aparecer. Talvez o vulto tenha sido ele - Alô? Se não responder teremos que ir depressa. Onde a senhora está localizada?

- Moro na 167, Constance Lane, mas acho que apenas é meu namorado me assustando, moça - explicou Hannah um pouco mais calma - Ele é desse jeito mesmo, sabe?

- Entendo perfeitamente - disse a voz feminina e Hannah desligou o telefone depois de ter dado um "Até mais". Ela colocou o receptor no gancho e foi até o balcão da cozinha, onde guardou a faca e colocou a pipoca na Tupperware.

- NÃO TEM GRAÇA, MIKE! - gritou Hannah tremendo um pouco nervosa. Sabia que era ele fazendo brincadeiras de mal gosto já que eles iam assistir filme de terror - ESQUECEU QUE MORAMOS EM SUNFIELD?

Ninguém estava respondendo, apenas escutava as folhas e os galhos se colidindo enquanto o vento batia nelas. Estava um clima frio lá fora, o que seria perfeito para uma pipoca quentinha e uma coberta grossa enquanto assistia algum filme de terror macabro.

A garota deixou o recipiente na pia e foi até a sala e ligou a televisão para ver o que estava passando. Assim que apertou o botão de ligar e desligar no controle, a televisão mostrou o noticiário da noite.

- Há duas horas atrás, Harry Carpenter, assassino de sua mãe, Lily Carpenter e de seu pai, Vicent Carpenter, conseguiu escapar do Manicômio de Aliquippa. A polícia procura pelo homem que pode ter voltado para a cidade de Sunfield para terminar de...

Hannah respirou fundo e foi até a porta dianteira da casa, que dava acesso à varanda e abriu ela. Ela deu dois passos avante e viu que não havia ninguém ao redor da casa. Ela entrou para dentro de casa e fechou a porta.

Ao se virar, viu uma figura de macacão azul sujo, provavelmente de leiteiro dos anos cinquenta, um saco de tela juta cobrindo a cabeça e uma faca de açougueiro na mão estava defronte a garota. A mesma deu um grito demasiado alto.

O homem ergueu a faca e tentou esfaquear a garota no olho, mas ela conseguiu ir para o lado rapidamente e a faca atravessar a porta.

Ela foi para a sala e tentou procurar alguma coisa lá que pudesse nocautear o homem com faca. Ela revirou o sofá e não encontrou nada.

O homem de macacão apareceu e Hannah foi até a prateleira e começou a apanhar e atirar os livros no homem enquanto ele ia em direção a ela.

Quando ele foi esfaquear o abdômen da garota, ela colocou um livro de capa arroxeada no local e ele esfaqueou o livro. Ela deu um grito assustada e, no desespero, deu um soco na cara do homem e largou o livro, fugindo da coisa.

Ela foi até a cozinha e pegou uma panela no armário ao lado do fogão e viu que o homem estava indo em direção a ela. Ela preparou sua postura e quando ele foi tentar esfaquear ela, Hannah Reynolds acertou a panela na cabeça dele e o mesmo cambaleou para o lado e a faca escapou de sua mão.

Ela deu outro soco nele e começou a correr, mas o homem a puxou pela cintura com o outro braço, pegou a faca e deu meia-volta na garota que estava dando gritos desesperada pedindo socorro ou para ele parar.

Ele conseguiu acertar a faca no abdômen da garota. A dor era excruciante e ela sentia todos seus músculos e órgãos acertados pela faca rasgando rapidamente. Ela dera um grito de dor muito alto e o assassino girou a faca, piorando a dor e afetando ainda mais o interior da loura.

Ele atirou a garota no chão e ela começou a tentar se arrastar enquanto o homem se ajoelhava lentamente com as pernas ao lado das dela.

Próximos a porta principal, o assassino girou o corpo da garota de face para cima e ele ergueu a faca ensanguentada mais uma vez, ela deu mais um grito e eles escutaram sirenes de carros da polícia.

O assassino se virou para a parede que também era mesma do lado de fora, depois voltou-se para Hannah, que chorava silenciosamente enquanto tentava gritar.

A faca atingiu entre o ombro e o peito de Hannah, que dera seu último grito, porque agora ela só conseguia chorar. Ela tentou tirar o saco da cabeça do assassino, mas suas forças acabavam aos poucos.

Ele tirou a faca do local da ferida rapidamente e se levantou. Hannah não estava conseguindo mais sentir nada, sangue vazava de sua boca e alguém abrira a porta perto dela.

Michael, um garoto de pele morena e cabelos negros e rebeldes de olhos azuis que era alto e um tanto forte, entrou na casa e viu a garota no chão morrendo e foi até ela.

Ele colocou a mão na ferida profunda feita pela facada e sua mão começou a manchar de sangue e ele começou a chorar.

- HANNAH!

Ele berrou e se virou para os lados. Ele encontrou uma faca e começou a tentar limpar o sangue manchado de sua mão nela.

Um policial de cabelos castanhos e penteados ao lado entrou na casa com uma arma apontada para frente e viu a cena de Michael com as mãos sujas do sangue de Hannah e uma faca ao lado dele e já podia tirar a conclusão do que ocorrera.

- Parado aí, garoto - gritou o policial com a arma apontada para Michael, que chorava. Ele se virou para o lado de fora através da porta - Achei o autor de um crime. Venham!

Mais dois policiais entraram e um deles algemou o choroso Michael e o outro avaliou Hannah para ver se ela estava viva ou morta.

O policial usou seu rádio que ficava próximo ao peito e chamou uma ambulância para o local do crime. Metros de distância deles, estava o autor do assassinato de Hannah Reynolds.

A Noite MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora