No enterro

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Naquela noite, em Nova Witzcount, Jennifer, Jack e Charles estavam preparando algo para eles comerem e depois irem se deitar. A mãe de Charles tinha acabado de chegar na casa e fora direto a cozinha para ver quem estava lá.

– Olá, mamãe, estes são Jennifer e Jack Wilson, são meus amigos de Sunfield... – disse o garoto à mãe, apresentando-os.

– Sei quem são eles, filho – disse a sra. Moody, com a voz arrogante – Prazer, meninos, sinto muito pela morte da mãe de vocês.

– Agradecemos – disse Jennifer em tom frio, incomodada pelo jeito arrogante que a mulher dissera com o filho. Elas se olharam por um tempo e depois a sra. Moody subiu para o andar superior.

Aos cochichos, eles terminaram de preparar o jantar — sanduíche de peito de peru com alface e ketchup e suco de laranja.

Eles se sentaram na mesa e tornaram a comer, conversando brevemente entre eles sobre Samuel Houston.

Jennifer adormeceu rápido depois de comerem. Estava um pouco cansada e precisava descansar por um tempo. Desejava do fundo de seu coração que nenhum pesadelo assombrasse seus sonhos naquela noite.

***

A sala de estar da casa de Charles estava iluminado por uma luz alaranjada abafada pela cortina cor-de-palha. Os primeiros raios de sol anunciavam o início da manhã. Jennifer acordou quando o brilho alaranjado tomara um tom mais esbranquiçado.

Ela fora a última a acordar; Jack e Charles estavam na cozinha e Jennifer fingia não escutar o som dos beijos que ambos faziam. Ela revirou os olhos e olhou para um canto e começou a pensar.

Dali algumas horas, eles iriam assistir o enterro da mãe deles. Jennifer não sabia quem estaria lá, mas sabia que sua mãe seria enterrada com dignidade como todos os falecidos enterrados no Cemitério de Sunfield.

Jennifer não pretendera comparecer às aulas naquele dia, por este motivo conseguiu acordar mais tarde do que o habitual; talvez comparecesse no dia seguinte.

Ela se levantou do sofá e andou lentamente até a cozinha, onde Jack e Charles estavam comendo torradas com bacon e ovos e um café com leite.

– Bom dia, Jenny – disse Jack em voz baixa dando um sorriso gentil para a irmã.

Jennifer retribuiu o sorriso pensando no quão bom fora ter feito as pazes com Jack e ter entendido seu lado da história. Mesmo com todas as dificuldades por conta dos assassinatos e a morte da mãe de ambos, eles permaneceram conectados nesses últimos dias.

– Daqui a pouco já estamos indo pro Cemitério, tá – avisou Jack e Jennifer assentiu sem falar nada o dia inteiro. Não sentia fome, apenas uma sensação estranha no estômago.

Jennifer acenou com a cabeça para Charles e subiu para o andar de cima para ir tomar banho. Fazia um dia frio hoje, isso não era tanto uma surpresa por conta da época, mas o céu estava nublado e isso era o que não acontecia há muito tempo.

O caminho para o Cemitério de Sunfield foi lento e cabisbaixo. Os três ficaram calados durante o caminho inteiro de dez minutos de carro.

Ao chegarem, Jack deixou o carro ao lado da calçada do Cemitério. Em seguida, saíram do carro e entraram ali.

O muro do cemitério era alto e de tijolos pintados de branco com pombos construídos de branco acima dos pilares que ladeavam o portão principal. Havia um caminho de pedras que iam para frente e no meio do caminho possuía mais outra estradinha.

A Noite MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora