Contando com Samuel

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Jennifer acordara.

Eram dezenove horas da noite e ela fora a única a acordar. Ela se levantou e foi consultar o relógio de pulso. Ao ver o horário, ela se levantou rapidamente e foi até a janela mais próxima para dar uma olhada lá fora.

Não havia ninguém lá fora. Apenas um gato ronrronando para um rato que corria apressadamente para fugir do gato.

– Deus o abençoe... – sussurrou a garota sem sono algum mais. Ela foi até a porta e abriu-la, saindo do quarto e deixando Jack sozinho em um bom sono.

Ela desceu a escada e ligou a luz da sala de estar e deu uma olhada no ambiente. Ela correu os olhos pelas estantes e viu algo que achou interessante: Um livro encapado à couro.

Porventura, ela apanhou o livro e olhou para os lados para ver se não havia ninguém olhando-a e abriu-o.

Era um álbum de fotos de uma criança. As fotos eram antigas e a criança sempre estava comendo alguma coisa ou estava com alguma outra criança.

Ela parou numa página onde havia duas crianças, a de sempre, que provavelmente era Samuel e ao lado dele uma criança que parecia ser...

– Harry... – sussurrou Jennifer ao ver Samuel e Harry juntos como crianças de seis anos. Provavelmente se conheciam recentemente. Jennifer posou um sorriso bobo ao ver eles.

As fotos, em geral, eram todas em preto e branco. Jennifer deu uma nova olhada na sala e avistou uma câmera fotográfica demasiada antiga, que provavelmente tirara as fotos do álbum, num canto do chão ao lado de um vaso de plantas.

– Jennifer? – chamou uma voz atrás de Jennifer e, assustada, ela girou os calcanhares para ver quem era. Depois viu Samuel parado no portal da sala de estar com o cabelos um tanto bagunçados.

– Oh, desculpe por estar mexendo nesse álbum... – lamentou Jennifer deixando o álbum de fotos pousado na poltrona.

– Pode vê-lo o quanto quiser – liberou Samuel sorrindo gentilmente para ela – Possui uma foto minha com Harry quando éramos crianças.

– É, eu vi... Bem... Uhm... Eu queria te falar alguma coisa – disse a garota e então Samuel ergueu as sobrancelhas esperando ela falar – É que eu tenho um plano para podermos matar Harry.

Jennifer se sentou na outra poltrona vazia e Samuel se aproximou, apanhou o álbum e sentou-se na outra poltrona.

– Eu meio que queria te usar para segurar o tio Harry e depois matamos ele – resumiu Jennifer em voz baixa e ele franziu o cenho – Tipo assim, ele vai aparecer e você distrai ele para fazer ele ficar parado e depois eu mato ele.

Samuel sentiu como se os nós de seus dedos ficassem insensíveis e seu coração apertou ao ouvir a penúltima palavra a garota.

– Matar... Harry? Não... não quero ver Harry morto... – sussurrava Samuel parecendo chocado e ao mesmo tempo cabisbaixo.

– Você vê as coisas que ele fez? – perguntou Jennifer, exasperada.

– Mas eu ainda amo o Harry...

– Você ama a versão dele de mil e novecentos e sessenta e cinco, não depois dos assassinatos na casa dele. Veja só as coisas que ele fez depois do que Lawrence fez. Eu sinto muito, Samuel... mas o Harry antigo já morreu há muito tempo...

Samuel ficou calado depois de ouvir tudo aquilo. Negou-se a olhar para Jennifer e depois de alguns segundos, engoliu em seco e assentiu, se virando para ela.

– Tá bem. Vamos matar ele desta vez – aceitou Samuel, depois ficou coçando os olhos e balançou a cabeça novamente – Pode contar comigo.

A Noite MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora