Charles Moody

4 1 0
                                    

Mesmo depois de onze horas de sono, Jennifer ainda estava um pouco exausta — tanto fisicamente quanto mentalmente. A imagem de sua mãe sendo assassinada lhe assombrou naquela madrugada.

Jennifer agora estava na casa do namorado secreto de Jack, Charles Moody. O garoto Moody era da cidade de Nova Witzcount, irmã de Sunfield e Springville.

O ar de Nova Witzcount era bem dos tempos coloniais por conta das casas e quintais floridos. Possuía também lojas de paredes de tijolo pintado por fora e dentro era bem moderna pelo ambiente colonial do lado de fora na cidade.

A casa também ficava na mesma rua da Universidade de Nova Witzcount, um "castelo" de tijolos que possuía uma estrutura retangular na frente, no meio havia uma torre; na ponta esquerda da ala central do castelo havia uma outra estrutura retangular menor que a principal que era virado para frente e ao lado direito possuía um pequeno pátio com corredores em volta estilo Oxford.

O campus, defronte a construção, possuía uma fonte no meio e três árvores, simbolizando as cidades das Três Irmãs — Sunfield, a árvore mais próxima da construção; Nova Witzcount, a árvore mais distante da construção e Springville, a cidade na extrema direita do campus.

Ela desceu as escadas para o térreo da casa e entrou numa sala quadrada que deveria ser o maior cômodo da casa: possuía paredes vinho e ramos de flores secas, o teto e o piso que eram feitos de madeira demasiada reforçada; havia um sofá grande e púrpura perto do pé da escada e defronte a ela havia uma mesa de centro e depois um rack sob uma televisão.

Havia alguns poucos quadros na sala, o que deixava um ar mais sofisticado. Um garoto de cabelos castanhos e de cuia entrou na sala e colocou a cara próxima ao ombro da garota.

– Você é a Jennifer, né?

Jennifer estremeceu de susto e depois girou os calcanhares lentamente e aí fingiu um sorriso para o garoto. Supostamente esse era Charles Moody.

– Sou Chuck Moody, namorado do seu irmão – sorriu Charles educadamente. O tom do sorriso de Jennifer mudou para um sorriso sincero.

– Olá, Chuck, mas cadê meu irmão? – perguntou Jennifer tentando não parecer seca.

– Oh, ele deve estar lá encima ainda – respondeu Charles ainda sorrindo, mas seu sorriso foi ocupado por um Jack todo bagunçado que vinha da escada e chapara um beijo rápido no Moody ("Ew!" exclamou Jennifer).

Eles se sentaram numa mesa na sala de jantar, onde Jack e Jenny ficavam de um lado e Charles ficava do outro. A mesa estava repleta de papéis escritos à mão.

– Desculpe, gente, estou em época de exames – disse Charles sem afastar os papéis deles – Enfim, eu estava pensando em ajudar vocês de alguma forma, sabe?

– E como você quer nos ajudar, Chuck? – perguntou Jennifer inclinando um pouco a cabeça para escutar a resposta do outro.

– Bem, sou morador de Nova Witzcount, né? Aqui já teve assombrações, assassinatos – explicou o garoto depressa – Logo, eu dou uma pesquisada em todos os acontecimentos.

– Nós dois também somos de Sunfield, lá tem assassinatos e desaparecimentos a cada quase cinco anos – disse Jennifer olhando para os lados e depois fitou Charles – E eu nunca pesquisei nenhum caso nosso.

– Porque é tonta! – exclamou Charles num tom inocente, mas Jennifer não gostou – Qual foi? Acha mesmo que isso tudo é por acaso? Tudo tem a ver com a maldição da Emma Witzcount.

– Maldição? Essa mulher já morreu há muito tempo e todos sabem que ela não está mais viva – retrucou Jennifer, exasperada.

– Será? Um século depois as coisas começaram a ficar feias aqui nas Três Irmãs – explicou Charles ignorando o fato de Jennifer estar irritada – Primeiro caso registrado depois de sua execução foi o assassinato em massa em Sunfield, onde atualmente é um memorial, antes era um moinho em estilo holandês.

– E qual é o último caso antes do que está acontecendo? – perguntou Jack à Charles para fazer Jennifer ficar calada para não discutirem depois.

– Deixa eu ver... Uhm... Ah, sim... O massacre na casa dos Carpenter em 1966 – respondeu Charles coçando a cabeça e depois assentiu.

– O que foi isso? – perguntou Jack conseguindo fazer Jennifer parar de falar porque Jack chegava primeiro. Ela revirou os olhos e tornou a virar-se para a janela que dava para a rua.

– Um duplo assassinato na casa da garota que quase morreu esses dias – respondeu Charles explicando inteligente e Jennifer se virou para o garoto.

– Hannah? – indagou Jennifer com as sobrancelhas arqueadas e Jack se virou para a irmã.

– Hannah, isso mesmo. A família da garota comprou a casa anos depois do assassina...

– Quando foi que isso aconteceu? – interrompeu Jennifer não querendo saber de informações que já sabia.

– 1966...

– O dia, droga! – exclamou Jennifer em voz alta, exasperada.

– Uh, se eu não me engano foi no meio de agosto em 1966. Por quê? – perguntou Charles confuso.

– Porque o jornal deve ter noticiado o caso na época, né, duh! – exclamou ela arrogantemente e depois se levantou – Vou ir para a biblioteca na sessão de microfilmes.

– Brilhante! – exclamou Jack sorrindo inacreditável.

– VAMOS! – gritou Jennifer e os dois garotos de levantaram para irem junto a garota para a Biblioteca Pública de Sunfield.

A Noite MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora