Uma súbita ideia

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Alguém estava ligando no telefone da casa dos Moody varando às oito horas da noite. Jennifer fez o favor de atender o telefone no lugar de Charles.

– Residência dos Moody, com quem falo? – começou Jennifer num tom gentil e então a voz lhe respondeu.

– Já viu o noticiário ou o Herald? – perguntou uma voz familiar masculina rapidamente. Era Samuel.

– O noticiário tá passando ainda, por quê? – perguntou a garota desconfiada, os pelos de seus braços começaram a ficar arrepiados, imaginando no pior.

– Harry matou mais alguém, segundo o Herald – respondeu Samuel e Jennifer sentiu seu coração gelar – Acho que o noticiário da Pensilvânia irá apresentar.

– Vou sair da linha e vou ver o noticiário – anunciou Jennifer dando "Tchau!" à Samuel e saiu da linha, colocando o fone no gancho e, em seguida indo a sala de estar – Troque o canal, ponha no noticiário.

Charles, que estava deitado no sofá com o controle remoto próximo a ele, mexeu a mão e apanhou o controle, mudando o canal.

Jack estava sentado de pernas cruzadas no sofá fazendo carinho na mão esquerda de Charles quando estava livre. Jennifer ficou um pouco cabisbaixa; ainda sentia falta de Brad e ela amava-o.

"...O motivo é desconhecido, mas a polícia de Pitsburgo ainda não conseguiu identificar o assassino, mas há uma hipótese de que tenha sido o fugitivo do Manicômio de Aliquippa, Harry Carpenter..."

Uma mulher estava no noticiário, ela possuía pele bronzeada, cabelos rentes ao ombro e lisos. Ao lado dela, havia uma imagem de um homem de cabelos ondulados e várias manchas no rosto usando um óculos redondo. Abaixo, dizia a legenda: Isaac Lawrence.

Jennifer colocou a mão sobre a boca, chocada. Harry havia assassinado Lawrence e terminado sua vingança contra ele. Só faltava então... Jennifer e Jack.

A imagem de Isaac Lawrence fora substituída por uma imagem de Harry, com uma legenda abaixo da foto com o seu nome. Ele estava com os cabelos espessos e olho inchado. Era uma versão mais velha e mais acabada do Harry que Jennifer vira nas fotos de Samuel.

Então era assim que Harry estava atualmente? Completamente surrado e com os cabelos horríveis? Ele realmente não era o mesmo Harry antes de Lawrence espalhar o caso entre ele e Samuel.

– Mas que merda! – exclamou Charles colocando a mão sobre a boca.

***

Era terça-feira e dessa vez Jennifer iria para o Colégio Sunfield depois de muitos dias. Ao chegar lá, vira os olhares correrem-na por onde passava. Ela se sentia constrangida, mas, por outro lado, as aulas tiravam essas coisas de sua mente.

Jennifer continuava sendo a mesma garota estudiosa do Colégio, mas sua popularidade como um tipo de patricinha realmente se esgotou só pelo fato de não conseguir transmitir sua antiga aura por onde passava.

Ela continuava conturbada com o assassinato de Isaac Lawrence. E se Harry voltasse à Sunfield para terminar seu serviço? Eles precisavam arrumar algum jeito de tentar, ou conseguir, matar Harry Carpenter.

Fora na aula de matemática, no sexto tempo, que uma lâmpada iluminou a mente da garota e ela passou a ter uma ideia brilhante.

A garota arregalou os olhos quando percebeu numa ideia de acabar com o irmão de sua mãe: usar Samuel. Talvez seria uma atitude muito arriscada, mas traria um efeito maior.

– Professor, será que eu poderia ir ao banheiro? – pediu Jennifer com seu famoso e hipnotizador sorriso gentil para conseguir as coisas em sua volta.

– Ah, claro que sim, srta. Wilson, vá – respondeu o prof. Américo. A garota se levantou e foi depressa para fora da sala, com os olhares dos colegas de matemática acompanhando por onde ela andava.

Jack provavelmente estaria na aula de francês, pelo menos Jennifer esperava. Ela subiu a escadaria principal para o andar de cima e foi seguindo para o corredor a esquerda ao chegar no fim da escada.

Ela bateu na porta da sala de francês e durante um tempo, ninguém ousou a abrir a porta. A garota bateu de novo e, depois de alguns segundos, alguém abrira. Era a profª. Greengrass.

– Srta. Wilson? O que quer? – perguntou a professora com a sobrancelha direita curvada num parecido triângulo engraçado.

– Preciso falar com meu irmão, Jack...

– Sei quem é seu irmão, moça. John Wilson, venha até aqui – chamou a profª. Greengrass em voz alta por trás do ombro, à Jack. O garoto foi depressa até a mulher e ela olhou-o atentamente e depois tornou a dizer: – Vão rápido, preciso de você em cinco minutos.

Ela foi embora e Jack se virou para a irmã.

– Eu tive uma ideia de como acabar com o tio Harry – disse a garota à Jack e ele então fez sinal com as sobrancelhas para ela prosseguir:

"O tio Harry sempre atacou pela noite, né? Só precisamos conferir os horários dos assassinatos. Veja só: Hannah foi atacada às nove da noite. Mamãe foi... assassinada... às... Bem, não sei que horas ela foi morta; Lawrence tampouco"

– Harry chegou lá em casa às nove horas da noite também – respondeu Jack olhando para os pés – E... Lawrence também. Foi o que disse o noticiário.

– Mas não foram nove horas da noite exatos, tipo nove em ponto – afirmou Jennifer.

– Não.

– Então precisamos estar em algum lugar espaçoso às vinte e uma horas. Hoje, e se ele aparecer como bem receio, Samuel vai estar lá e ele vai tentar segurar Harry por um tempo e depois o matamos.

Jack ficou calado enquanto pensava no plano. A profª. Greengrass chamou Jack em voz alta e ele teve que entrar para dentro da sala de aula.

A Noite MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora