Portugal - Lisboa
Laura - amiga consegue me ajudar com essa aqui - falei puxando a mala
Diana - pelo amor de Deus, no Brasil não é calor ? Não é só andar de biquíni ? Pra que tanta roupa mulher - nós rimos - me dá a essa aqui, vou despachar e ficamos só com as duas pequenas
Já estávamos no aeroporto, nosso voo sairia daqui 50min. Maitê estava brincando com seu ursinho e eu não conseguia esconder meu nervosismo de voltar pra onde eu passei meses tentar esquecer. Mas a Diana tinha razão, precisava resolver minhas pendências.
Embarcamos e nosso voo foi tranquilo, Maitê ficou de boa, só um pouco irritada pela pressão nos ouvidos mais nada que atrapalhasse a viagem dos outros passageiros.
Desembarcamos no Santo Dumont, a vista do Pão de Açúcar daqui é incrível.
Diana - amiga, esse lugar é lindo - disse deslumbrada
Laura - nunca tinha vindo pro Rio ? - negou
Diana - morei em São Paulo, na capital, estava acostumada com pinxação, cheiro de xixi e lixo - eu ri - mais esse lugar é maravilhoso.
Laura - me dá o endereço do hotel vamos ver onde vamos ficar - o hotel era no Leblon, não muito distante da rocinha.
Pegamos um Uber, fizemos nosso cheking e deixamos as malas no quarto, descemos pra comer algo
Diana - tá parecendo ansiosa - falou segurando minha mão
Laura - A gente nunca tá preparada pra enfrentar as coisas né - ri sem humor
Diana - Se acalma amiga - fomos saindo da padaria - vamos lá, não vejo a hora de ver aqueles homens tatuados sem camisa com os fuzis na mão - se abanou
Laura - palhaça - rimos e logo nosso Uber chegou
No caminho pro morro mandei uma mensagem pra Brenda
Amiga ? Está ocupada ?
Não gata pode falar
Comprei um presente pra você, mandei entregar aí, mais sabemos que nada sobe sem autorização, você pode descer pra pegar na barreira ?
Agora ?
Sim
Tô descendoEm 5min estávamos na entrada do morro, desci do Uber com um puta frio na barriga, Diana me deu a mão e então atravessamos a rua.
Brenda - sua filha da puta - veio me abraçar - que saudade, o que tá fazendo aqui
Laura - longa história - ri e a Diana coçou a garganta - Amiga, essa é a Diana
Brenda - Oi prazer, meu nome é Brenda - se cumprimentaram - vem, vou levar vocês em casa
Subimos conversando e as coisas aparentemente pareciam iguais por aqui, tirando o fato da rapariga estar casada, quem diria né ?
Chegamos na casa da Brenda a Diana foi ao banheiro e deixou a Maitê comigo
Brenda - Me fala, quem é essa princesa - falou brincando com ela
Respirei fundo, contei até 10 e falei
Laura - Minha filha - os olhos da Brenda se esbugalharam
Brenda - como assim sua filha ? - falou em choque
Comecei a explicar pra ela tudo o que rolou antes de ir embora, menos a parte de que a segunda pessoa com quem eu transava era o Mt e de que esse filho também poderia ser do grego.
Brenda - Amiga será que não é do grego não ? As datas não batem - perguntou brincando com a neném
Laura - Não acho que seja - falei
Diana - Eu também não, já vi foto dele e não vejo semelhança- falou
Brenda - é porque vocês nunca viram uma foto do grego pequeno, eu acho que sou tia - falou empolgada e nós rimos
Eu sabia que minha vinda pro Rio seria um reboliço mais não esperava que fosse tão rápido, meu chão se abriu quando olhei pra porta e atrás do Biel o Mt estava entrando.
Biel - Eai loira, quanto tempo - me abraçou - os cara na barreira avisou nois que você tinha subido com a Brenda
Já era de se esperar
Mt não me disse nada, só me observava e eu abri um meio sorriso como um oi. Apresentei a Diana e a Maitê, só não disse que era minha filha, não ainda. Nos sentamos na mesa, almoçamos todos juntos, eu sentia o olhar do Matheus em cima de mim, mais não abria a boca pra dizer nada.
Quando terminei de almoçar, ajudei na louça e subi no quarto da Brenda pra trocar a Maitê.
Mt - Tua filha ? - apareceu na porta e eu travei
Laura - Talvez - falei
Mt - Talvez Luísa ? - falou fechando a porta e sentando na cama brincando com a Maitê
Laura - Meu nome é Laura - falei corrigindo ele
Mt - Não viaja, quem é o pai ? - ai eu travei
Laura - Não é você - respondi nervosa
Mt - Não foi isso que eu perguntei, se não sou eu, então quem é ? - me encarou
Laura - Um cara que conheci lá fora
Mt - Não tenta mentir, a menina tem o que ? 9 ? 10 meses ? Eu sou traficante, não sou burro, sei fazer contas Luísa. Você tem certeza que não é minha ? - fiquei em silêncio- não tem. Não tem porque ficava comigo e com o grego não é ?
Laura - Não sei porque a gente tá falando disso, você nao deveria - me cortou
Mt - Luísa para de mentiras cara, chega - falou me olhando - Você sabe quem é o pai ? - neguei - Então vamos descobrir.
Laura - Não sei se quero, que diferença faz, daqui uns dias volto pra Portugal e minha vida segue como era antes
Mt - Então porque veio ? - se aproximou de mim
Laura - Fica longe, por favor - ele riu
Mt - Que foi ? Acha que não consegue chegar perto de mim sem me agarrar ? - debochou - eu só queria um abraço cara, você me deixou sozinho naquele quarto de hotel e foi embora do país sem uma despedida digna, achei que eu importasse um pouco mais pra você
Laura - Eu tava confusa antes, tô confusa agora e eu confusa só faço besteira - falei passando a mão pelo rosto
Mt - Grego tá saindo da prisão - congelei
Laura - quando ?
Mt - Hoje, tô indo buscar ele
Laura - Não achei que fosse ver ele - fodeu
Mt - Ele já sabe do que rolou - fodeu ao quadrado - e vai te questionar da mesma que eu quando ver a menina, então pensa no que tu quer fazer enquanto eu busco ele, porque quando eu voltar, nós vamos resolver. - colocou a Maitê na cama e foi saindo - quando eu tiver chegando te aviso
Desci as escadas o Mt tava na porta da sala, Diana e Brenda na cozinha fazendo algo e o Biel comendo uma maçã.
Biel - bom, vim só almoçar gata, preciso ir resolver aquela fita importante agora a tarde - falou dando um tapa na bunda da Brenda - já já eu tô de volta
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A Herança
Fiksi PenggemarDepois de mudar de país tentando um recomeço, Luísa que agora atendia por Laura estava diante de um dilema, o qual seria obrigada a retornar ao seu país e encarar assuntos mal resolvidos que deixou para trás depois de anos.