Cap 7

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Portugal - Lisboa

Laura - amiga consegue me ajudar com essa aqui - falei puxando a mala

Diana - pelo amor de Deus, no Brasil não é calor ? Não é só andar de biquíni ? Pra que tanta roupa mulher - nós rimos - me dá a essa aqui, vou despachar e ficamos só com as duas pequenas

Já estávamos no aeroporto, nosso voo sairia daqui 50min. Maitê estava brincando com seu ursinho e eu não conseguia esconder meu nervosismo de voltar pra onde eu passei meses tentar esquecer. Mas a Diana tinha razão, precisava resolver minhas pendências.

Embarcamos e nosso voo foi tranquilo, Maitê ficou de boa, só um pouco irritada pela pressão nos ouvidos mais nada que atrapalhasse a viagem dos outros passageiros.

Desembarcamos no Santo Dumont, a vista do Pão de Açúcar daqui é incrível.

Diana - amiga, esse lugar é lindo - disse deslumbrada

Laura - nunca tinha vindo pro Rio ? - negou

Diana - morei em São Paulo, na capital, estava acostumada com pinxação, cheiro de xixi e lixo - eu ri - mais esse lugar é maravilhoso.

Laura - me dá o endereço do hotel vamos ver onde vamos ficar - o hotel era no Leblon, não muito distante da rocinha.

Pegamos um Uber, fizemos nosso cheking e deixamos as malas no quarto, descemos pra comer algo

Diana - tá parecendo ansiosa - falou segurando minha mão

Laura - A gente nunca tá preparada pra enfrentar as coisas né - ri sem humor

Diana - Se acalma amiga - fomos saindo da padaria - vamos lá, não vejo a hora de ver aqueles homens tatuados sem camisa com os fuzis na mão - se abanou

Laura - palhaça - rimos e logo nosso Uber chegou

No caminho pro morro mandei uma mensagem pra Brenda

Amiga ? Está ocupada ?
Não gata pode falar
Comprei um presente pra você, mandei entregar aí, mais sabemos que nada sobe sem autorização, você pode descer pra pegar na barreira ?
Agora ?
Sim
Tô descendo

Em 5min estávamos na entrada do morro, desci do Uber com um puta frio na barriga, Diana me deu a mão e então atravessamos a rua.

Brenda - sua filha da puta - veio me abraçar - que saudade, o que tá fazendo aqui

Laura - longa história - ri e a Diana coçou a garganta - Amiga, essa é a Diana

Brenda - Oi prazer, meu nome é Brenda - se cumprimentaram - vem, vou levar vocês em casa

Subimos conversando e as coisas aparentemente pareciam iguais por aqui, tirando o fato da rapariga estar casada, quem diria né ?

Chegamos na casa da Brenda a Diana foi ao banheiro e deixou a Maitê comigo

Brenda - Me fala, quem é essa princesa - falou brincando com ela

Respirei fundo, contei até 10 e falei

Laura - Minha filha - os olhos da Brenda se esbugalharam

Brenda - como assim sua filha ? - falou em choque

Comecei a explicar pra ela tudo o que rolou antes de ir embora, menos a parte de que a segunda pessoa com quem eu transava era o Mt e de que esse filho também poderia ser do grego.

Brenda - Amiga será que não é do grego não ? As datas não batem - perguntou brincando com a neném

Laura - Não acho que seja - falei

Diana - Eu também não, já vi foto dele e não vejo semelhança- falou

Brenda - é porque vocês nunca viram uma foto do grego pequeno, eu acho que sou tia - falou empolgada e nós rimos

Eu sabia que minha vinda pro Rio seria um reboliço mais não esperava que fosse tão rápido, meu chão se abriu quando olhei pra porta e atrás do Biel o Mt estava entrando.

Biel - Eai loira, quanto tempo - me abraçou - os cara na barreira avisou nois que você tinha subido com a Brenda

Já era de se esperar

Mt não me disse nada, só me observava e eu abri um meio sorriso como um oi. Apresentei a Diana e a Maitê, só não disse que era minha filha, não ainda. Nos sentamos na mesa, almoçamos todos juntos, eu sentia o olhar do Matheus em cima de mim, mais não abria a boca pra dizer nada.

Quando terminei de almoçar, ajudei na louça e subi no quarto da Brenda pra trocar a Maitê.

Mt - Tua filha ? - apareceu na porta e eu travei

Laura - Talvez - falei

Mt - Talvez Luísa ? - falou fechando a porta e sentando na cama brincando com a Maitê

Laura - Meu nome é Laura - falei corrigindo ele

Mt - Não viaja, quem é o pai ? - ai eu travei

Laura - Não é você - respondi nervosa

Mt - Não foi isso que eu perguntei, se não sou eu, então quem é ? - me encarou

Laura - Um cara que conheci lá fora

Mt - Não tenta mentir, a menina tem o que ? 9 ? 10 meses ? Eu sou traficante, não sou burro, sei fazer contas Luísa. Você tem certeza que não é minha ? - fiquei em silêncio- não tem. Não tem porque ficava comigo e com o grego não é ?

Laura - Não sei porque a gente tá falando disso, você nao deveria - me cortou

Mt - Luísa para de mentiras cara, chega - falou me olhando - Você sabe quem é o pai ? - neguei - Então vamos descobrir.

Laura - Não sei se quero, que diferença faz, daqui uns dias volto pra Portugal e minha vida segue como era antes

Mt - Então porque veio ? - se aproximou de mim

Laura - Fica longe, por favor - ele riu

Mt - Que foi ? Acha que não consegue chegar perto de mim sem me agarrar ? - debochou - eu só queria um abraço cara, você me deixou sozinho naquele quarto de hotel e foi embora do país sem uma despedida digna, achei que eu importasse um pouco mais pra você

Laura - Eu tava confusa antes, tô confusa agora e eu confusa só faço besteira - falei passando a mão pelo rosto

Mt - Grego tá saindo da prisão - congelei

Laura - quando ?

Mt - Hoje, tô indo buscar ele

Laura - Não achei que fosse ver ele - fodeu

Mt - Ele já sabe do que rolou - fodeu ao quadrado - e vai te questionar da mesma que eu quando ver a menina, então pensa no que tu quer fazer enquanto eu busco ele, porque quando eu voltar, nós vamos resolver. - colocou a Maitê na cama e foi saindo - quando eu tiver chegando te aviso

Desci as escadas o Mt tava na porta da sala, Diana e Brenda na cozinha fazendo algo e o Biel comendo uma maçã.

Biel - bom, vim só almoçar gata, preciso ir resolver aquela fita importante agora a tarde - falou dando um tapa na bunda da Brenda - já já eu tô de volta

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