Cap 14

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Mt

Tava indo pra barreira e vi a Luisa descendo com a Maitê e a Ruiva.

Mt - Eai - fui acompanhando elas com a moto

Luísa - Diga - falou ainda andando

Mt - bora levar um lero ?

Luísa - To quebrando e querendo ir pra casa

Mt - Tu chama aquele hotel onde tá de casa ? Sabe que tua casa é aqui - revirou os olhos - É rápido pô

Ela entregou a Maitê pra Ruiva que foi pra barreira conversar com o gordo.

Luísa - Pois então, diga. - olhou para os lados - mais rápido antes que a maluca da sua namora apareça por aqui querendo me atacar - eu ri

Mt - Tu já pensou no que vai fazer ? - negou

Luísa - Ainda não, tenho uma coisa em mente, mais depende muito

Mt - Depende de quem é o pai ? - negou - depende de que ?

Luísa - De como as coisas vão ser até a semana que a minha passagem está comprada Matheus. Se ela for sua filha, tu vai fazer o que ? Querer que eu conviva com aquela maluca ? - eu ri - não quero ela perto da minha filha não

Mt - E você tá querendo que eu faça o que ? Largue dela ? Eai tu fica com o Grego - ri

Luísa - Deixa eu te explicar uma coisa, sendo sua ou não a gente não vai ficar junto e você sabe disso, não tô dizendo que vou ficar com ele, porque não tenho intensão de ficar com ninguém, a gente tá falando da Maitê não de mim. - respirou fundo - sei que não tenho o direito de dizer com quem você deve ou não ficar, só tô dizendo que perto da Maitê ela não vai ficar e ponto.

Mt - Não tem intensão de ficar com ninguém mais dormiu com ele Luísa ? - questionei

Luísa - O que você tá querendo ? - falou sem paciência- E qual o problema ? Você tá misturando as coisas, parece que eu não sou a única confusa por aqui. - virou as costas e saiu

Luísa

Acordei cedo, na verdade eu mal tinha dormido, revirei a cama a noite toda. Fiz minhas higienes, arrumei a Maitê e desci tomamos café e quando peguei o celular pra pedir o Uber já tinha uma mensagem do grego dizendo que estava aqui.

Entramos na clínica e o grego tava impaciente, o Mt pálido mais com a cara fechada, acho que nossa última conversa não agradou muito ele, eu não conseguia disfarçar que tava nervosa.

Se me perguntassem o que eu achava, sinceramente não sabia dizer, dizem que mãe sente as coisas mas eu não sentia absolutamente nada, não desconfiava de nenhum. Tinha preferências ? Óbvio. Explicar pra Maitê e pro Yuri quando eles forem maiores como eles são primos meios irmãos seria uma grande dor de cabeça. Por outro lado, ter algo que me ligue diretamente ao grego me deixa um pouco assustada, pensei que já tivesse superado essa fase da minha vida. Não queria que minha filha fosse alvo de tanta maldade como eu sabia que seria se o DNA dela fosse compatível ao do Grego. Eu sentia cólica, minha mão soava, a minha boca estava seca e eu não conseguia parar quieta.

Então a recepcionista nos entregou os envelopes e saiu nos deixando mais à vontade. Fiquei esperando que eles abrissem mais os dois panacas não se mexiam. Peguei o envelope da mão do Mt e abri.

Tinha muita coisa escrita, coisas que eu não fazia ideia do que fossem, procurei pela resposta que todos nós estávamos esperando.

~~~~~~

No caminho de volta pro morro ninguém abria a boca, o silêncio no carro estava me incomodando. Assim que cruzamos a barreira pedi pra me levarem pra casa da Brenda e assim eles fizeram. Antes mesmo do carro parar por completo, pulei pra fora dele e fui entrando.

Luísa - Amiga - falei já desesperada

Brenda - O que foi ? - me perguntou assustada

Contei pra ela toda a verdade, porque até então só nós e a Diana sabíamos do teste. Brenda ficou em choque com toda a história, em silêncio ela tentava assimilar.

Brenda - Você voltou por isso ? - eu acenti - E o que vai fazer agora que já sabe quem é o pai ?

Eu sei que voltei pro Brasil pra saber quem era o pai da Maitê, resolver o que precisava ser resolvido. Achei que estava pronta pra isso, mais depois de ler Incompatível no exame do Mt, meu chão se abriu e eu caía em queda livre sem parecer que aquilo ia ter fim.

Brenda - O que eles disseram ? - eu neguei - Nada ? Ninguém falou nada ??? - falou brava - Eles são dois inúteis puta que pariu.

Nao que eu quisesse que a Maitê fosse filha do Matheus, mais saber que minha filha vai crescer visada, servindo como ligação direta ao pai dela, correndo riscos e não podendo levar uma vida "normal" como a que eu tive até conhecer o grego, era difícil de aceitar. Não era isso que eu imaginava pra ela, mais a culpa era minha por não pensar onde me enfio.

Brenda

Subi na boca, precisava falar com o grego, bati na porta e ninguém respondeu então entrei.

Brenda - grego - ele fez sinal pra eu entrar - Tudo bem ?

Grego - Já tá sabendo né - falou com um olhar vago.

Brenda - Sim, ela me contou - fiz uma pausa - E agora ?

Grego - Eu não sei, era o que eu queria - interrompi

Brenda - não é mais ?

Grego - Claro que é, mas ela vai querer levar a menina pra longe. A última coisa que eu quero é entrar em guerra com a Luisa, mas ela não vai tirar a Maitê de mim.

Brenda - Vocês precisam sentar e conversar - sentei na mesa dele - mas vai ficar feliz de saber que ela me pediu a chave da casa dela - ele me encarou - Ela foi pra lá, porque não passa lá pra conversar ? - ele acentiu e saiu da sala.

Confesso que eu reescrevi esse capítulo várias vezes, a princípio a minha ideia era que a Maitê fosse filha do Mt. Já estava com o Cap inteiro escrito queria ver a Marcela se mordendo de ciúmes, mas depois de pensar muito, enxerguei possibilidades em um outro resultado, espero que estejam gostando.
Aguardem os próx caps.

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