Cap 20

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Depois da nossa bebedeira, o Mt acabou mais bebado que eu, afinal eu mais falava do que bebia e ele me ouvia bebendo, acabou dormindo no sofá e eu no outro. No dia seguinte quando eu acordei ele já não tava mais lá, provavelmente correu pra casa inventar algo pra bruxa que ele chama de namorada. A semana passou tranquila, Diana tava na casa do gordo com ele, parecia que os dois estavam se curtindo real. Eu abri a loja a Maitê estava com a Joana em casa e nem sinal do grego menos ainda da amiga dele, que Deus mantenha assim.

Fui pra casa almoçar e encontrei o Junin trocando de turno

Luísa - Entrando ?

Junin - Saindo - sorriu

Luísa - oportunidade perfeita pra me levar pra almoçar - falei

Junin - não vai almoçar aqui ? - apontou pra minha casa

Luísa - qualquer coisa pode ser melhor que arroz de ontem - ele riu - e então ?

Junin - tá com tempo ?

Luísa - pra você eu dou um jeito - sorri e ele ficou sem graça

Junin - bora então - colocou o cap e subiu na moto dele

Descemos o morro e vi a cara do grego ao me ver saindo do morro na garupa do cara que faz a ronda da minha casa. Acho que talvez o emprego do Junin tivesse sido comprometido.

A gente almoçou em um restaurante perto da orla da praia, nunca tinha vindo aqui.

Junin- To desempregado ce tá ligada né ? - riu

Luísa - Não fica pilhado, ele não vai te dispensar por minha causa - ri - Mais me conta, como foi parar lá no morro ? Nunca tinha te visto

Junin- Eu sempre morei aqui no Rio, mas até uns meses atrás morava na Maré

Luísa - O que te fez vir pra cá ? - falei petiscado a porção de camarão

Junin - Meus avós, foi o que me restaram depois do meu pai morrer de cirrose, minha mãe eu não conheci. Meu avô descobriu um câncer no esôfago, aí teve que começar a fazer químio e não conseguia mais trampar, não podia deixar eles na mão. Mas a uns 10 meses atrás perdi meu vô, e depois de 3 meses minha vó foi também, depois disso não tinha muito sentido continuar ali, já que tudo naquela casa me lembrava eles, pensei então em recomeçar, foi quando o gordo me falou de vir pra cá, me apresentou pro Mt e então to aqui

Luísa - Entendi, mas você não tem mais ninguém ? Nenhum irmão ?

Junin - Tenho nada, eu e Deus só - sorriu

Terminamos de almoçar conversando sobre assuntos aleatórios e o Junin era um cara bem legal de conversar, super divertido, quem olhava ele na frente de casa de vigia não pensa que é um boboca. Voltamos pro morro e como de esperado o grego já tinha batido no rádio do Junin chamando ele lá na boca.

Eu quis ir junto mais ele não deixou, disse que desenrolava, não tinha feito nada demais e não precisava de ninguém defendendo ele pro chefe.

Homão da porra. Garantido.

Subi pra casa e tomei um banho, peguei a Maitê e fomos na pracinha.

Grego

Junin - Eai patrão, da licença aí - apareceu na porta

Grego - Entra aí - ele entrou e sentou na minha frente - tava onde ?

Junin - Fui pra orla, meu plantão foi de manhã

Grego - to ligado dos seus horários, queria saber onde tu tava com a Luísa, pra ser mais claro

Junin - Ela quis almoçar na orla, levei ela, nois bateu um rango por lá, depois passamos na farmácia pra comprar uns bang de fralda pra sua filha e deixei ela em casa - falou na maior tranquilidade

Grego - Você é novo aqui, então vou te dar o papo pra não dizer mais tarde que não tava ciente. - ele se ajeitou na cadeira - Luísa já foi minha fiel, é mãe da minha filha e nunca vai deixar de ser família, estando junto comigo ou não, respeito, morô?

Junin - Tô ligado da história já chefe, ela já contou já e nois é amigo só, conheço pouca gente por aqui, ela só tentou ser legal com todo respeito, mais se você não tá satisfeito com a situação e quiser trocar meu posto, tô aí disponível pra qualquer trampo - a postura dele me tranquilizou

Grego - Tá suave, eu só queria deixar esclarecido pra você que ali é território proibido - fui interrompido por alguém tossido

Luísa - como que é Grego ? - olhei pra porta e ela tava lá me encarando com a cara amarrada - Junin, pode sair, a conversa de vocês já acabou, quem vai trocar uma ideia com seu chefe agora sou eu - o cara ficou lá me encarando esperando eu dizer o que era pra fazer

Grego - tu ouviu, circula - ele saiu e ela fechou a porta - sem perreco faz favor

Luísa - O perrequeiro aqui é você meu bem, que isso de território proibido ? Agora eu sou intocável ? Ninguém mais chega perto ? Tipo doença contagiosa ? - eu ri

Grego - Quero minha filha de enteada de bandidinho não fia, tá maluca

Luísa - Até porque de bandidinho já basta o pai né - eu ri

Grego - bandidinho não ne, ce ta ligada que aqui a parada é séria - me gabei e ela revirou os olhos - Tu ta afim do cara então ?

Luísa - Não - revirei os olhos - Ah ele é legalzinho, mais não tenho interesse não, mais também não é da sua conta - ela riu

Grego - Jaé parceira, não quer falar não fala - ia acender um

Luísa - A gente não tá junto mais continuo não curtindo tu fumando perto de mim - deu um tapa na minha mãe quando peguei o isqueiro - Cadê tua fiel ?

Grego - Fiel não né, já forçou

Luísa - Tu não vai assumir ela ?

Grego -  A mina não conhece nem a Maitê ainda doida, uma coisa de cada vez

Luisa- Bom ver que pelo menos um pingo de noção você ainda tem né - ela riu

Grego - bom gosto também né, a Laura é mó gatinha - pirracei

Luísa - me poupe né, eu sou mais eu - revirou os olhos

Grego - Eu também - ela ficou vermelha e eu ri - Deixs eu trabalhar doida

Luísa - Ta me tocando ?

Grego - Se for me distrair, me distrai de outro jeito- sorri safado e ela rapidinho levantou saindo

Luísa - já tô indo - falou passando pela porta

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